Dia mundial sem carro: vestiários e chuveiros nas empresa já!

Como ficar sem carro numa cidade que não oferece um sistema de transporte público minimamente aceitável? Eu adoraria (repito: ADORARIA) ficar sem carro (já pensou a economia com IPVA, manutenção, seguro, etc – sem falar no próprio carro?), entretando não consigo andar de ônibus em São Paulo. Não há melhora na qualidade de vida (incluindo as horas perdidas no trânsito, a emissão de CO2, etc) que justifique ficar de pé, sendo esmagado de um lado e de outro, suando e se esfregando (e sendo esfregado) em gente que você não conhece. Os ônibus em São Paulo são em número insuficiente, custa caro (R$ 2,30) e é muito desconfortável. Não dá para tomar um ônibus lotado de manhã e chegar no trabalho cansado (porque você teve que ir de pé e se pendurando nas barras para as pessoas passarem), suado e sujo. Simplesmente não rola.

Se a cidade não tem uma malha de metrô grande o suficiente, que tenhamos um maior número (e oferta de acentos) nos ônibus. Entretanto para as empresas que operam o sistema, o importante é colocar o maior número possível de passageiros por “carro” (é como eles chamam os ônibus). Assim maximiza-se o lucro. Desconforto? Que desconforto? Cobrador e motorista estão bem confortáveis em suas poltronas, seguindo as ordens da empresa: coloque o maior número possível de passageiros em cada viagem, nem que eles tenham que ficar espremidos e esperando horas por um único “carro”. Isso sem falar nos mini-ônibus, pilotados por loucos e entulhados até o teto (se for com apenas uma porta então, nem se fala). Simplesmente inutilizável por uma questão de segurança e saúde (incluindo mental). É por estas e outras que qualquer pessoa de bom senso, capaz de juntar uns 5 mil reais, compra um carro. Pode ser usado, pode ser fodido, mas pelo menos alí ele tem alguma dignidade e espaço, além de controlar o próprio horário, nem que seja para ficar preso três horas no trânsito.

Por estas e outras é que eu acho que não faz o MENOR sentido estabelecer um dia “sem carro” numa cidade como São Paulo. Antes de propor um dia desses, que tal propor o dia do “transporte público de qualidade”? Impostos não faltam, a gente paga mundos destes (inclusive nas tarifas).

Bicicletas? Excelente idéia, desde desde que seja a uma distância razoável, e que você possa chegar no seu trabalho, tomar um banho, trocar de roupa e começar um dia de trabalho limpo. Quantos conhecem escritórios que oferecem um vestiário para seus funcionários (não estou falando de fábricas)? Pois é… se você trabalha em um escritório e pode ir de bicicleta, que tal reivindicar um chuveiro e um vestiário? Tenho certeza que custa muito barato e a sua empresa poderá se gabar por estimular uma melhora na qualidade de vida da cidade e dos seus próprios funcionários.Aí é só tomar cuidado para não ser atropelado nas ruas…

Por todos os lugares por onde passei reivindiquei a instalação de um chuveiro e um local para se trocar. Em nenhuma das vezes eu consegui (apesar de saber que existem empresas dignas o suficiente para pensarem e implementarem isso). Depois a família não entende porque eu quero comprar uma lambreta…


ColdFusion como plataforma de integração

Nota que saiu no InfoQ: ColdFusion as an Integration Platform. Obrigado ao Luiz (amigo de infância e de adolescência nerd) pela dica!


Frase do dia

Vai! Passa aí mano… passa logo o lip-lóp se não morre…!

Do trombadinha ao abordar um amigo na Av. Paulista. Desde então, só chamamos nossos notebooks de “lip-lóps”…


Sony Vaio review: péssimo teclado

Trabalho novo, computador novo. Estou usando um Sony Vaio VGN-CR150A, comprado na FastShop do shopping Market Place, nesta promoção. Até hoje sempre fui usuário de notebooks Dell, mas devido a grande demora para entregar (em alguns casos a Dell está demorando um mês e meio para se entregar um notebook de configuração mais avançada), jobs para “ontem”, resolvi arriscar o Sony Vaio. As especificações da máquina são de tirar o fôlego e dispensam apresentações. O notebook é baseado na novíssima plataforma Intel Santa Rosa. Conta com 2Gb de RAM (atualizável até 4Gb), FSB de 800Mhz, porta firewire, bluetooth, HD de 120Gb SATAII, leitor de cartões, boa oferta de entradas USB e controles de áudio (play, stop, forward, etc), de volume e outras firulas. Vêem com o Windows Vista Home Premium, que acabei removendo em detrimento do Windows Vista Ultimate (por conta do IIS7 e o suporte ao idioma inglês na interface – e também porque eu ganhei de presente da Microsoft ;-)). A configuração de hadware e software me atende perfeitamente (apesar de eu ter saudade do Windows XP). Destaque para o design atraente (é um WinMac, literalmente), e para a excelente tela com XBRITE (realmente torna mais confortável utilizar 1280×800 em uma tela de 14’1), a webcam embutida e o posicionamento das entradas USB e monitor adicional nas laterais, ao invés da traseira (eu prefiro assim).

Mas as qualidades param por aí. Eu já tinha usado um Sony Vaio do meu irmão no passado. Na ocasião xinguei muito o seu layout de teclado, mas imaginei que fosse uma exclusividade daquele modelo, minúsculo, com tela de 12’1 e teclado proporcional. Por isso me esqueci totalmente de observar o layout do teclado na hora de comprar (eu sei, eu sei… burro é assim mesmo). Só me toquei depois que efetivamente comecei a usar o dito cujo (bem feito). A Sony continua a mesma… (sem comentários – a Sony teima em não seguir padrões para várias coisas, de plugs USB a teclados de computador). O layout é para o português (com o Ç), mas a Sony insiste em colocar teclas fundamentais em lugares estúpidos e com acessos mais estúpidos ainda. Os exemplos mais irritantes são as teclas PgUp, PgDn, End e Home. Elas só são acessíveis/ativadas pressionando a tecla FN (function). A barra esquerda “/” (mais utilizada que a direita “” vide URLs) e o ponto de interrogação foram parar em lugares estúpidos também. Elas só podem ser usadas/ativadas ao se pressionar AltGr + Q (para a /) e W (para o ?) – veja imagem. É de irritar qualquer um. Estou usando há uma semana e ainda não consegui ganhar fluência. Mas isso não é a única surpresa do teclado…

Eu não sei se é uma questão de estética ou se tem alguma função (como blindagem contra líquidos, baba o qq. coisa do gênero). Mas esse teclado novo, modernoso (o argumento do vendedor da Sony era: é igual ao do MacBook – e de fato, é idêntico – exceto pelo layout), é uma bosta droga. As teclas são pouquíssimo sensíveis, você tem que teclar dando porrada para não comer letras. O backspace muitas vezes não funciona, você pressiona uma tecla mas ela não sai… Um exemplo: ao digitar palavras que levam duas letras juntos (como o “R” em “irritar”), frequentemente o segundo “r” falha, coisa que você só vai perceber umas cinco teclas depois. Para um digitador voraz como eu (mas que digita quase sem fazer barulho, de tão leve), é uma péssima escolha. O espaço entre as teclas ficou maior que o normal (deve ser por isso que a Sony escondeu algumas teclas em lugares estúpidos) O espaço entre teclas continua igual (aproximadamente 20mm entre os centros), mas o teclado não tem a sensibilidade necessária para quem está acostumado a usar notebooks e digitar rápido, apesar de alguns reviews serem favoráveis (mas dizendo que, de fato, mudou o “feeling”). Eu digo que mudou, e para reduzir a produtividade… (mais comentários negativos aqui). Talvez o meu pai, com o seu ritmo de 10 toques por minuto, goste. Eu detestei, e estou sofrendo (inclusive ao digitar esse texto). Trabalhar com um teclado assim cansa e estressa: a sensação é que você virou um analfabeto de teclado.

Em suma: é uma máquina poderosa e bem equilibrada (apesar do preço salgado), mas com um péssimo, digo PÉSSIMO teclado, por mais modernoso e bonito que seja. Para designers que usam o mouse e valorizam um design “prafrentex” (se bem que estes deveriam estar usando Macs), até vale a pena. Para mim está sendo uma experiência de mediana a ruim, em grande parte por conta do teclado… Vou ver a possibilidade de trocá-lo assim que a garantia terminar (isso se eu não trocar de notebook até lá).

Em tempo: se você pretende usar Windows XP (por questões de compatibilidade com outros softwares ou mesmo por escolha), esqueça. A Sony só oferece drivers para o Vista em seu site de suporte. Falei dos CDs/DVDs de recuperação? Hmmm, eles não existem. Não se assuste (como eu) se não achar os ditos cujos na caixa do produto, eles não vêem mesmo (aliás, a documentação é quase nula). Em contrapartida existe uma partição de 8Gb no HD, que se chama “recovery”. Instruções de como reparar o seu computador em caso de ataque por vírus ou coisa do gênero utilizando essa partição não existem na parca documentação impressa que vêem na caixa. Restará ligar para o suporte. Talvez seja exatamente isso o que eles querem.


ColdFusion não é Java: excelente discussão

Alguns já sabem, mas eu pedi demissão e deixei o meu confortável cargo de Gerente de TI na Amigos da Terra. No meu novo trabalho (no momento prefiro não contar por questões pessoais) estou tendo que voltar a programar, a botar a mão na massa, espanar a poeira de programador (e eu nunca fui um programador bom). Além disso, estou tendo que reavaliar práticas de programação, assunto que naturalmente passa por frameworks e design patterns.

Hoje me deparei com uma excelente – e recente – discussão (na forma de dois posts) sobre a necessidade (ou não) de se usar frameworks avançados ou complexos para desenvolver uma aplicação web (inclusive as mais complexas e extensas) com o ColdFusion. Eu confesso que alguns padrões básicos de MVC, encapsulamento, etc devem ser usados em nome da facilidade de manutenção e compreensão da estrutura da aplicação. Entretanto, usar MVC, três camadas (dados, lógica – que engloba controle e modelo – e apresentação) – dê o nome que quiser, separe em quantas camadas quiser, não significa que você precisa usar CFCs, ou um framework modernoso como Mach-II, ModelGlue, etc. Dá para fazer – e bem feito – com os bons e velhos arquivos .cfm e cfinclude, tornando sua aplicação compatível, inclusive, com versões mais antigas do CF.

Muitos dizem por aí e eu concordo: a linguagem CFML é um “framework” por si só. Um framework para desenvolver aplicações web em cima de um servidor J2EE ou .NET (no caso do BlueDragon.NET). Por essa razão não se sinta compelido para usar um framework só porque os feras dizem que você deve usar.

Sobre esse assunto, vale MUITO a pena ler os seguintes posts (e comentários que se seguiram):

OBS: não se deixe levar pelo título dos posts. Ambos defendem a continuidade da simplicidade (e inerente beleza) da linguagem CFML e do ColdFusion em detrimento da fissura por “Javardarizar” excessivamente aplicações web.


Inteligência colaborativa? Onde?

Noticiário interativo promove futilidades

As manchetes de sites como Digg e Delicious seriam mais fúteis e menos úteis do que a de jornais tradicionais.

Descobriram a américa… E eu conheço gente que arrota o Digg e outros sites do gênero como sendo exemplos das “maravilhas” do conteúdo colaborativo na Internet… Hype é hype. Leia o que penso sobre o Digg (e sites do gênero) no meu comentário neste post do Terracini.


Fechem o Congresso, eu prefiro os milicos…

Senado absolve Renan Calheiros. Absolutamente sem comentários. Absolutamente ridículo, desmoralizante e vergonhoso. A pergunta que não quer calar é: o que será que Renan sabia que era tão comprometedor a ponto de os senadores irem na contra-mão da opinião pública?


CFDJ acabou

É, tudo mundo está comentando. A SYS-COM realmente não vai mais produzir o ColdFusion Developers Journal. É uma pena, mas quer saber? Não fará tanta diferença assim. Mais detalhes (incluindo links) aqui.

Em tempo: há três anos atrás um artigo meu era capa da edição de Setembro.