Cancelled without prejudice

O final do mês de Setembro e começo de Outubro foi um período bastante difícil para mim. Como bom taurino, é comum me sentir em apuros diante da necessidade de tomar uma decisão entre uma opção ou outra sem ter elementos claros e/ou palpáveis, ou mesmo tempo para coletar dados e informações sobre estas opções. Quando a diferença entre elas são óbvias (ex: algo bom versus algo ruim), fica fácil decidir. Mas e quando ambas opções são muito boas? Foi exatamente o que me aconteceu no campo profissional.

Depois de 6 meses como consultor e 10 meses como Coordenador de TI numa das melhores ONGs onde já pude trabalhar (um time de primeira, uma estrutura ímpar, orçamento 100% garantido), decidi que era hora de buscar uma oportunidade na iniciativa privada e encerrar, pelo menos por enquanto, minha longa relação com a Amazônia e com o terceiro setor. Precisava aprender como funciona uma empresa grande, sacar qual era desse mundo e passar para o “outro lado”, uma vez que só tinha contato, esporádico, como consultor autônomo. Se pudesse ser em uma empresa de tecnologia, melhor ainda.

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Entre as oportunidades que apareceram, a primeira era bastante tentadora: trabalhar na área de desenvolvimento web do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. O fato de o BID ser uma grande organização/instituição já era interessante por si só – e cumpria os objetivos que eu havia fixado para “novos desafios”. Se adicionarmos o fato de o BID ser uma instituição internacional e multicultural, de o trabalho ser em Washington DC (uma das melhores cidades dos EUA para se viver, apesar do custo de vida elevado) e, oras, de o salário ser em dólares, a oportunidade era praticamente irrecusável. Foi graças a um grande amigo (que inclusive já foi editor neste blog) que tive acesso a esta oportunidade. Nessas horas é que você percebe que, de fato e a despeito de todas as dicas manjadas de gurus de auto-ajuda, é muito importante manter um bom network. Eu sou profundamente grato ao Emanuel Costa por ter aberto as portas para mim no BID (e espero que elas se mantenham abertas).

Malas prontas, passagens compradas, visto de trabalho G4, instruções deixadas eis que me aparece a Locaweb…

Antes mesmo de começar a conversar com o BID, eu já estava participando do processo seletivo na Locaweb. Mas a resposta demorava a vir. Na data limite, e já tendo dado um “sim” verbal para o pessoal do BID, a proposta da Locaweb finalmente chega.

Eu detesto desistir (e avisar) em cima da hora, mas neste caso não tive saída. Aceitei a proposta da Locaweb e disse não para o BID, Washington, ColdFusion, etc, etc… Fiz mesmo sem ter certeza de que estava fazendo a coisa certa (ainda não sei, e claro, não saberei nunca). Mesmo aplicando-se a regra do “nunca olhar para trás”, é uma decisão foda.

O que ameniza a minha barra com o BID é que pelo menos eu ainda não tinha assinado um contrato, e fazia menos de uma semana que o BID havia feito a proposta, tempo razoável para pensar em aceitá-la ou não – ainda mais implicando em mudança de país. Nesse último aspecto, vale mencionar, achei que eles poderiam ter oferecido um pouco mais de ajuda para a expatriação, mas isso foi apenas um detalhe, e pesou pouco na desistência. De qualquer maneira, o mais importante é que eu ainda não tinha embarcado para os EUA e começado a trabalhar. Ainda sim, me sinto em grande débito e profundamente incomodado por ter desistido tão próximo da data de embarcar, e espero que as pessoas envolvidas entendam a minha decisão.

Foi muito difícil, mas pesou a possibilidade de se trabalhar numa área fascinante e em profunda mudança (já dizia o ditado do Google: “My other computer is a data center“). Ficar no Brasil também tem as suas vantagens práticas. Moro há 300 quilometros de um dos lugares mais bonitos do planeta: o Planalto do Itatiaia, dentro do Parque Nacional do Itatiaia – do qual sou membro do Conselho Consultivo. Mesmo que os EUA seja um país igualmente bonito, me faria muita falta o que temos aqui. Tenho uma ligação especial com Itatiaia e com as montanhas da Mantiqueira. Entra no pacote também a família e a questão cultural. Eu conheço bem os EUA, já passei algumas temporadas por lá (não como turista) e, creio não ser movido pelo desejo tão latente em nós, latino-americanos, de conhecer e viver o “american dream”, uma cultura e estilo de vida que, no fundo, já conheço. Mas isso já uma outra (longa) história.


Tietagem

Quantos de vocês já puderam apertar a mão ou conversar (sobre as impressões pessoais e emoções) com alguém que já esteve no espaço? Pois eu já! Mês passado, vindo de Manaus, numa escala atrasada em Brasília, conheci Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, que esteve na ISS durante uma semana. Eu já tinha falado sobre ele em 2006 aqui mesmo. Marcos é astronauta da NASA, engenheiro aeronautico pelo ITA, além de piloto de caças e tenente-coronel da FAB. Em suma: é um típico astronauta (coloque aqui toda a aura que um astronauta carrega – para mim ele já era fodão apenas por ser piloto de caça…).

Celebridade anônima, num país onde ídolos são jogadores de futebol, cantores de funk e outros, Marcos estava quieto e com o olhar distante, sentado sozinho num banco da sala de embarque, escutando música pelo MP3 player como qualquer um. Esperava o mesmo vôo atrasado que eu, para Congonhas. Pedi licença e disse que conhecia ele. Ele pareceu surpreso, mas feliz ao mesmo tempo, pelo reconhecimento no meio de tanta gente apressada e “importante”. A conversa foi uma típica conversa de nerds, mas com alguns pitacos de poesia, especialmente ao descrever as sensações de se ver nosso lar, a Terra, do espaço, com direito a contar detalhes sobre as visões maravilhosas de tempestades vistas de cima (bem de cima), do mundo a noite (luzes das cidades) e toda sorte de curiosidades sobre o espaço e a Terra vista de cima, pelos próprios olhos, ao vivo. O embarque já estava sendo anunciado e eu também não queria atrapalhar sua espécie de meditação. Tenho certeza de que ele, com o seu fone de ouvido (ele não tirou durante todo o vôo), sonhava ou recordava os momentos que passou lá em cima,  numa posição extremamente previlegiada, voando mais alto que todos nós.

Deu tempo de bater uma foto na fila de embarque, claro. =)

Marcos Pontes e Alex Hubner

Marcos Pontes


Tamanho de fonte agora é lei!

E agora virou lei: contratos não podem ser em letras minúsculas! Fico espantado ao criarem uma lei que basicamente traduz-se em “tenha respeito por seu consumidor”. Mas essa não é a primeira desse tipo. Recentemente tivemos a nova lei para telemarketing, em que um dos parágrafos diz em termos jurídicos “não desligar na cara do cliente”…

Já que estamos nessa linha, sugiro acabar com aquelas frases minúsculas dos rodapés propagandas de TV que praticamente piscam; dizer que “aparecem” seria bondade – elas não ficam nem por um segundo inteiro! O tempo de exibição é pequeno, o texto é longo e mesmo em um TV de 32″ o texto ainda fica pequeno demais para ser lido.

Se for algo que afete diretamente o consumidor, que seja dito e explicitamente. Aliás, o Código de defesa ao Consumidor já prega informação adequada e clara. Com estas leis estamos sendo apenas mais.. ahãn.. “claros” com as empresas.


Na Natureza Selvagem

Ok, um mês inteiro sem atualizações, mas vale o post off-topic. Nesta sexta-feira estréia no país o filme “Na Natureza Selvagem” (Into the Wild), baseado no livro/pesquisa de John Krakauer, (jornalista e alpinista). O livro fez muito sucesso quando foi lançado (inclusive aqui no Brasil). A história (e na realidade é um relato, visto que trata-se de uma história real) é muito interessante e é capaz de mexer conosco, levantando sentimentos e vontades há muito esquecidas em nossas cabeças (e corpos).

“Rather than Love, than Money, than Fame, give me Truth.”
— Henry David Thoreau

Reportagem sobre o filme: “Na Natureza Selvagem” conta saga de jovem até o Alasca


Piada do Programador Estrela

Um programador mediano estava sendo entrevistado para um emprego em uma grande fábrica de software: “E quais são suas pretensões salariais?”, perguntou o entrevistador, depois de ouvir longas e digressões do candidato sobre a sua própria capacidade e seu “score” numa provinha de certificação. “Aproximadamente uns vinte mil reais por mês, mais benefícios.”, respondeu, e com ar todo empertigado, arrematou: “Quais os benefícios que a sua empresa oferece?”. E o entrevistador, depois de pouco pensar, responde: “Normalmente, férias de 6 semanas por ano, fundo de pensão para complementar sua aposentadoria, um carro novo a cada dois anos, cartões de crédito, título de um clube, plano de saúde integral para todos os dependentes e viagem aos Estados Unidos duas vezes por ano.” “Você está brincando?” – pergunta o programador. “É claro! Mas foi você quem começou!”

(Originalmente criada pelo Alex meses há atrás, e hoje adaptada para o blog…)


“Robin Hoods” do Brasil

Antes se roubava para benefício próprio, familiar ou para o círculo íntimo… Com o PT (não apenas na esfera federal), uma nova era surgiu: passou-se a roubar pelo partido, pela “causa”, pela “luta”. O roubo ideológico trouxe um mudança importante: ele proporciona o distanciamento necessário para que se roube ainda mais. Afinal, não se está roubando de forma mesquinha, egoísta, para beneficio e enriquecimento próprio… A motivação é maior, é para o “bem” do povo. Se o partido não cresce, não chega ao poder, se não chega ao poder, não pode promover as mudanças necessárias… é o roubo estilo Robin Hood. Afinal, desde que o PT é partido, os fins sempre justificaram os meios: PF: Cisco usou laranjas para doar R$ 500 mil ao PT


Quando um imbecil resolve falar do outro…

Vice dos EUA comete gafe e confunde Venezuela com Peru.


Tostex de olho, minha experiência com a PRK

Eu era míope. Tinha aproximadamente 4 graus em cada olho, e também um pouco de astigmatismo (0,5 no esquerdo e 0,75 no direito). Usei óculos desde os meus 12 anos de idade. Sexta-feira passada foi o meu último dia com óculos (pelo menos pelos próximos 10 anos). Este é o meu relato sobre a minha experiência com a cirurgia de correção visual chamada PRK – Photorefractive Keratectomy. Espero que seja interessante para aqueles que pretendem fazê-la e querem ler a respeito. Eu encontrei muitos relatos de pessoas que fizeram a operação e que traziam informações valiosas, de caráter não-técnico, mais humanas. Entretanto foram pouquíssimos ou quase nenhum relato em português, de maneira que achei que seria interessante escrever um, mesmo que de forma despretensiosa (aliás, como é a maioria). Eles foram de grande valia para a minha decisão de fazer a cirurgia. Espero que este post engrosse o caldo de resultados de busca daqueles que, como eu, procuraram na internet referências – para desespero dos médicos, que se vêem obrigados a responder muito além do básico. Por isso também vou me limitar a como foi a minha experiência, tendo em vista também o uso de computadores.

Obviamente eu sempre soube das cirurgias à laser para correção de miopia. Entretanto decidi fazer a minha meio que na loucura. Dois fatos principais me levaram à decisão de operar: (1) um amigo que fez a cirurgia e apareceu no dia seguinte apenas com os olhos um pouco vermelhos (ele fez LASIK, veja mais adiante) e (2) o preço da cirurgia, que eu não tinha a menor idéia, em valores atuais.

Uma cirurgia dessas, há poucos anos atrás, custava facilmente 10 mil reais. Hoje com 3 mil (que podem ser pagos em suaves prestações) você opera os dois olhos, as vezes por menos disso. O valor da cirurgia torna-se justificável até para aqueles que nunca pensaram em fazê-la, pois estão satisfeitos com lentes de contato. Eu não uso lentes de contato com freqüência – apenas quando quero colocar um óculos escuro, viajar ou praticar esportes, mas tenho certeza que para quem usa diariamente, a cirurgia é uma boa maneira de economizar dinheiro, no médio e longo prazo. Uma caixa com míseras 6 lentes pode chegar a custar 150 reais. Acho que a cirurgia se paga em 1 ou 2 anos (ou até menos) para quem usa lentes de contato com freqüência. Isso sem falar no ganho de qualidade de vida (lentes de contato são um pé no saco e podem fazer mal se usadas extensivamente e sem cuidado).

Entre a primeira visita ao oftalmo e a cirurgia propriamente dita, foram quatro dias. Fiz minha consulta numa terça-feira e na sexta-feira da mesma semana já estava deitado na máquina para receber o laser corretivo… Devido a uma anomalia na córnea do meu olho direito, meu médico optou pelo técnica PRK ao invés da mais conhecida LASIK. A PRK oferece os mesmos resultados do LASIK. Contudo, a pessoa submetida à PRK tem uma recuperação, tanto de visão quanto de pós operatório, mais lenta. Não vou entrar no mérito das diferenças entre uma técnica e outra, uma busca no Google te trará um punhado de textos médicos interessantes e você pode passar horas tentando decifrar cada um dos detalhes…

Enquanto eu escrevo este texto (seis dias depois da operação), eu definitivamente ainda não enxergo bem, mas enxergo melhor do que se estivesse sem óculos (ok, eu era cego sem óculos, mas vá lá). Esse texto está sendo redigido com certa dificuldade, de maneira que eu certamente farei alguns ajustes depois, além de ir acrescentando mais novidades, na forma de entradas para cada dia de recuperação.

A cirurgia

Fiz a minha cirurgia no Hospital Albert Einstein aqui de São Paulo, conceituado e com equipamentos de última geração. A máquina que me operou foi uma Visx Star 4, acho que último modelo e com todos os “patches” (sim, elas também tem isso, afinal são computadores, mas não rodam nenhuma versão do Windows…). Como esta é uma cirurgia em que 90% do trabalho é feito por uma máquina, não vale a pena arriscar, escolha um lugar que tenha uma máquina nova e atualizada. Aliás, o fato de ser no Einstein e com uma máquina nova, de última geração, foi determinante também para a minha decisão de operar. Depois de assinar um termo de responsabilidade e ciência dos riscos (que eu não recomendo a ninguém ler, correndo o risco de desistir da cirurgia) é coisa de meia hora (para operar os dois olhos). Você entra no centro de “Excimer Laser”, responde algumas perguntas ao cirurgião (coisas como histórico médico, doenças na família, etc) e larga seu óculos, fiel companheiro, em cima da mesa (o médico, confiante, ainda brinca perguntando se você já não quer aproveitar para jogá-lo fora, afinal você não vai precisar usá-lo mais)… Ele te veste num avental, uma touca e pinga o primeiro colírio anestésico. Depois disso você já segue para a cadeira, onde eles colocam uma máscara de tecido no rosto (calma, dá para respirar tranquilo), deixando apenas o olho a ser operado exposto. Começa a seção de pingos e põe coisa aqui, ajusta dali, etc. Nada, absolutamente nada dói durante todo este processo. Se você nunca usou lente de contato, pode estranhar um pouco a manipulação do olho. Mas se você usa, é tranqüilo, não existe nenhuma sensação estranha que você já não tenha experimentado tentando salvar a sua lente enrugada e perdida na pálpebra ou aquela lente velha e carcomida que você insiste em usar até ter tempo (leia-se: grana) de comprar uma nova…

Uma das coisas que mais me atormentavam antes da cirurgia era a possibilidade de ficar de olho aberto por um longo tempo. Medo disso ressecar o olho e eu piscar por instinto, forte e sem dó, detonando qualquer coisa que estivesse segurando meu olho. Para minha surpresa, depois que me colocaram o aparelhinho e as fitas adesivas que separam as pálpebras, eu conseguia piscar!… (assim acreditava meu cérebro). Na realidade o olho que estava aberto não piscava, era apenas o outro. Mas a sensação psicológica de poder piscar foi muito reconfortante. “Porra, dá pra piscar!” eu dizia, e o médico respondia rindo: você só piscou o olho que está solto… 😉

Pingados mais alguns colírios, o médico vem com uma espécie de demarcador circular. Um anel que, acredito, tem uma tinta especial para demarcar (como um carimbo) a área que será trabalhada na sua córnea. Feito isso ele pega uma espátula especial e começa o processo de raspagem do epitélio. A sensação não é ruim, você apenas sente que estão apertando seu olho a cada raspada. As luzes distorcem quando isso acontece, e dá para ver e sentir que ele está tirando coisas do olho e amontoando num canto para depois remover. Durante esse processo o meu médico ficou discutindo o rebaixamento do Corinthians e outras trivialidades… Um vídeo no Youtube mostra isso com muita clareza.

Depois da raspagem do epitélio, o médico limpa a área com uma haste de tecido (acho que algodão mesmo), só que gelada. Esse gelado oferece uma sensação bem gostosa (claro: “gostoso” no contexto da “tortura chinesa” que você está se submetendo). Não sei porque, mas eu gostei. Na seqüência vêem o laser e a vozinha dentro de você dizendo: “não mexa este de olho agora senão vai tudo para o saco“… O médico manda ficar tranqüilo e te pede para apenas acompanhar a luzinha vermelha que vêm da máquina. O laser não dói nada mas a sensação é bem estranha. A máquina faz barulho de estalos (veja outro vídeo), e de fato você sente o olho estalar, como se uma faísca estivesse atingido a superfície. O cheiro de carne queimada é a indicação de que a coisa não é brincadeira, e que você tem que ficar quieto, acompanhando a luzinha piloto, que teima em sumir, crescer, embaçar e mudar de cor enquanto você toma os “tiros” (é assim que eles chamam os raios de laser). Acredite: é tranquilo acompanhar a luzinha. Só não pode se desesperar. Você ouve os estalos e percebe que saiu algo da superfície da córnea na forma de fumacinha (um tubinho de ar fica do lado do olho sugando a fumacinha). Ablação, com o perdão do trocadilho, é isso mesmo: do sólido para o gasoso, num piscar de olhos. Em outras palavras: um pedaço do seu olho virou vapor… 🙂 No olho esquerdo (o primeiro a ser operado) foram 20 segundos de tiros do laser, no direito 23, sendo que a máquina parou no finalzinho do direito. Eu havia mexido o olho além do ponto tolerável (eu disse que era tranquilo acompanhar a luzinha?). Tudo bem, o laser é programado para parar tudo quando percebe que o seu olho saiu do prumo. Ele tem um mecanismo de tracking avançado, que monitora os movimentos em frações de segundo. Você pode mexer o quanto quiser, não vai conseguir estragar nada, apenas deixar o médico de saco cheio… 😉 Reiniciado o processo, faltavam apenas dois tiros e pronto, all done. Colírio disso, daquilo e uma lente de contato especial que vai ficar no olho por 4 ou 5 dias (as vezes menos ou mais).

Logo depois da cirurgia

Eu disse que na hora não dói nada né? Pois é… só na hora. Cerca de 40 minutos depois (quando você já está voltando pra casa) a sensação é de que te cortaram o olho, jogaram álcool e enxugaram com Bombril!!… Dói (arde) bastante e dá um pouco de desespero. Ficar sem poder abrir o olho é punk (dá uma sensação de vulnerabilidade, especialmente andando de passageiro no trânsito louco da cidade), mas é suportável. Chegando em casa, pedi Pizza (estava morto de fome). Comi, digo, engoli a pizza e fiquei umas 5 horas me arrastando com a dor. Acabei dormindo bem, mas acordei várias vezes durante a noite. Eu não tomei nenhum remédio específico para dor, apenas um comprimido de Tylenol 750 uma hora antes da cirurgia (justamente temendo que a dita cuja doesse um pouco). Dá para superar, mas é fundamental que você tenha alguém para te ajudar no primeiro dia pós-operatório. A Deborah ficou do meu lado o tempo todo, e eu aproveitei de monte os cafunés… 😉

O Dia seguinte

Acordar no dia seguinte é bom. A dor sumiu e deu lugar a uma irritação natural no olho. O pessoal fala em areia no olho, mas para mim estava mais lente de contato ressecada (daquelas quando você dorme por muito tempo, acordando com o olho colado). Segui para o consultório do médico as 9 da manhã para a primeira consulta do pós operatório. Ele disse que minhas pálpebras estavam bem, muito pouco inchadas, o que era bom sinal. Atribuí o não-inchaço a um remedinho homeopático receitado pela minha tia (para tomar antes e depois do procedimento). Me animei e fui tomar café da manhã numa padaria, mas enxergava muito mal.

2o dia

O pior de todos em termos de visão. Tudo bem embaçado e a claridade incomodava bastante. Fui almoçar na casa dos meus pais, mas fiquei de olho fechado e quieto a maior parte do tempo. Alías, dormir é a chave para atravessar os primeiros dias sem ficar de saco cheio ou entediado. Se você não é de dormir como eu, apele para remedinhos, naturebas (ou não)… 🙂 Eu tomei doses cavalares de Ansiodoron, um fitoterápico da Weleda muito bom. E claro, parei de tomar coca-light e café. Consegui dormir bem durante todo o dia.

3o dia

Pouca diferença para o segundo. Tentei usar o computador mas não enxergava minimamente bem. Tentei colocar em modo extra grande do Windows, mas não adiantou. A “cegueira” é diferente. Você não fica com a visão embaçada, daquela quando você tira os óculos. É como se tivesse um plástico fosco na frente, que embaça e distorce um pouco as coisas, não importa se de perto ou de longe. Me “diverti” com fantasmas e halos diversos, que as vezes me pegam de surpresa (sem falar em visão dupla para coisas bem longe – nesse dia eu vi dois aviões voando lado a lado aqui em cima de casa…). A fotofobia passou mas a claridade excessiva ainda me incomodava.

4o dia

As coisas começam a melhorar, mas a visão ainda está bem desfocada. Neste dia tive a minha segunda consulta com o oftalmo e troquei o regime de colírios para outro, de longo prazo, além de remover a lente de contato protetora (saiu sem problemas ou stress). O médico disse que o epitélio já tinha crescido quase 100%, mas ele é um tecido que cresce de forma diferente dos demais tecidos. São várias etapas de crescimento (as vezes contadas em horas) e de destruição (pelo próprio ato de piscar o olho), até se estabilizar. Imagine uma casca de ferida que você arranca várias vezes, e a cada vez, a casca seguinte é menor (em tamanho e espessura), dando lugar à pele normal. Essas camadas novas de epitélio corneano normalmente são enrugadas, e precisa de vários ciclos de crescer até adquirir uma forma final, transparente e “polida” por assim dizer. Eu só vou voltar no médico daqui a 30 dias, para fazer a minha primeira análise de acuidade visual (e receita de óculos se tiver sobrado alguma coisa). O resultado final vêm só com 6 meses ou mais (alguns casos até um ano), quando a camada definitiva (e boa) do epitélio toma lugar.

Saudade dos meus velhos óculos!!! Sim, com a visão que tenho neste quarto dia, dá para viver, fazer as coisas básicas, mas é muito difícil não enxergar, especialmente para coisas simples que eu gosto de fazer: ler e usar o computador. Quando não há mais nada no seu olho (não há mais lente protetora) e mesmo assim você não enxerga direito, dá um certo medo. Medo de que não tenha dado certo, ou que você fique com a visão ruim para o resto da vida. É um medo bobo, sem fundamento, apenas psicológico. A minha recuperação até esse dia tem sido perfeitamente normal pelos padrões (tanto pelo que o médico disse quanto pelo que eu li). É mais fruto da cabeça vazia de ficar em casa moscando o dia inteiro (e sem possibilidade de ler ou ver um filme, ou ficar no computador por mais de 10 minutos). Nessa situação de ócio (que eu deveria estar aproveitando mas não estou – haja…) você fica testando a visão a cada minuto, e isso é desanimador porque ela flutua bastante, e se recupera de forma bem lenta. É preciso se esforçar para ficar menos ansioso e relaxar mais, o tempo há de fazer o seu trabalho. Amanhã vou para o escritório, nem que não possa trabalhar. Acho que sair de casa e fazer alguma coisa vai me fazer bem.

5o dia

Hoje, no escritório, consegui usar o computador, mas ainda como se estivesse usando um monitor velho, daqueles de tubo, sem nitidez e fora de foco. Chega a ser revoltante e irrita muito, mas eu me esforcei para ser paciente. Como estava muito quente, sai da “casinha” (nome carinhoso que damos ao sobrado onde funciona parte da equipe e onde eu fico a maior parte do tempo) e fui para o escritório principal, trabalhar do lado da Deborah e com ar condicionado (apesar da patrulha da mulherada que vive com frio). O olho fica seco com muita facilidade (nem tanto pelo ar condicionado, mas por uma condição natural), e eu tive que pingar Fresh Tears (ou Lacrima Plus) muitas vezes durante o dia. Pingar esses colírios me deu o primeiro vislumbre de como vai ficar a visão após a cicatrização completa do epitélio. Por alguma razão óptica, a superfície da córnea fica regular ao se pingar colírio (qualquer líquido na verdade). Fica muito nítida, clara como cristal, é delicioso. Acredito que o líquido preenche as irregularidades da cicatrização formando uma lente temporária perfeita, lisa. É bom saber que você ainda tem a visão perfeita, mesmo que seja por poucos segundos e precise apelar para um colírio. Hoje a noite dormi pela primeira vez sem o protetor ocular. De ontem para hoje tenho acordado com o olho bem colado e seco (sensação de velcro ao abri-los…), mas nada que uns pingos de Fresh Tears e soro fisiológico não resolvam.

6o dia (hoje, dia deste post)

Melhora discreta na visão. Fresh Tears segue sendo o melhor companheiro do dia… O olho está bem seco e a visão melhora de forma lenta. Meu médico disse que será assim pelos próximos 10 dias aproximadamente (podendo ser mais ou menos). No computador apenas atividades que requeiram pouca concentração. Ler e responder emails (ou fazer um post no bloco de notas com fonte tamanho 18) é uma atividade possível.

7o e 8o dia

Ligeira melhora na acuidade visual e na secura do olho, mas ainda enxergo desfocado/embaçado. Noto que o meu olho direito está demorando mais para se recuperar. O esquerdo está 70-80% bom, mas o direito empacou em uns 60-70%. Eu notei que ele estava pior que o esquerdo desde o primeiro dia da cirurgia, mas não dei muita bola. Pode ser que ele tenha sofrido mais (de fato, neste olho o laser atuou mais tempo) ou então que vá ficar com uma pequena hipocorreção (o que na real não me preocupa, pois o esquerdo se tornou dominante). Mas se é uma coisa ou outra, só vai dar para saber daqui um mês. Hoje (8o dia), dirigi carro numa boa. Ter visão periférica é um privilégio que usuários de óculos não estão acostumados. Foi gostoso.

9o dia

O melhor de todos em termos de visão até agora. Notei que a visão estava quase perfeita ao acordar (e isso inclui o sono da noite e as sonecas durante o dia – era domingo).

10o dia

Na noite anterior eu senti um pouco de incômodo nos olhos. Era uma dorzinha muscular, não tinha nada a ver com ardidos ou lacrimejos dos primeiros dias. Parecia que meu olho tinha sido apertado e mexido. A órbita doia um pouco, mas nada demais. Coincidência ou não, hoje a minha vista amanheceu bem pior. Voltei ao nível de visão que tinha lá pelo 4-5o dia pós cirurgia, e não existe mais diferença (em termos de qualidade de visão) entre os dois olhos. Vai entender…. Continuo pingando o esteróide 4x por dia, seguindo a prescrição do médico, mas sinto que talvez eu já não precisasse mais.

11 e 12o dia

A piora foi apenas temporária. Nestes dois dias a visão melhorou e está quase boa. Sinto um pouco ainda o desfocado e trabalhar no computador cansa mais do que o normal, mas é perfeitamente aceitável. Se não fossem pelos vislumbres de extrema nitidez proporcionados pelos colírios, eu poderia dizer que minha visão está normal de novo. Também senti que o olho direito “encostou” no esquerdo no quesito qualidade visual. Interessante. Descobri as maravilhas do “Fresh Tears Liquigel”, que maximiza a humificação, prolongando a nitidez. Pode parecer uma bobeira, mas é como colocar óculos quando você está tentando trabalhar sem. Dá uma sensação de alívio impressionante. As coisas voltam ao seu devido lugar.

13,14,15,16,17,18,19o dia

Visão bastante boa para realizar todas as atividades do dia-a-dia, incluindo utilização do computador. Sinto que ocorrem algumas flutuações na qualidade da visão ao longo do dia, mas é perfeitamente aceitável. A visão noturna ainda não é tão boa quanto a diurna, de maneira que dirigir a noite é tranquilo, mas pode te trazer alguns sustos (nada demais se você dirigir com precaução). Visão segue melhorando lentamente, dia-a-dia. Hoje (18o dia) é o último dia em que devo utilizar o esteróide (Florate da Alcon). Melhora na sensação de olho seco também. Pingo Fresh Tears com muito menos frequência, de hora em hora, no máximo. Ainda faltam duas semanas para a minha primeira consulta com o oftalmo para determinação de acuidade visual pós-cirúrgica.

Exatos um mês após a cirurgia

Sim, visão perfeita existe! Posso dizer que ao final de 30 dias após a cirurgia (hoje é dia 26/11), minha visão está 100% e eu enxergo melhor do que quando usava óculos. Em grande parte por três razões: (1) agora eu tenho visão periférica, (2) meu óculos estava com grau defasado para astigmatismo, (3) não há como comparar a qualidade da visão direto de sua córnea do que aquela através de uma lente de vidro e/ou acrílico que pode ficar suja, arranhada ou embaçada (quem prefere lentes de contato à óculos sabe bem disso). Ainda há margem para melhora, especialmente no que diz respeito à visão noturna (ainda sinto um pouco ofuscado a noite), à lubrificação dos olhos (de manhã, ao acordar, eu sinto que eles estão mais secos que o normal) e a um certo cansaço/perda de acuidade ao final de um dia de trabalho longo. Acredito que a minha recuperação foi boa, mas ainda há alguma coisa para acontecer pois a cicatrização completa e final só ocorre ao final de 6 meses. A melhor na qualidade de vida é notável. Coisas simples como correr na chuva, acordar e enxergar de imediato, poder nadar sem ter que ficar sem óculos (ou colocar lentes), etc, etc. Me pego ainda acostumado aos óculos, colocando a mão sobre o criado mudo para pegá-los ao acordar, ou tirá-los ao ir dormir, etc. Valeu MUITO a pena fazer a cirurgia. Recomendo à todos sem sombra de dúvida. Faria de novo e sempre que posso recomendo a quem está pensando em fazer.

Um mês e meio após a cirurgia

Primeira consulta para determinar acuidade visual depois da cirurgia. Minha miopia está zerada. Sobrou 0.25 graus de astigmatismo em cada olho, um grau que dispensa o uso de óculos e que pode ser zerado nos meses que ainda faltam (4 meses) para a recuperação completa. Volto ao oftalmo daqui a três meses. Vou usar um esteróide (Pred Fort) por 7 dias. Meu oftalmo disse que minha córnea está ótima, e que este anti-inflamatório é receitado por padrão nesta fase da recuperação.

Um ano e pouco após a cirurgia (post editado em 06/11/2008)

A visão continua ótima, perfeita e clara como cristal. Ainda mantenho os “genéricos” .25 de astigmatismo em cada olho, mas esse valor é desprezível e muitas vezes sequer é identificado em um exame. Qualidade de vida é a palavra que descreve os resultados que tive com esta cirurgia. Comecei a praticar esportes com mais freqüência, emagreci, foi bom ficar de “cara limpa” (inclusive na questão estética). No quesito esporte, os óculos sempre me atrapalharam (eu suo muito e o dito cujo sempre escorregava, pulava, etc), o que era uma boa desculpa para não malhar. Especialmente para quem, como eu, pratica montanhismo e escalada, trata-se também de um risco a menos, uma vez que em ambientes naturais, ficar sem visão, pela perda/queda ou quebra, de um óculos e/ou da lente de contato é um risco sério de vida ou um convite a uma roubada de fazer inveja a qualquer um.

Estou MUITÍSSIMO satisfeito com a cirurgia, e repetiria o procedimento quantas vezes fosse necessário (os benefícios são incomensuráveis). O único senão, é que eu imaginei que a questão do olho seco melhoraria com o tempo. Não melhorou tanto como eu gostaria. É algo perfeitamente controlável e tolerável (muito melhor do que a secura causada por quem usa lentes de contato continuamente – para dormir – por exemplo), mas que particularmente me incomoda um pouquinho, simplesmente porque eu sou fresco. O olho se resseca com mais facilidade. Ao acordar, algumas vezes é comum ter que lembrar de abrir o olho devagar, para não ter aquela sensação estranha de arranhar os olhos. Quando isso não acontece (acordar derrepente ou assustado), ou quando sente-se uma coceira forte e mete-se o dedo/mão institivamente no olho, chega a doer e machucar um pouco. Mas eu tenho uma boa parcela de culpa, pois não utilizo nenhum lubrificante regularmente, apesar da recomendação médica. Desde os 2-3 meses do pós cirurgico tenho levado uma vida absolutamente despreocupada com os olhos. Não ando com um colírio (mesmo numa cidade suja e poluida como São Paulo) e não pingo nada quando sinto que está um pouco mais seco. Eu deveria fazer isso. Aliás, qualquer pessoa vivendo nessa cidade deveria fazê-lo, mas não faço por pura preguiça e desleixo. Desta maneira dou um “desconto” ao fator olho seco, pois sei que se me habituasse a ter sempre a mão um colírio humidificante (assim como eu sempre tinha que ter à mão o óculos e/ou a caixinha dele), para pingar que fosse uma vez de manhã outra de tarde, o problema seria bem menos sentido. Então já sabe: não faça como eu! 😉

Outro ponto: visão noturna. Muitas pessoas dizem que piora. Eu não sei dizer se piora ou não, porque acho que a visão noturna com óculos (que cria distorções e limita seu campo visual e dá reflexos – mesmo com a melhor lente existente) não se compara com a visão que eu tenho hoje. Então eu não diria que no meu caso a visão noturna piorou, pelo contrário, tenho viajado de monte por estradas perigosas de noite, faça chuva ou sol (na verdade céu estrelado…) sem qualquer problema ou diferença. Noves fora, diria que a única seqüela, um ano e pouco depois, é o olho um pouco mais seco do que eu gostaria, o que demanda cuidados muito básicos e simples, mas que eu, na preguiça, deixo de seguir. De resto, é só alegria.

7 anos depois (post editado em 20/09/2014)

Estou com 0,25 – 0,50 de miopia em cada um dos dois olhos. Interessante notar que a visão piorou em uma questão de 6 meses. Não sei dizer se esta piora se deu em virtude de outros fatores, tais como pressão alta e/ou stress, mas é fato que piorou muito rapidamente. Não me impede de ver com clareza nem de dirigir, mas incomoda bastante o fato de não ter mais aquela nitidez de antes. Noto que a visão piora com o cansaço. Recentemente comecei a usar lentes de contato por conta própria. Que falta faz uma visão clara como cristal, tal como a que eu tinha há seis meses atrás…

Dicas gerais para a cirurgia e o pós cirurgico

– faça a cirurgia numa sexta-feira (a minha foi as 20h30) e tire uma semana de férias. Porque sexta? Por que você vai depender de alguém para cuidar de você nos dois dias seguintes, sábado e domingo. E é mais fácil ter alguém disponível (esposa, namorada, pais ou até mesmo um amigo) nesses dois dias. Por que uma semana de férias? Apesar do que dizem, não dá para voltar a trabalhar no terceiro dia após a cirurgia. Se você não usa computadores, vá lá, mas no meu caso (computador o dia inteiro), não rola mesmo, pelo menos até o 6o dia. Por isso uma semana é ideal (lembre-se, para PRK). Na melhor das hipóteses (de recuperação), será uma boa desculpa para descansar. Peça um atestado se for o caso. O meu médico me deu um atestado de 8 dias após a cirurgia.
– Compre um vidrinho de capsulas de vitamina A (6000ui) e tome uma cápsula por dia. Não abuse também, correndo o risco de proporcionar uma super-cicatrização ou cicatrização prematura, o que não é nada legal (pode prejudicar o resultado final).
– Não alugue filmes ou compre livros e revistas, você não vai conseguir assistir ou ler nada por pelo menos 3 dias.
– Esteja preparado para ficar com uma vista ruim por pelo menos 1 mês. Você vai sentir falta do seus velhos óculos… mas depois vai gostar do resultado.
– Arrume um radinho de pilha. Escutar notícias é uma boa distração (fiz isso no terceiro dia inteiro, entre uma soneca e outra). Acredite: por mais que você tenha um iPod de 160Gb, escutar música vai cansar. Além disso, o radinho de pilha (no meu caso foi o despertador), te proporcionará um prazer sádico de escutar notícias do trânsito deitado no conforto da sua cama;
– Dê um jeito de dormir a maior parte do tempo, especialmente nos três primeiros dias. Se você é adepto dos remedinhos e tem alguém para te dar uma receita, vá fundo, eu não tive tanta sorte e tive que me contentar com fitoterápicos e uma redução brusca de cafeína.
– Tire gatos e cachorros de perto. Aqui em casa os gatos tiveram que se contentar em dormir fora do quarto por pelo menos 4 dias. Os protestos e miados foram apenas até a segunda noite. Depois eles se contentaram em dormir em algum canto da casa. Trocar a roupa de cama no dia da cirurgia também é uma boa idéia.
– Use o protetor ocular (seu médico deve te dar um) pelo máximo tempo que conseguir. Na noite do dia 5 eu resolvi dormir sem ele e acordei esfregando o olho com vigor, como se estivesse com alguma coisa. Só depois de acordar é que me dei conta de que podia ter estragado tudo (ou parte) ali naquele momento. Não corra esse risco. Invente posições inusitadas para os esparadrapos que prendem o dito cujo, mude-os de posição para não irritar ou te deixar marcado.
– Se você mora em São Paulo ou qualquer outra cidade poluída e que tem invernos muito secos e com qualidade de ar péssima, evite operar durante os meses de inverno. O ar úmido e a melhor dispersão de poluentes (causados por ventos e chuvas de verão) proporcionarão uma recuperação mais tranqüila. Na semana da minha operação foi quando São Paulo teve as primeiras chuvas de verão. Senti que isso fez uma boa diferença. Na terceira semana depois da cirurgia eu fiz uma viagem de trabalho à Belém, no Pará, onde a umidade é de quase 100% e chove praticamente todos os dias. Senti uma melhor significativa nos 4 dias em que fiquei lá. Deve ter alguma relação sim. Se estiver muito seco (inverno), um umidificador de ar (especialmente aqueles por ultrasom) pode ser uma boa alternativa.

Sobre fazer os dois olhos ao mesmo tempo ao invés de um de cada vez:

Eu decidi operar os dois de uma vez, apesar dos riscos serem um pouco maiores e o meu médico consentiu, disse que não faria grande diferença em termos de riscos. Foi uma maneira de acelerar o processo todo. Eu consegui tirar esta semana de folga, de maneira que o meu médico disse que seria suficiente para ter uma visão razoável na semana que vêem. Os riscos de infecção são muito pequenos se você fizer tudo direitinho. Leia-se: pingar os colírios certos nas horas certas e claro: tomar os devidos cuidados de não meter o dedo no olho, não ficar de chamego com os bichos ou fazer qualquer atividade perto de poeira e afins (e isso significa não andar a pé nas ruas de São Paulo – muita fuligem), em suma: ficar de molho (mesmo) por uns 5 dias. Depois desse período (5 dias), pelo que me disse o médico, os riscos de infecção são quase nulos. Vejo a opção de fazer um de cada vez mais por uma questão de conforto (enxergar é importante e um olho são faz uma boa diferença. Estou sentindo isso na pele, digo no epitélio).

Um conselho final:
se você puder optar pelo LASIK vá fundo, sem pestanejar, principalmente se você trabalha com computadores. A recuperação é bem mais rápida e o resultado (em termos de correção visual) idêntico. Não dê bola para a história do “flap” permanente. Se você não luta boxe ou outra coisa do gênero, não há porque se preocupar. Experiência de quem fez PRK. 😉

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Até o próximo update!


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Então senta o dedo nessa p*

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