Questionamento
Publicado; 24/05/2005 Arquivado em: Mundinho corporativo 11 ComentáriosÉ notório e impressionante a quantidade de comentários no último post do Alex questionando o modo como vem sendo conduzida a filosofia e implantação de software livre no governo. Não é um número absoluto tão grande, mas nenhum outro post teve tantos comentários aqui no CFGigolô.
Comentando rapidamente sobre o assunto, sem dúvida impor o uso de software livre em instituições governamentais (como já abordado neste blog), é um absurdo. Imposição normalmente é algo muito ruim, independente se em termos tecnológicos ou não. Não questiona-se a qualidade do software livre, o que não faz o menor sentido, mas sim o modelo de adoção. Perfeitamente cabível (o questionamento).
Aliás, oposto a impor, questionar é algo interessante.
Nos comentários do referido post é possível ver comentários interessantes, pertinentes e de qualidade, como os que questionam a frase “transformar o software livre em obrigatório nas declarações de imposto de renda”. Questionado e argumentado, qualquer coisa pode fazer sentido. Aliás, acredito que o autor desta pequena reportagem falhou, o que não vem ao caso para este post.
E é possível ver também (muitos) comentários religiosos, em que a questão de software livre é encarada praticamente como dogmática, e o questionamento, seja de uma revista, do Alex ou de qualquer outra entidade, é vista com maus olhos. Como na inquisição, o pecador é brutalmente odiado. Por fé.
É onde eu considero um outro problema. O questionamento infundamentado. É pior do que a “cegueira”, pois você vê algo, mas não acredita simplesmente por algo que não pode explicar. Normalmente chamado de princípios, confundido com fé. E muitas outras vezes por puro e simples desconhecimento.
O questionamento é positivo quando bem fundamentado e pode produzir mudanças mudanças positivas. Desvincilha o vício e proporciona desenvolvimento. Questionar é uma coisa. Questionar ou até mesmo afirmar sem conhecimento de causa é outra.
E isso nos leva a uma outra parte deste post, que como já devem ter percebido, não trata de software livre.
O desconhecimento é um problema muito, mas muito grave mesmo. Tem sido comum ver na lista CF-Brasil pessoas questionando – o que é perfeitamente aceitável! – o ColdFusion, mas sem saber exatamente como a ferramenta funciona – o que é péssimo!!
Justamente por não conhecer a ferramenta, ou ter realizado uma má pesquisa – o que inclui fontes duvidosas – sobre o assunto, acredita que a ferramenta não cumpre o que promete, é fraca, insegura, é ruim, entre outros adjetivos pejorativos e não condizentes com a verdade. É sempre bom deixar claro: não digo que a ferramenta é perfeita, mas assertivas não verdadeiras têm sido freqüentes, e não apenas na lista.
Alguns podem achar que dessa maneira estão “contando a verdade para todos” ou simplesmente fazendo um broadcast de sua opinião pessoal, até se tornar, ou melhor, ser encarada como “verdadeira”. Afinal, o que muitas vezes tem valor é o percebido, não o real. Mas pensem pelo outro lado: um dia, em alguma conversa, alguém que sabe mais que esta pessoa má informada, vai achar que esta usa um cabresto, por pura demonstração de ignorância.
Há um caso prático onde o desconhecimento quase levou à decisão errônea:
Há o caso de um órgão no governo, que por muito desconhecimento de um produto, está questionando a capacidade dele. E posso afirmar: é um excelente produto, que é capaz de resolver perfeitamente a demanda deles. Mas por desconhecimento e mau uso, encaram o produto como ruim. E aí tem que gastar mais dinheiro para consertar o que fizeram ou mudar para outra solução, seja de software livre ou não. E nesse caso, a custosa troca seria totalmente desnecessária e não traria os benefícios que eles já tinham (mas não sabiam utilizar)
O questionamento não é ruim. Mas pitadas (as vezes colheradas inteiras) de religião ou falta de conhecimento são péssimos, na falta de adjetivo “pior”.
Acho… hum… interessante que alguém preso a uma ferramenta proprietária trate o movimento tecnológico, filosófico e social do software livre como “religião”: em sua visão, realmente a religião deve ser a única coisa a se preocupar com moral e ética, palavras estranhas ao seu mundinho. 😉
Argumentos pífios e fora de contexto completam a evocação. Para alguém fanático, todos os que discordam de si é o que são.
Imposição é, em absoluto, uma coisa ruim? Se uma empresa impõe um padrão para seus empregados, isso não é ruim. É necessário, apenas. O excesso de diversidade no ambiente da empresa pode levar à improdutividade.
Assim é com o governo. Se se decide pela implantação de software livre, que se faça de maneira uniforme. Seus órgãos funcionam como uma empresa.
O que é muito diferente da notícia falaciosa que saiu da Veja e deste blog: de que o governo estaria impondo para o cidadão comum que usasse o software livre para ter que declarar o imposto de renda. Como seria essa imposição? Não foi explicitado. Seria usando GNU/Linux obrigatoriamente? Seria tendo que comprar o PC Popular? Toda uma fofoca vaga que não diz nada, não referencia nada, se baseia apenas em uma suposição tão tola que não chega a ser crível.
Cresça, rapaz. Antes de dizer leviandades deste tipo, faça o favor de pelo menos verificar suas fontes. É o mínimo que se poderia esperar e que você não cumpriu.
O problema Fábio é que as pessoas não leram direito o que o post do Alex queria na verdade dizer, as pessoas não notaram que ele na verdade estava se dirigindo ao governo e não SL…
Peço disculpas ao dizer isso mas eu não gosto da maneira que vc se refere ao GNU.
existe sim os “Linux religion” mas tambem existe pessoas sérias que tratam do linux como algo diferente de uma simples filosofia…
-> underlinux.com.br
Snoutx
Gostaria de dar meu comentário. O passado às vezes retorna. Na década de 80, em plena reserva de mercado e ditadura militar, a COBRA Computadores (Estatal fabricantes de computadores e software) impunha as estatais e autarquias os seus produtos, pelo simples motivo de não ser necessário licitação. Nesta época a COBRA também produziu alguns sistemas operacionais e vou destacar dois: o SISNE e o SOX). Após alguns anos no mercado, ambos perderam ações judiciais e a COBRA teve que retirá-los do mercado. O SISNE foi considerado CLONE do MS-DOS e o SOX foi culpado por copiar o núcleo do SCO-UNIX. Ação semelhante, aliás, ao que o Linus também sofreu da SCO (http://br-linux.org/noticias/001365.html). Hoje a COBRA ainda existe e ainda vende equipamentos ao mercado estatal (http://computerworld.uol.com.br/AdPortalV5/adCmsDocumentShow.aspx?DocumentID=75838&ChannelID=0).
Como sei disso. Trabalhei nesse período como suporte em MUMPS para a Cobra Computadores.
Senhores,
Por favor, vejam que o autor deste post é diferente do último. Não confudam. Este é sobre “questionar”, não sobre software livre. Mantenham os comentários pertinentes, ok?
Snoutx, felizmente o fanatismo não é regra, mas é bastante freqüente, sobre qualquer assunto.
Patola, eu não trato nenhum movimento tecnológico como religião. Você não captou a idéia do texto. Eu disse que algumas pessoas tratam como religião. Não eu.
Em relação a imposição e governo, embora o governo tenha contas e uma estrutura similar a de uma empresa, seus aspectos intrínsecos de governança e opinião (repres. popular) são particulares e diferem de uma empresa. Imposição de uma didatura por exemplo, é algo ruim. Um governo é público e representativo, uma empresa é privada.
Quanto ao fanatismo, é justamente o que eu comento: quando se questiona algumas pessoas, estas tem tanta certeza, fundamentada ou não, do que falam, que encaram a opinião alheia como bisonha.
Obrigado por concordar comigo.
Esse Alex sei lá de que, deve ser funcionário público, numa carreira que não vai mais a frente em nada, daí ficar escrevendo coisas estúpidas sobre o governo.
Alex, considere o governo como um matrimônio que você é a noiva e o estado o noivo, antes de casar ele te promete um mundo lindo, depois de casar ele vê que você como mulher, dá um monte de despesas, daí ele decide reduzi-las, em casa troca as lampadas para econômicas, vende o carro importado e compra um modelo 1000, faz um outro monte de cortes ate conseguir pagar com o salário (arrecadação) as contas da casa.
Para arrumar tais despesas haverá insatisfação da então esposa que sonhava com tudo de mais caro (melhor), mais não contava que o salário do marido não seria suficiente para pagar tudo, pois sonhara que tudo seriam rosas, “que pena” diria ela, a realidade é diferente.
Em termos de governo, a troca de itens caros por mais baratos, causariam um verdadeiro grito de uma minoria nos cargos públicos acostumados com o bem bom, isso porque há muito nem se atualizam e tampouco o governo investe neles pois estão acomodados ou velhos demais, não se esforçam, se você faz parte desta elite contenha-se, até mesmo uma boa esposa tem que levar na bun… um dia para mudar a posição das coisas e possivelmente ver o marido satisfeito e trabalhando mais para sobrar algum no proximos dias para pintar o cabelo, as unhas e outros trecos que mulher gosta.
Raciocine. Você não acha justo o governo mandar dentro de sua própria casa ?
Se não concorda, tente votar no próximo pleito na oposição (PFL/PMDB e outros que mandaram até 2002) e se lance também como deputado federal, quando você estiver lá, a casa é sua, daí voce fod… o povo com suas leis protecionistas do capitalismo, mais por enquanto, engula sua revolta travando bem os dentes, pois você não é deputado, tampouco senador, nem manda no estado (na casa).
Que peninha, vai ver o governo trocar o que quiser e só vai conseguir se debater. Se realmente for servidor público federal, aí sim, vai poder sentir nos costados a mão de ferro do governo MANDANDO no seu cargo, se fosse pessoa diria: “faca isso em detrimento daquilo”, pois a sua posição é de um servidor.
Boa sorte nos próximos pleitos, ou boa sorte nos concursos estaduais/municipais, você vai precisar para mudar de emprego (se for servidor federal), caso contrário pode até pegar um úlcera de raiva, pois no governo é questão de tempo até todos os orgãos terem treinamento (olha investimento chegando), para todos utilizarem os softwares livres porém não gratuítos.
Se precisar de ajuda com OPENOFFICE ou PHP não hesite em postar algo nas listas de ajuda, vou ver lhe socorro pra não deixar você meter o pé na jaca (desempregado).
Alex, parabéns pela coragem de dizer o que pensa, e de expor de forma tão clara suas idéias (muito boas e sensatas) e de não ser mais um “maria vai com as outras” do SL. Gentinha mais sem imaginação.
Teus questionamentos são os mesmos que povoam as mentes de TODOS os envolvidos no mercado de softwares e soluções do governo. São questionamentos sábios e pertinentes, bem diferentes da festa promovida (sem pensar em conseqüências) pelos adolescentes fanáticos do SL. Não dê bola aos ataques pessoais, atenha-se ao que você faz bem: argumentar por uma maior racionalidade e imparcialidade nesta questão. Show de bola, continue firme!
Coincidentemente li esse post hoje:
Holland Open Source Conference: Open Source – Science or Religion?
http://alan.blog-city.com/read/1300924.htm
Quer saber?! Eu acho é bom que tanto na comunidade de Software Livre como na proprietário tenha “religiosos”. Assim sobra mais espaço pra quem é competente e num precisa provar nada.
O que será hoje dos “religiosos” do Basic, Cobol, Fortran, etc? Devem estar ainda programando nisso?
Outra coisa que aconteceu nesses comentários é a quantidade de postagens anônimas, escondidas atrás de um nome inexistente. Será que esses imbecís num vêem que postando assim os comentários deles são vaporizados e dado importância ZERO?!
Ainda tem outros nefelibatas que postam links para uma “carta” padrão para se combater postagens. Parecem mais um exército de “velhinhas de Taubaté”! Coitados…
Nem precisa ir muito longe. O Radicalismo já enche o saco por aqui mesmo. Um pouco mais de centro, um pouco mais de imparcialidade, um pouco mais de RACIONALIDADE.
__O governo do Paraná economizou R$15,000,000 com o Software Livr. Aqui na UFPE, os computadores com Linux costumam ter menos problemas, e nos telecentros onde se usa Linux, como em Porto Alegre, têm-se uma redução drástica de falhas aleatórias, vírus e travamentos.Linux não tem vírus daninhos quando comparados aos 100.000 do Windows. É menos invadido e geraria muito mais trabalho em suporte e manutenção, além disso nem todo software precisaria ser livre para ser usado nele, só dependeria do desenvolvedor!
__Não é ideologia, Software Livre é mais barato, quando bem implementado, a curto prazo e mais ainda depois que se forma a mão de obra especializada ou não, a médio prazo! O governo de fato adota SOftware LIvre muito na teoria, e não estou vendo imposição, mais um sugestionamento saudável, infelizmente mal estruturado, para o uso do S.L. As leis propostas são flexíveis e respeitam o bolso do contribuinte e a necessidade de se usar, quando necessário, software proprietário.
__O que vejo é que o Sr. Alex não questionou as medidas de Fernando Henrique e de seu governo, quando compulsoriamente enfiou PCs com Windows, sem qualquer outra opção, em 99,9% dos órgãos públicos em licitações super faturadas onde vendia-se o Windows+Office pelo mesmo preço de prateleira em uma loja de Shopping Center. Ou quando o mesmo governo impelia em torrar o sangrado dinheiro do FUST em máquinas Windows-like+ASP+VISUAL BASIC para ¨Democratizar a Informática¨. Nunca vi nenhuma revolta do Alex, quando do processo de informatização do país sedimentado em softwares compatíveis apenas com WIndows, desenvolvidos em Visual Basic, ASP, Delphi, SQL etc. . .Ou seja quando ele e outros tantos, hipocritamente, afirmam que não se justifica desenvolver aplicações multi-plataforma porque usuários de outros sistemas não representam ¨gente¨ e que por isso são obrigados usar o WIndows, para serem humanos, se esquecem que a atual situação de 99% de usuários de plataforma Windows, foi formentada por gente como ele, que juntamente com um curral de outras empresas e pessoas, ajudaram a sedimentar o monopólio, que ironicamente, usam hoje como justificativa para que não seja quebrado, pois representa a ¨vontade¨ das massas.Imposta por ¨eles¨ através da mídia e de uma indústria conhecida como Wintel, Windows-like, etc. . .
__Como último dado, cabe afirmar que quando tanta gente usa tais sistema proprietários, sabe-se muito bem do montante de 90% de instalações pirateadas e portanto ilegais no meio da população usuária, linux portanto ajudaria a deflacionar esses números aterradores . Mais o Sr.Alex não percebeu esse fato. . .Parece-me que ele tem bons motivos, estes sim ideológicos e pessoais, para ser contra a política do Software Livre, e seu benefício para tantas pessoas, pois com mais dinheiro nos cofres públicos teremos mais escolas e hospitais, isso num mundo Ideal, num governo realmente sério. Fica claro para mim, que ele defende seus interesses e suas formações acadêmicas, tendo medo de perder suas portentosas fontes de renda oriundas das Tecnologias Windows Like e compatíveis, e não apenas do Software Proprietário, pois o mesmo encontra-se presente no mundo Linux. Está claro que o Alex não luta pelo que ¨é certo e justo¨, mas pelo que lhe satisfaz e lhe beneficia. Quanto a mim.Acho que seria ótimo se a MS perde-se 50% do mercado para outros setores, seria péssimo para os dinossauros que temem o desconheicdo e pregam a estagnação como a velha máxima de que somos estadistas e comunistas, quando na verdade eles é que o são.
Sem mais!
Até parei de ler os comentários porque começou a me irritar…
As pessoas que comentaram o artigo do Alex não tiveram nem a capacidade de COMPREENDER o texto. Do que entendi, Alex não é contra o Software Livre, ele apenas quis dizer que não concorda com a maneira que o governo quer promover o Software Livre.
FORÇAR ALGUÉM A USAR SOFTWARE LIVRE É ERRADO!! Isso não é ditadura…
Concordo com a decisão de o governo usar Linux nos computadores deles porque é uma economia grande com licensas, programas, etc… Agora forçar usuários domésticos a usar software livre é um absurdo!! Ainda mais se tratando de declaração de imposto de renda…
Eu uso Windows porque mais da metade dos softwares existentes no mercado são exclusivamente para Windows, senão eu já teria largado Windows faz tempo!!
A única coisa que peço é que as pessoas leiam os artigos com mais cuidado e ao menos tentem compreender o texto (é o básico, aprendemos isso na 1ª série) para não causar uma briga por aqui…
Um Abraço!!
Brunno Pleffken
IMPOSTO DE RENDA – Os notórios (donos de cartórios de registros públicos) pagam Imposto de Renda? A minha pergunta pode parecer estranha, mas não é, visto que basta verificar que num curto espaço de tempo os notórios acumulam ricos patrimonios (imóveis, carros, fazendas, etc). E o mais estranho é o fato dos notórios realizarem um trabalho público, o título passa de pai para filho ou até pode ser vendido. Será que já não está no tempo de acabar com esse absurdo?