Cuidado com os xerifes da Wikipedia


Information wants to be free.
You will assimilate into our free information.
Resistance is futile.

(Política secreta da Wikipedia)

A Wikipedia é realmente muito interessante. O conceito de conhecimento comunitário é louvável, mas precisa de alguns cuidados para não ser fadado ao fracasso ou mesmo não ser levado a sério no longo prazo. O problema (como sempre) não está no conceito, mas na prática, e o lado prático da Wikipedia, como sabemos, é feito por pessoas, muitas delas. É justamente aí que a coisa pega.

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AUG-SP: primeira reunião

A primeira reunião do AUG-SP rolou ontem, e o sucesso foi além das expectativas! Maiores detalhes (e fotos) você encontra aqui.

Não perca a próxima! Fique de olho no site do grupo.


Face it: Linux is insecure

Nem tanto… Mas mesmo assim é algo que eu sempre digo: não existem sistemas seguros, existem usuários e administradores inseguros. Linux is insecure. Open source is insecure. Windows is insecure. All software is insecure. Leitura óbvia, mas ainda sim recomendável: Face it: Linux is insecure


Adobe ameaça processar Microsoft por truste

Lembram-se de que o CEO da Adobe disse sobre a Microsoft ser o grande inimigo da nova Adobe (após a aquisição da MM)? Pois bem, parece que a guerra começou…

Uma disputa em torno do método como a suíte Office vai usar a tecnologia que cria arquivos PDF pode levar Microsoft e Adobe a uma disputa judicial.

http://info.abril.com.br/aberto/infonews/062006/05062006-0.shl

Já tinha visto em outros locais, mas em português é a primeira notícia. Eu acho que a tecnologia PDF já é aberta o suficiente para figurar em acordos e outros enroscos judiciais entre a Adobe e qualquer outra empresa. Até onde estou sabendo sobre o caso, a Adobe não tem razão de reclamar (imho). Se assim fosse, deveria fazer o mesmo com os inúmeros outros programas que incluem geração e leitura de PDF de forma gratuíta e embutida. A começar com o concorrente mais direto do MS Office: o OpenOffice. A impressão que se tem é que só importa à Adobe (por poder afetar os seus produtos da linha Acrobat) quando se ganha escala (caso da suíte Office). O resto é muito pequeno para se preocupar. Não deveria ser assim. Vale para um, vale para todos. E lembrando: eu acho que a Adobe não tem direitos que julga ter sobre o padrão PDF.


Revista INFO deste mês

Hoje chegou a revista Info deste mês aqui em casa. Nem era preciso olhar para a cara dela para saber do que se tratava. Batata: Web 2.0. Pode ver, neste mês, quatro entre 5 revistas de tecnologia estarão dando algum destaque a qualquer coisa que leve o termo Web 2.0, AJAX ou qualquer outra palavrinha da moda, dê um pulo na banca de jornal para conferir. Fui ler (afinal eu pago a assinatura da dita cuja para alguma coisa), mas tive que parar antes mesmo de começar. A chamada para a matéria era: Apague o que você aprendeu sobre internet até agora. Está começando uma nova revolução digital…… haja. Pulei direto para os exemplos máximos da tal “Web 2.0 turbo 16V”.

Deus do céu… o que é que sites como Digg.com, Flickr.com, etc, etc tem de tão revolucionário que me obrigam a apagar tudo o que eu aprendi sobre internet até agora? Ok, vamos ver…

Conteúdo participativo? Hmmm… ok, eu frequentava e participava da usenet nos tempos de USP (1994,95). Aliás, foi num servidor NNTP do UOL que eu conheci o Fabio Terracini, em 1997. Se conteúdo participativo é uma revolução, ela aconteceu há um bom tempo, e é base inclusive para o sucesso da grande rede (onde qualquer um pode publicar qualquer coisa, informação). Definitivamente, não é um conceito novo, ele apenas ganhou escala, tal como a própria internet. Softwares 100% online? Hmmm… lá no escritório eu uso um mouse pad velho, sujo e rasgado datado de 1999 (não sei como ele resiste tanto tempo). É um mouse pad da Sun onde se lê: The computer is the network… Sugestivo não? A diferença é que em 1999 não havia banda suficiente para fazer valer esta idéia. Será que hoje temos? Sei não… basta olhar a realidade brasileira em termos de opções de conectividade. Ok… vamos em frente: consumir conteúdo e/ou recursos de outros lugares no seu próprio aplicativo/site? Mashup? Scramble eggs?… Há quanto tempo você escuta falar de WebServices, de SOA, e afins? O conceito é antigo e bastante simples: integrar aplicativos, ponto final. Mas tem sempre gente disposta a engrossar o caldo da sopa de letrinhas…

Claro, a web (mais especificamente, a malha global TCP/IP) vêm sendo usada como meio de transferência destes dados cada vez mais, barateando e (principalmente) aumentando o alcance disso, não há como negar. Ainda sim, vale lembrar: em 1999 eu fiz um aplicação em CF que consumia a informação de taxa de câmbio do Yahoo! Finance e a usava numa aplicação financeira que eu, programador amador e virgem de tudo nessa área estava fazendo. Ainda em 1999 o IE 4.0 trazia um treco chamado “Active Channel”, que possibilitava você ler coisas no seu próprio browser, sem precisar sair caçando a informação em links e afins. De novo: conceito velho, roupinha nova. A lista vai longe, mas paro por aqui.

A reportagem da INFO ainda tem o destampero de dizer que “No mundo da Web 2.0, pouco importa onde está o usuário: num PC, num celular ou em qualquer outro dispositivo que entenda a palavra rede…“. Celulares, claro… Afinal, eles são exemplos máximos de usabilidade e portabilidade. Eu mesmo, feliz proprietário de um smart phone “puro sangue”, nem sei por que ainda uso notebook e computadores com sistema operacional. Hoje você pode ter seu escritório num celular, digo: na Web, via celular. Fantástico! Se não fosse absolutamente fora da realidade.

A questão me parece bastante simples: a tal Web 2.0 é nada mais, nada menos que a mesma “Web 1.0” em escala maior e amadurecida. Amadurecimento este que veio principalmente em decorrência do maior volume de usuários e informação disponível, muito pouco por novas tecnologias e conceitos (aliás, quase nada, visto que a velha arquitetura HTTP, request-a-request continua sendo a mesma, apenas escamotearam a coisa usando JavaScript e XML “assíncrono” (AJAX), com uma bela pitada de marketing). A Web 2.0 é a concretização (em partes) de todas as promessas não cumpridas pela “Web 1.0”. Promessas feitas pela primeira leva de “gurus” e teóricos da chamada “revolução da informação” que fizeram muita grana em cima de investidores incautos e sedentos por fazer parte do oba-oba momentâneo, sem entender muito bem o porquê e para quê. A Web 2.0 é apenas uma jogada de marketing para inflar (de novo) o mercado de internet e de “killer sites/apps”. Por falar em marketing e buzzword, não é a tôa que Tim O’Reilly já correu para patentear o termo “Web 2.0″… Não se preocupe com a patente. Simplesmente não use ou mencione o termo “Web 2.0” (nem mesmo Web 3.0). Use o termo “Web 4.0” ou qualquer outra baboseira do gênero e lance moda meu chapa! Os investidores vão correr atrás de você, na ânsia de reaver tudo o que eles perderam no boom da bolha em 2000/2001…

Leia também:

[1] A versão 2.0 deste post;
[2] E claro, a versão 1.0 deste post…


Suspiro de bom senso 2

Depois de abolir a obrigatoriedade de software livre em detrimento da meritocracia (onde prevalece a melhor solução custo/benefício, independente se é aberta ou não) nos telecentros da cidade, a prefeitura de SP amplia essa política para toda a prefeitura, mostrando que o bom senso não deve ser limitado a uma ou outra iniciativa, mas deve existir em toda máquina pública.

Leia a notícia em: Software livre não é prioridade em SP, diz secretário

Entre as justificativas pertinentes para esta mudança, destaco algumas palavras de Januario Montone:

“Essa é uma discussão irrelevante. Precisamos dos softwares que são mais baratos e que executem as tarefas necessárias. Nesse contexto, nem sempre o software livre é o que procuramos”

Ou ainda

“Não posso discutir se o software é livre ou não em um momento em que trabalhamos a integração dos sistemas”. “A discussão sobre software livre é mais ideológica do que técnica”.

Será que é tão difícil enxergar o óbvio? Aparentemente sim (para alguns). O mundo é heterogêneo, ninguém tem a resposta para todos os problemas, e é da diversidade que se tira as melhores soluções. Forçando software livre (ou qualquer outro modelo, aberto, fechado, não importa, importa sua imposição ou não) mata-se na raiz esta possibilidade. É uma discussão longa, cujos argumentos nem sempre são entendidos por aqueles que se dizem defensores do SL, mas que no fundo só se interessam pelo fato de ele ser grátis, ou apoiam convenientemente a política do governo simplesmente porque ela é favorável ao movimento, não importando a validade e as conseqüências (meios pelos fins) disso. E antes que me venham com a velha ladainha de MS versus o mundo: (1) não se combate monopólios criando-se barreiras ideológicas, muito menos criando-se regulamentações abusivas, reacionárias e restritivas do tipo, (2) software proprietário não se resume a Microsoft.

Ao se combater o suposto monopólio da Microsoft (monopólio existente, diga-se, apenas no caso do sistema operacional de desktop e na suíte de escritório) como faz uma torcida de futebol (cujo raciocínio é movido pela paixão e pouco pela razão), varre-se do mapa a possibilidade de se usar qualquer outro software proprietário notoriamente decente, funcional, rápido, seguro, e cujo custo de licenciamento é irrisório perto do custo total da solução (mão de obra, treinamento, suporte, etc) – alguns chegam ao absurdo de dizer que o conceito de TCO e/ou TCU são conceitos errados, como que contrariando as leis da matemática, onde 1+1 são 2 (mesmo quando o conceito é usado a favor de software livre – é aquela velha história: se é para endosar, vale tudo, caso contrário, não vale nada, é tudo mentira, é interesse, é conspiração, é…). Ou então, o que é pior: nega-se a possibilidade de se usar um determinado produto/solução que por não possuir similares abertos, é simplesmente deixado de lado, para prejuízo dos usuários e da população (vide os casos de usuários portadores de necessidades especiais nos telecentros da cidade. Optou-se pelo Windows XP sabiamente neste caso). Mas este não é um exemplo isolado, existem inúmeros outros, em áreas onde as soluções abertas não se comparam às fechadas existentes (ainda). É o caso da área gráfica por exemplo. Quem bate (ou mesmo se equipara) à softwares como Photoshop, PageMaker, Premiere ou mesmo o famigerado Corel? Ahh… estes são fechados, não podemos usar… Ridículo, contraproducente e absolutamente partidário. E depois ainda tentam justificar a coisa usando uma visão “big picture”, onde o software aberto proporciona liberdade de escolha. Eu pergunto: qual escolha? Soa até como se estivéssemos fartamente servidos de soluções abertas para todos os propósitos e necessidades existentes (e atuais). Isso como sabemos está absolutamente longe de ser real. Na verdade, temos, na arena de código aberto, uma profusão tão grande e caótica de alternativas, que poucas delas conseguem destaque e se tornam soluções realmente completas, integráveis, expansíveis e (principalmente) interoperáveis. E quando o fazem, como que por ironia do destino, acabam adotando um modelo semi-fechado, semi-aberto (melhor dos dois mundos?), vide MySQL, PHP e distribuições Linux de grife.

Alguns argumentam: se não tem no mercado, é só fazer (ou melhorar) algo existente… Ah claro, outra afirmação do tipo “não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. A que custo? Quem da prefeitura de SP vai pegar um fonte de um programa do porte do Gimp (por exemplo) e adicionar módulos de edição de vídeo e afins? Existe estrutura para isso dentro da prefeitura? Devemos pagar para ter essa estrutura na prefeitura? Ok: a “comunidade” faz esse trabalho? Se faz, em qual velocidade e comprometimento? Isso está de acordo com as necessidades da prefeitura? Para responder devemos lembrar: tecnologia é meio, não é fim. Pelo menos é assim que (para o bem do bolso dos contribuintes) governos e empresas deviam pensar.

Decisões racionais devem ser tomadas em detrimento das emocionais e ideológicas. O dinheiro não é seu? Então use-o da melhor maneira possível. E é justamente este o caso de qualquer órgão público. Parabéns à prefeitura: deixou o debate político e ideológico de lado e está se atendo ao debate que interessa à todos contribuintes: o técnico.

UPDATE: se você chegou até aqui via BR-Linux e já está doidinho para postar um comentário ácido, peço gentilmente que páre, reflita e poste algo que se atenha única-e-exclusivamente ao tema que aqui está sendo tratado: adoção de software livre no governo brasileiro (em todas as instâncias). Deixe trollismos e outras coisas estúpidas de lado, eu não vou responder (e provavelmente vou deletar o comentário). Se quiser conhecer minha opinião sobre o que a Veja publicou, leia aqui e especialmente aqui.


Cliente nervoso (e burro)

Depois do meu stress com a Vivo, dou o braço a torcer e reverencio os pacientes (sacos de titânio) atendentes de suporte de empresas de Tecnologia. Nessa gravação, um cliente de acesso banda larga da BindNet, provedor de Osasco/SP reclama que o suporte não explica a ele como configurar o SMTP de uma conta de e-mail no IG (que não tem nada a ver com o provedor). O cara não se conforma e insiste, xinga, torra o saco. Como diria o Terracini: é como se o cara ligasse para a assistência da Brastemp e quisesse (a força) que o atendente explicasse como ele deveria configurar a televisão dele. Divirtam-se. No final do audio o cara vai ficando realmente nervoso… 🙂


Vivo, é você em primeiro lugar…

Vejam o presentinho que a Vivo me mandou este mês. Eu recomendo fortemente que mudem de operadora caso usem esta. Minhas experiências com a Vivo são péssimas, sem exceção. Esta última então nem se fala. O atendimento é horrível, tosco, de doer (e com direito a ficar ouvindo musiquinha chata, recheada de gritos tribais “VIIIVOO!”…. é de assustar – e discurso de “sempre com você, mais você, etc, etc”) enquanto você espera um analfabeto te atender (depois de 2hs de espera).

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Google, o bebê chorão

O pessoal do Google está nervoso e reclamando pelo fato do novo IE7 trazer uma barra de busca (tal qual o firefox) configurada para usar o MSN Search como padrão. Eles alegam/insinuam que isso poderia causar problemas legais à Microsoft tal qual os que se sucederam à decisão de embutir o IE como browser padrão no Windows na década de 90.

Leia a notícia (e os comentários que se seguem) aqui.

Uma coisa não tem muito a ver com a outra na minha opinião, ainda mais quando este questionamento vêm do Google (dica: se você “adora” o Google e acha a empresa o máximo, sugiro a leitura de “A Busca“, para conhecer um pouco mais sobre o lado sombrio do Deus da internet).

No IE7 eu posso mudar facilmente a opção de busca, assim como acontece no Firefox e no Opera. Como o Firefox e o Opera, que vêm com a barra de busca default para o Google – aliás, o Google é uma das principais fontes de renda para a Firefox, justamente por conta da barra de busca, que leva milhares de usuários ao Google e seus anúncios. Seria como se a Microsoft/MSN reclamasse de ela não ser a busca padrão destes dois browsers. Ou então, que o MSN deveria ser o atalho para ferramenta de busca padrão de produtos feitos pela Google (seja um browser, um sistema operacional ou mesmo o famigerado Gmail).

O Google diz que essa deveria ser uma escolha do usuário, feita na primeira vez que ele rodasse o browser, o que até faz sentido e é desejável. Mas a pergunta que fica no ar é: por que então o Google, “grande” defensor dos direitos dos usuários na hora de escolher o mecanismo de busca (…), não sugeriu que Firefox e Opera fizessem exatamente o mesmo com seus browsers? Ou então, por que o Google não faz a mesma coisa com seus produtos que oferecem busca na Web (ou agregam/linkam outros produtos da empresa), tal como o Gmail, o Google Desktop, Picasa e tantos outros? No dos outros é refresco meus caros… Não faz o menor sentido e soa como coisa de quem está com medo de perder o fôlego do ritmo alucinante em que vêm acumulando bilhões (centavo por centavo)… Ahhh… assim eu não brinco mais! 😉

Leia e divirta-se.

UPDATE: mais motivo para choradeira aqui.


Meus 2 centavos de desilusão

Vale a pena ler e acompanhar a discussão deste post (especialmente os comentários). Ultimamente ando bem desanimado com as promessas de “Poder e produtividade” que foram feitas quando do lançamento da versão MX/Java do ColdFusion. Tenho a impressão que pouca coisa mudou na adoção da tecnologia de lá para cá (já se foram 4 anos). O CF continuou sendo usado como uma linguagem de script pura e simples (como PHP e ASP), nem tanto como plataforma integrada ao Java ou a qualquer outra coisa mais “enterprise”. Mais do que isso: tenho visto grandes usuários de CF nacionais (tenho até receio de comentar quais) desistindo da plataforma (em sua maioria por problemas de performance) e migrando ou para .NET ou para J2EE, sem considerar o CF como meio termo ou mesmo como “camada de produtividade” sobre J2EE. O que está errado? Estou apenas temporariamente desiludido?

Só o tempo dirá…