É de graça!

A revista Info costuma estampar nas suas edições uma página com uma foto de CIO ou outro “pop-star” do mundo de TI segurando a revista na mão e logo abaixo uma frase do tipo: “Eu leio a INFO para me manter atualizado das novidades do mercado, bli, bli, bló, bló, bló…“. E eu sempre me pergunto: quantas decisões erradas já foram tomadas por gente que lê demais, mas sabe interpretar e filtrar pouco? A tirinha do Dilbert de hoje me fez lembrar disso:

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E antes que comecem a criticar – ler demais, interpretar pouco, software livre é uma boa sim, mas não é a resposta para tudo. Aliás, nada é. Então não o venda e o propagandeie como tal (a recíproca é verdadeira também). Simples assim.


Microsoft Silverlight com partes open source

“Microsoft adds open-source twist to Silverlight”

Vi no InfoWorld que a Microsoft disponibilizou como open source o suporte a linguagens dinâmicas, como Python e Visual Basic, no Silverlight (que serão executadas em tempo de execução). Há planos de incluir suporte a Ruby também.

Mais informações na notícia original.


Adobe Flex é Open Source! E agora?

O dia 26 de Abril passado foi um dia histórico. O dia em que a Adobe anunciou que uma grande parte do que envolve o Flex será open source (sob a Mozilla Public License). Os componentes do Flex já tinham o seu código disponível para a comunidade visualizar e estender, mas não eram oficialmente licenciados como open souce. Agora, além dos componentes, outras peças importantes da tecnologia, dentre elas o compilador e o debugger (escritos em Java) serão open source.

E por que? Por que a Adobe fez isso?

Um dos motivos mais citados que eu tenho visto é o medo da competição do Silverlight, da Microsoft, chamado por alguns de “Flash-killer”, inclusive pelo anúncio do Flex open source ter sido poucos dias após a Microsoft anunciar oficialmente o Silverlight. Outrora este era conhecido por WPF/E, e o “E” é de “everywhere”. Ou seja, já era sabido da intenção da Microsoft de ter uma tecnologia de apresentação cross-platform.

A Adobe pode até temer uma competição do Silverlight, mas a decisão de ir para open source está longe de ser exclusivamente por causa disso. Mas então…

Para atrair desenvolvedores! Ponto. Pode parecer uma abordagem estranha. Será que a Adobe não deveria conquistar as empresas? Sim, é claro que deveria, e o potencial da ferramenta, cases e estatísticas já o fazem. Mas são os desenvolvedores que efetivamente transformam todo esse potencial em softwares de verdade.

É errado achar que apenas as empresa tem o poder de determinr a popularização de uma tecnologia. Os desenvolvedores também tem seu papel. São eles serão seduzidos pela tecnologia. Eles que formarão uma base de desenvolvedores para que uma empresa sinta-se confortável em usar algo (e não ficar na mão depois). Eles que terão que aprender algo novo. Eles podem transformar algo novo e diferente em algo fácil e produtivo. Já repararam que há livros sobre tecnologias da Microsoft que ainda estão em beta? E a Adobe continuara a dar suporte corporativo para aqueles que desejarem, mantendo a confiança de seus clientes.

A estratégia da Adobe tem se mostrado aos poucos, inclusive sob a forma de uma transição no modo como a empresa lida com suas tecnologias. Primeiro a drástica mudança no licenciamento do Flex, SDK gratuíto, Tamarin, e agora o Flex será open source.

Nada disso foi feito por acaso. A Adobe está se empenhando muito no Flex, e ele é peça fundamental da estratégia da Adobe, assim como o envolvimento da comunidade. As comparações com o WPF e o Silverlight agora não serão exclusivamente no mérito técnico – hoje as convicções e o modo de pensar dos desenvolvedores tem peso o suficiente para decidir sobre o futuro de uma tecnologia.


PHP: Pretty Hard to Protect?

Um levantamento na base de dados do NIST (National Institute of Standards and Technology) mostrou que aplicações escritas em PHP detinham 43% das falhas de segurança de aplicações web em 2006. E a maior parte dessas falhas não eram do PHP em si, e sim de como os programadores – a maioria deles amadores, segundo o NIST – haviam escrito a aplicação. (fonte: SecurityFocus)

Para mim é um caso claro em que a facilidade de uso da linguagem (atrelada a sua produtividade) possibilita que até mesmo programadores inexperientes construam um aplicativo. Assim, pela inexperiência, cometem erros básicos, inclusive de segurança. O ColdFusion igualmente pode sofrer (mas felizmente não sofre) do mesmo mal. E isso é um questionamento tão comum que até está presente no CFFaq (Usando ColdFusion terei códigos ruins e mal escritos? De maneira alguma!).

A tecnologia ser segura por si só é apenas uma das pontas. Se o desenvolvedor não escrever código seguro, não adianta. É como eu digo em apresentações: a Volvo afirma que seu carro é o mais seguro do mundo, mas eles nunca dizem com quem dirigindo. Segurança não é apenas questão da tecnologia, e sim do uso. Fazer bom uso é que são elas. E isso vale para qualquer segmento: energia nuclear te lembra algo?


Windows no PC para Todos?

“As estatísticas mostram que 73% de quem compra PC para Todos troca Linux pelo Windows em algumas semanas. E quase metade, 47%, por Windows pirata.

(…)

A brecha foi a exclusão do Windows e de software proprietário em geral do programa. Por que, caso se enquadrasse no teto do custo do PC para Todos, o Windows deveria ficar de fora? Eu não vejo razão. Acho que as pessoas, e não o Estado, devem decidir que sistema operacional devem usar. E se elas preferem Windows, por que devem ser excluídas de financiamento de PCs dos bancos oficiais?”

Veja o artigo completa no Blog da Sandra Carvalho


Suspiro de bom senso 2

Depois de abolir a obrigatoriedade de software livre em detrimento da meritocracia (onde prevalece a melhor solução custo/benefício, independente se é aberta ou não) nos telecentros da cidade, a prefeitura de SP amplia essa política para toda a prefeitura, mostrando que o bom senso não deve ser limitado a uma ou outra iniciativa, mas deve existir em toda máquina pública.

Leia a notícia em: Software livre não é prioridade em SP, diz secretário

Entre as justificativas pertinentes para esta mudança, destaco algumas palavras de Januario Montone:

“Essa é uma discussão irrelevante. Precisamos dos softwares que são mais baratos e que executem as tarefas necessárias. Nesse contexto, nem sempre o software livre é o que procuramos”

Ou ainda

“Não posso discutir se o software é livre ou não em um momento em que trabalhamos a integração dos sistemas”. “A discussão sobre software livre é mais ideológica do que técnica”.

Será que é tão difícil enxergar o óbvio? Aparentemente sim (para alguns). O mundo é heterogêneo, ninguém tem a resposta para todos os problemas, e é da diversidade que se tira as melhores soluções. Forçando software livre (ou qualquer outro modelo, aberto, fechado, não importa, importa sua imposição ou não) mata-se na raiz esta possibilidade. É uma discussão longa, cujos argumentos nem sempre são entendidos por aqueles que se dizem defensores do SL, mas que no fundo só se interessam pelo fato de ele ser grátis, ou apoiam convenientemente a política do governo simplesmente porque ela é favorável ao movimento, não importando a validade e as conseqüências (meios pelos fins) disso. E antes que me venham com a velha ladainha de MS versus o mundo: (1) não se combate monopólios criando-se barreiras ideológicas, muito menos criando-se regulamentações abusivas, reacionárias e restritivas do tipo, (2) software proprietário não se resume a Microsoft.

Ao se combater o suposto monopólio da Microsoft (monopólio existente, diga-se, apenas no caso do sistema operacional de desktop e na suíte de escritório) como faz uma torcida de futebol (cujo raciocínio é movido pela paixão e pouco pela razão), varre-se do mapa a possibilidade de se usar qualquer outro software proprietário notoriamente decente, funcional, rápido, seguro, e cujo custo de licenciamento é irrisório perto do custo total da solução (mão de obra, treinamento, suporte, etc) – alguns chegam ao absurdo de dizer que o conceito de TCO e/ou TCU são conceitos errados, como que contrariando as leis da matemática, onde 1+1 são 2 (mesmo quando o conceito é usado a favor de software livre – é aquela velha história: se é para endosar, vale tudo, caso contrário, não vale nada, é tudo mentira, é interesse, é conspiração, é…). Ou então, o que é pior: nega-se a possibilidade de se usar um determinado produto/solução que por não possuir similares abertos, é simplesmente deixado de lado, para prejuízo dos usuários e da população (vide os casos de usuários portadores de necessidades especiais nos telecentros da cidade. Optou-se pelo Windows XP sabiamente neste caso). Mas este não é um exemplo isolado, existem inúmeros outros, em áreas onde as soluções abertas não se comparam às fechadas existentes (ainda). É o caso da área gráfica por exemplo. Quem bate (ou mesmo se equipara) à softwares como Photoshop, PageMaker, Premiere ou mesmo o famigerado Corel? Ahh… estes são fechados, não podemos usar… Ridículo, contraproducente e absolutamente partidário. E depois ainda tentam justificar a coisa usando uma visão “big picture”, onde o software aberto proporciona liberdade de escolha. Eu pergunto: qual escolha? Soa até como se estivéssemos fartamente servidos de soluções abertas para todos os propósitos e necessidades existentes (e atuais). Isso como sabemos está absolutamente longe de ser real. Na verdade, temos, na arena de código aberto, uma profusão tão grande e caótica de alternativas, que poucas delas conseguem destaque e se tornam soluções realmente completas, integráveis, expansíveis e (principalmente) interoperáveis. E quando o fazem, como que por ironia do destino, acabam adotando um modelo semi-fechado, semi-aberto (melhor dos dois mundos?), vide MySQL, PHP e distribuições Linux de grife.

Alguns argumentam: se não tem no mercado, é só fazer (ou melhorar) algo existente… Ah claro, outra afirmação do tipo “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. A que custo? Quem da prefeitura de SP vai pegar um fonte de um programa do porte do Gimp (por exemplo) e adicionar módulos de edição de vídeo e afins? Existe estrutura para isso dentro da prefeitura? Devemos pagar para ter essa estrutura na prefeitura? Ok: a “comunidade” faz esse trabalho? Se faz, em qual velocidade e comprometimento? Isso está de acordo com as necessidades da prefeitura? Para responder devemos lembrar: tecnologia é meio, não é fim. Pelo menos é assim que (para o bem do bolso dos contribuintes) governos e empresas deviam pensar.

Decisões racionais devem ser tomadas em detrimento das emocionais e ideológicas. O dinheiro não é seu? Então use-o da melhor maneira possível. E é justamente este o caso de qualquer órgão público. Parabéns à prefeitura: deixou o debate político e ideológico de lado e está se atendo ao debate que interessa à todos contribuintes: o técnico.

UPDATE: se você chegou até aqui via BR-Linux e já está doidinho para postar um comentário ácido, peço gentilmente que páre, reflita e poste algo que se atenha única-e-exclusivamente ao tema que aqui está sendo tratado: adoção de software livre no governo brasileiro (em todas as instâncias). Deixe trollismos e outras coisas estúpidas de lado, eu não vou responder (e provavelmente vou deletar o comentário). Se quiser conhecer minha opinião sobre o que a Veja publicou, leia aqui e especialmente aqui.


Suspiro de bom senso

Telecentro de SP passa a ter software proprietário.

Usar a melhor solução em software (não importa o modelo de licenciamento) é melhor do que qualquer ideologia partidária e imposta. É sabido que o Windows tem muitos recursos (nativos ou de terceiros) para portadores de necessidades especiais. Por que não usá-lo então? Só porque é proprietário e é da Micro$oft (com cifrão, como a “comunidade” gosta de enfatizar)?

Isso é burrice e ideologia cega, não leva a lugar nenhum. Talvez apenas ao isolamento. É bom saber que o bom senso está voltando a prevalecer.


A Macromedia não ‘matou’ o CamStudio

Ontem estava lendo minhas entradas no Bloglines e me deparei com uma notícia no BR-Linux cujo título me chamou a atenção: “Macromedia tenta absorver o programa de código livre CamStudio em prol do Robodemo“. Eu achei estranho, pois pelo que me lembro quem comprou o CamStudio foi a eHelp, que por sua vez foi comprada, muito tempo depois, pela Macromedia (que por sua vez foi comprada pela Adobe…). Eu achei inconveniente a maneira como o assunto (e o nome da Macromedia) estava sendo tratado e resolvi responder, colocando informações que o autor (note: o BR-Linux aceita colaboração de interessados, que eventualmente postam notícias para serem publicadas) poderia ter facilmente obtido se tivesse pesquisado um pouco e fosse um pouco além da leitura ácida (e contraditória – incluindo dizer que a Macromedia andava mal das pernas em termos financeiros, sendo que ela acumulou recordes de faturamento seguidos e foi adquirida pela bagatela de 3.4 BILHÕES de dolares pela Adobe em 2005, num claro reconhecimento de seu crescimento e qualidade) da matéria fonte, que por sua vez também usou uma outra matéria fonte, que por sua vez usou uma outra matéria fonte de outro lugar estabelecendo assim um verdadeiro telefone-sem-fio, onde os detalhes e informações vão sendo mudados ao sabor (e humor) de quem os passa adiante. Vale lembrar que o autor do post no BR-Linux já frequentou o CFGIGOLÔ e aparentemente tem prazer em descer a lenha em qualquer coisa que seja software proprietário. Ele não podia perder a chance de meter pau em mais uma…

Depois do comentário que fiz, para minha surpresa o pessoal do BR-Linux mostrou-se aberto e ciente dos erros que a informação postada continha e prontamente indicou as correções como uma atualização do post/notícia. Eu fiquei gratamente surpreso pois confesso que não esperava essa atitude (preciso rever meus conceitos). Parabenizo o BR-Linux e peço desculpas se o meu comentário pareceu demasiadamente irônico, acontece que eu já estou condicionado a entrar numa discussão destas com três pés atrás. Quando se trata de lidar com alguns jogadores de pedras de software proprietário (não importa qual), todo cuidado é pouco.

E por falar em SL e Macromedia, é uma notícia antiga (e já publicada aqui), mas que serve de contraponto ao que foi publicado no BR-Linux: MACROMEDIA JOINS ECLIPSE FOUNDATION. E vale lembrar: a Macromedia/Adobe tem ferramentas que se sobrepõe ao Eclipse (ok, em escala menor, mas o Dreamweaver é uma suíte bastante completa, inclusive com controle de versionamento e afins), para quê então estaria gastando esforços com o Eclipse? Nem todos são malvados só porque fazem software proprietário. Fazer software proprietário e comercial não tem nada de errado como alguns insunuam ou crêem. Aliás, grandes projetos OpenSource se tornaram comerciais (vide MySQL, PHP, etc). Tem gente que confunde ativismo com ideologia e inconscientemente acaba criticando o que não devia criticar, entre outras boçalidades que já conhecemos.

Agora algo precisa ficar claro: a Macromedia/Adobe é uma empresa que visa lucro, por isso pode eventualmente cometer deslizes “éticos” do ponto de vista do pessoal do SL. Eu particularmente não conheço a Adobe a ponto de me arriscar a defender suas estratégias, mas o que eu sei é que (como CEO – Chizen – já disse várias vezes após adquirir a MM): a Microsoft é nosso alvo. Sendo assim não seria inteligente comprar briga com a “comunidade” opensource (por mais que ela queira fazer o contrário).


Sérgio Amadeu sai do ITI e deixa governo

Agora foi oficializado.


Microsoft só da pau

Post engraçado de um velho amigo de escola:

http://lsdr.net/arquivos/2005/07/10/microsoft-so-da-pau

Luiz, você tá bem mais gordo bicho! O cabelinho então… não comento.