Excelente livro sobre embromação corporativa
Publicado; 07/05/2007 Arquivado em: Livros, Mundinho corporativo 3 ComentáriosComprei na sábado de noite de devorei durante a madrugada. Recomendo. É basicamente tudo aquilo que sempre quis dizer, mas não sabia como. Falo de uma das coisas mais irritantes que se pode ter no mercado de trabalho: a embromação escrita e verbal. Se você é do meu tipo, que repudia o “fala, fala mas não diz nada”, os jargões, os penachos e as firulas corporativas praticadas por consultores, gurus e outros idiotas corporativos, terá sua redenção ao ler o Por que as pessoas de negócios falam como idiotas.
Especialmente adequado à nossa realidade de TI, que vende e propagandeia soluções “robustas”, “extensíveis”, “alavancáveis”, “escaláveis” e que “quebram paradigmas”…
SINOPSE (livraria cultura):
Segundo os autores desse guia de combate à embromação no ambiente de trabalho, os negócios estão se afogando em conversa empolada; uma linguagem impertinente, exagerada e presunçosa invadiu e-mails, relatórios e reuniões. ‘Por que as pessoas de negócios falam como idiotas’ oferece não apenas a chance de entender por que a habilidade da persuasão tornou-se tão imprescindível no ambiente corporativo atual, mas uma real oportunidade de se tornar uma pessoa convincente, autêntica e original que todos desejarão escutar.
Uma resenha mais completa pode ser lida aqui. Outras sugestões de leitura do mesmo gênero contrárias ao “pop-management”, você pode ver neste post.
Frase do dia
Publicado; 26/06/2006 Arquivado em: Frase do dia, Mundinho corporativo 1 comentário“What if I train my staff and they leave?”
“What if you don’t train them, and they stay?”
– Desconhecido, mas parece ser um ditato norte-americano.
Quebrando padrões de interação
Publicado; 18/03/2006 Arquivado em: Experiência do Usuário, Mundinho corporativo Comentários desativados em Quebrando padrões de interaçãoImagine que você é um experiente arquiteto, e está participando da construção de mais um prédio, e o seu cliente pede que o painel de “chamar” elevador no hall dos andares seja feito assim:
Você, curioso e incomodado, pergunta o porque. Ele diz que esse painel deve ser utilizado apenas em alguns andares, pois os usuários desse andares vão utilizar mais vezes a função de descer (portanto deve ser a primeira!) do que a de subir.
O prédio portanto terá os dois tipos de painel. Em alguns dos andares será o modelo padrão (incluindo o térreo, por onde todos os usuários têm de passar para entrar no prédio), com o qual todos os usuários do prédio já estão acostumados (em todos os outros prédios da cidade), e apenas em 2 andares você terá que utilizar esse modelo invertido.
Você explica que isso, embora possível, será um incômodo para a maioria dos usuários (mostrando uma pesquisa de preferência de ordem de botões em elevadores) e que ainda vai custar mais, pois a engenharia terá de trabalhar nessa peça.
O cliente mostra-se indiferente com sua opinião (o que é estranho já que ele além de sua experiência de arquiteto também está pagando por seu julgamento), e repete que o funcionamento deve ser assim para esses andares. “Não importa como funciona os outros elevedores. O funcionamento desses andares deve ser assim”.
Você diz que vai checar, já pensando em um jeito de se livrar dessa tarefa e idéia absurda, mas que não dá o seu aval para que seja feito dessa maneira, e que não assinará a obra pois não quer associar uma obra com defeitos e elementos contra seus princípios a seu nome. Afinal, você também foi pago para que o prédio não tivesse esse tipo de problema.
Sigh…
Não, eu não desenho prédios. E sim, recentente passei por um problema desses envolvendo o desenvolvimento de aplicações e desenho de interface, onde o cliente pediu insistentemente que eu quebrasse um padrão de interação (e não vem ao caso qual era).
Eu já ouvi algumas vezes a horrível frase: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, o qual eu desconsidero totalmente! Se o cidadão me contratou por minha experiência em algo, o mínimo que eu posso fazer é não deixar que as coisas sejam feitas do modo errado!
Demonstrei e comprovei por “a mais b” que o que estavam me pedindo era errado como padrão de interação de interface, e que não iria deixar um membro da minha equipe implementar “aquilo” na aplicação.
O cliente não se preocupou muito com a minha argumentação e repentinamente o assunto morreu em nossa conversa. Ufa!
Bem, o recurso em questão não foi implementado, e nenhum usuário reclamou, afinal, a aplicação comporta-se como eles esperam (já que as demais com as quais eles estão acostumados funcionam do mesmo modo).
Nessa linha de recomendo o site This is Broken.
Frase do dia
Publicado; 19/12/2005 Arquivado em: Frase do dia, Mundinho corporativo Comentários desativados em Frase do diaSabe aquela situação em que algo precisa ser feito, e na correria do dia-a-dia ou por falta de tempo mesmo, faz-se um “quabra-galho” (também conhecido como gambiarra), que de fato, resolve temporariamente o problema, mas de longe não é a melhor solução, e deixa para implementar a solução definitiva num futuro “próximo”?
Fernando Fonseca, consultor de segurança da Microsoft, tem uma frase que resume perfeitamente essa situação:
“Se você não tem tempo de fazer direito, quando terá tempo de fazer de novo?”
–Fernando Fonseca
Semelhança
Publicado; 17/09/2005 Arquivado em: Mundinho corporativo Comentários desativados em SemelhançaQualquer semelhança com o mundo real é mera coincidência…
Pensamentos de um gamer
Publicado; 01/06/2005 Arquivado em: Mundinho corporativo Comentários desativados em Pensamentos de um gamerGamers Manifesto é, bem, um manifesto de um jogador inveterado inconformado com uma série de coisas nos jogos atuais, e mais ainda com o preço do Playstation 3, estimado em US$ 465,00. Para ter uma base, um Playstation 2 novo hoje pode ser comprado por uns US$ 150,00 (preços nos EUA).
Eu dei uma passada rápida no texto (os aficcionados sintam-se a vontade para lê-lo por inteiro), e eu, que já joguei muito, vi que ele tem razão em uma série de coisas. Isto é, se eu que jogo eventualmente me identifiquei com o que ele falou, imagine quantos outros jogadores também não pensam a mesma coisa?
Na verdade tudo isso para dizer que um dos maiores índices de falha em projetos é não atender a real necessidade dos usuários (me desculpem, mas eu não achei exatamente qual a fonte e a porcentagem exata desta informação).
Isso mostra como é importante a etapa de levantamento de escopo dos projetos e entrevistas com usuários. Por favor, não cometam o gravíssimo erro de fazer essa etapa “nas coxas”. Não afirmo aqui que a Sony e as produtadoras de jogos não planejam, pesquisam e pensam antes de fazer os jogos. Se fosse assim o console e determinados jogos não seriam o sucesso que são. Com certeza elas devem fazer isto – mas trata-se de uma infinidade de consumidores, e é muito difícil atender à expectativa de todos eles – mas sim como é importante fazer esse levantamente correta e detalhadamente, para na hora de implantar o sistema, não faltar recursos na aplicação, nem esta ter recursos desnecessários, não gastar dinheiro à toa, entre outras. São coisas que podem ser evitadas se for o levantamento de escopo funcional e processos for muito bem feito.
Questionamento
Publicado; 24/05/2005 Arquivado em: Mundinho corporativo 11 ComentáriosÉ notório e impressionante a quantidade de comentários no último post do Alex questionando o modo como vem sendo conduzida a filosofia e implantação de software livre no governo. Não é um número absoluto tão grande, mas nenhum outro post teve tantos comentários aqui no CFGigolô.
Comentando rapidamente sobre o assunto, sem dúvida impor o uso de software livre em instituições governamentais (como já abordado neste blog), é um absurdo. Imposição normalmente é algo muito ruim, independente se em termos tecnológicos ou não. Não questiona-se a qualidade do software livre, o que não faz o menor sentido, mas sim o modelo de adoção. Perfeitamente cabível (o questionamento).
Aliás, oposto a impor, questionar é algo interessante.
Os estressadinhos de aeroportos
Publicado; 17/05/2005 Arquivado em: Mundinho corporativo 24 ComentáriosNos últimos dias foram 14 trechos São Paulo – Brasília – São Paulo, a maioria a trabalho, outras a lazer (tenho família em Brasília e gosto muito da cidade). Não que eu ache ruim, pelo contrário, adoro voar, aliás, voar deveria ser um direito de todo cidadão. Todos, sem exceção, deveriam fazer uma viagem de avião na vida. Voar é uma experiência maravilhosa e estimulante, traz à tona aqueles pensamentos do tipo “somos pequenos”, me faz lembrar do meu avô querido (um dos grandes pilotos da Varig), de férias merecidas, e outras boas lembranças (papo para outro dia). Por isso resolvi que era hora de escrever sobre que algo sempre me chama a atenção em aeroportos domésticos do Brasil: o clima fake-corporativo que impera, especialmente durante os dias de semana.
Já pararam para reparar que nas salas de embarque e no lounge todos se portam como pessoas muito importantes, todos tem pressa, todos estão muito ocupados, todos são meio mal-humorados? A julgar pelas caras, pelo tom, pela altura da voz ao celular e notebooks abertos, todos os negócios e decisões importantes são tomadas na correria do aeroporto. Não é à toa que aeroportos são os locais prediletos para clonadores de telefone celular (info: esse post é de 2005, tempo em que ainda se clonavam celulares…). É ridículo, mas 8 entre 10 pessoas que estão falando ao celular nestes lugares estão ligando para “resolver algo” que certamente poderia ser resolvido antes ou depois do vôo de 1 hora de duração, e cuja conversa sempre vem precedida de um comentário do tipo: “estou no aeroporto, embarcando para tal lugar”… O resto é mero detalhe. Estão todos sempre muito atarefados, todos sempre fazendo alguma coisa muito importante. Muitos só ligam para dizer que estão no aeroporto, ou abrem seus notebooks como quem diz “sou um executivo muito ocupado”, blá, blá, blá. A sociedade, as caras e as atitudes não mentem: valorizado é aquele sujeito sem tempo para nada, cuja vida é definida em blocos de 5 em 5 minutos, e os aeroportos são antros desse tipinho de gente.
E quando estes fazem aquela cara enfadonha quando enfrentam alguma fila? Oras! São filas menores que as que enfrentamos em caixas de supermercado! (ah, me esqueci, estas pessoas não vão a supermercados…). Mesmo assim, para dar a impressão blasé do tipo “não agüento mais andar de avião”, fazem aquelas carinhas de super-ocupadinhos-sem-paciência. Você identifica esse tipo de gente rapidamente no meio da multidão, a maioria usa aquelas tags/cartões de milhagem pendurados nas bolsas/malas, meio que para mostrar “o quão aborrecidos” por voar são. Sem falar nos olhares de reprovação para com passageiros que demonstram alguma dúvida ou estão hesitantes sobre qual portão embarcar, o que fazer com a bagagem e afins, “atrapalhando” o fluxo de engravatadinhos apressados como eles (como se o avião fosse partir deixando-os por lá). Um transe coletivo de gente estressada no melhor estilo “come sardinha, arrota caviar”. E isso vale mesmo para alguns que voam Gol e acham que estão fazendo o trecho Londres-NYC de Concorde…
Por falar em notebooks. Qualquer pessoa mais sensata sabe que usar o notebook no colo, seja na sala de espera ou na “poltrona” do avião, não é confortável, além de (normalmente) ser anti-produtivo (seu pescoço não dói?). Mesmo assim estão todos eles lá, abertos, com seus usuários fazendo “cara de conteúdo”, como se estivessem lendo o relatório ultra-secreto mais recente da CIA. Muitos sequer estão vendo alguma coisa, pois desviam o olhar a cada dois minutos (observe, você vai perceber o que digo). Um vôo entre Brasília e SP, por exemplo, demora 01h20. Entre pouso e decolagem você terá cerca de 45 minutos de tempo para usar o notebook. Nestes 45 minutos, certamente será interrompido de 5 em 5 minutos, seja pelo passageiro do lado querendo levantar, pela comissária te oferecendo alguma porcaria, pelo entra-e-sai dos banheiros, por uma chacoalhada do avião, pelas esbarradas do vizinho, whatever. Sendo generoso, te sobram 30 minutos de uso. Entre pegar o notebook da sua pasta no chão ou no teto, abri-lo, esperar carregar (ele vai estar na bateria, lembre-se), e começar a trabalhar, te restam uns 20-25 minutos ou menos. 25 minutos justificam a trabalheira que é abrir um notebook naquele aperto, correndo o risco de estragá-lo com os espirros de refrigerante do carrinho de serviço e as cotoveladas que você dará no seu vizinho? Pense bem. Não seja mais um destes “workaholics” que perdem tempo fazendo pose de gente importante, seja ao notebook ou ao telefone. Todos nós somos importantes, inclusive aquela família saindo de férias ou aquele senhorzinho que comprou uma passagem em promoção com meses de antecedência para visitar a família no nordeste. Pressa, ocupação e postura enfadonha, abobalhada, “de rotina” não são indicativos de importância, muito menos de status em um aeroporto. Se você pensa o contrário, sinto muito, você é apenas mais um ego no meio da multidão.
Aproveite o vôo para pensar na vida, refletir sobre as coisas que realmente importam nela. Ouça uma boa música no seu walkman (pode ser um iPod se você não quiser deixar de ser sofisticado). A 10 mil metros de altura você tem uma visão privilegiada do mundo, seja a vista das formações de nuvens, seja do chão. Sempre existe algo novo para se reparar e pensar (nem que seja pensar em nada), mesmo que você faça aquele trecho toda semana e este te pareça tedioso. O céu e a Terra nunca serão iguais em todos os vôos, tenha certeza. Procure voar logo de manhã cedo ou ao entardecer e também nas noites de céu claro (com Lua cheia é mais bonito). Ao se entregar àqueles poucos minutos em que você cruza os céus a 900km por hora, estará fazendo um bem muito maior que qualquer três ou quatro e-mails que você poderia preparar neste ínterim, inclusive para o seu negócio (que depende em essência da sua saúde e idéias). Voar é uma hora perfeita para refletir, uma hora de ter boas idéias, de desfrutar da sua imaginação, entre tantas outras coisas que só o ócio criativo, estimulado pela estonteante visão de estar entre o céu e Terra é capaz de produzir. Tem medo de avião? Use este tempo para domar o medo, ou mesmo para pensar na morte, pois ela virá para nós cedo ou tarde, calma ou violentamente, e teremos que enfrentá-la de alguma maneira.
Poucos sabem, mas eu sou piloto privado – tirei meu brevê em 1998 – e um aficionado por aviação. No dia em que for voar comigo, não fale de trabalho, fale da beleza de voar e dos benefícios desta experiência maravilhosa para a sua vida. Sempre que posso, vou na janela. Sempre que posso, escolho o lado em que o Sol vai se pôr (ou nascer). Sempre que posso, me comporto como a mesma criança que voou a primeira vez. Voar deveria ser um direito de todo cidadão. Uma visão e uma experiência destas não deve ser ignorada, nunca.
Esta é a asa de um “triple seven” – uma máquina de sonhos… e com um pôr do Sol destes, como ignorar?
(clique para aumentar)
Cabo Flexível
Publicado; 26/04/2005 Arquivado em: Mundinho corporativo 1 comentárioEm site de uma empresa de softwares não muito longe daqui…
Clique na imagem para visualiza-la por inteiro.
Por favor, não encarem isso como uma forma de denegrir alguma entidade. A entidade em questão é muito respeitada, e como qualquer coisa, sujeita a falhas.
Procurem ver (1) um ítem humorístico, (2) a importância do inglês (ainda mais quando se trata de empresas e pessoas que lidam com tecnologia), (3) como não é possível confiar no Google Translator, (4) como o texto ficou mal escrito e mal traduzido, (5) que algum cliente não iria entender o que está escrito, (6) importância de revisar a tarefa quando se delega responsabilidade para algumas pessoas.
Só espero que esse mesmo texto não tenha sido utilizado em algum folder..