Gambiarra: CFGRID + multiplos selects no formato html

(for english see here)

Uma das novidades do CF8 é o format HTML para a tag CFGRID. Assim como outros recursos de AJAX do CF8, o HTML CFGRID utiliza um framework “terceirizado” (por assim dizer) para montar estruturas bem interessantes. Mas como nem tudo são rosas, a implementação em CFML destes recursos é quase sempre muito básica, não permitindo muita customização nem a utilização de todos os recursos e características destes componentes/frameworks (no caso do CFGRID em html, o CF8 faz uso da poderosa biblioteca/framework Ext JS).

Eu precisava montar um CFGRID com paginação (o Ext JS é realmente fantástico), porém que permitisse a seleção de múltiplas linhas/records e enviar o valor da chave para uma página de ação qualquer. Nativamente isso não é possível com a tag CFGRID. Fuçando um pouco no código gerado (com o Firebug) pelo CF, e buscando paralelos na documentação da API do Ext JS eu consegui chegar a uma gambiarra que permite fazer exatamente o que estava precisando: montar um grid que permite selecionar múltiplas linhas e submeter os valores-chave para uma página de ação qualquer. A idéia é bastante simples: mostrar a listagem de dados dentro de um grid (que tem paginação elegante e rápida) e poder selecionar os valores para fazer qualquer coisa depois (update/delete/whatever).

Você pode ver a gambiarra aqui e baixar o fonte também (para rodar na sua máquina basta ter a datasource “cfdocexamples” instalada). Certamente há margem para melhorar (e muito) esta minha gambiarra, incluindo a saída totalmente “POG” de esperar os dados serem carregados no grid para habilitar a seleção múltipla (tentei fazer isso quando o CF invoca/cria o grid, mas não consegui/descobri como). Mas isso eu deixo para quem tiver saco (e conhecimento). Por enquanto estou satisfeito com o resultado. 😉


Quando um imbecil resolve falar do outro…

Vice dos EUA comete gafe e confunde Venezuela com Peru.


Tostex de olho, minha experiência com a PRK

Eu era míope. Tinha aproximadamente 4 graus em cada olho, e também um pouco de astigmatismo (0,5 no esquerdo e 0,75 no direito). Usei óculos desde os meus 12 anos de idade. Sexta-feira passada foi o meu último dia com óculos (pelo menos pelos próximos 10 anos). Este é o meu relato sobre a minha experiência com a cirurgia de correção visual chamada PRK – Photorefractive Keratectomy. Espero que seja interessante para aqueles que pretendem fazê-la e querem ler a respeito. Eu encontrei muitos relatos de pessoas que fizeram a operação e que traziam informações valiosas, de caráter não-técnico, mais humanas. Entretanto foram pouquíssimos ou quase nenhum relato em português, de maneira que achei que seria interessante escrever um, mesmo que de forma despretensiosa (aliás, como é a maioria). Eles foram de grande valia para a minha decisão de fazer a cirurgia. Espero que este post engrosse o caldo de resultados de busca daqueles que, como eu, procuraram na internet referências – para desespero dos médicos, que se vêem obrigados a responder muito além do básico. Por isso também vou me limitar a como foi a minha experiência, tendo em vista também o uso de computadores.

Obviamente eu sempre soube das cirurgias à laser para correção de miopia. Entretanto decidi fazer a minha meio que na loucura. Dois fatos principais me levaram à decisão de operar: (1) um amigo que fez a cirurgia e apareceu no dia seguinte apenas com os olhos um pouco vermelhos (ele fez LASIK, veja mais adiante) e (2) o preço da cirurgia, que eu não tinha a menor idéia, em valores atuais.

Uma cirurgia dessas, há poucos anos atrás, custava facilmente 10 mil reais. Hoje com 3 mil (que podem ser pagos em suaves prestações) você opera os dois olhos, as vezes por menos disso. O valor da cirurgia torna-se justificável até para aqueles que nunca pensaram em fazê-la, pois estão satisfeitos com lentes de contato. Eu não uso lentes de contato com freqüência – apenas quando quero colocar um óculos escuro, viajar ou praticar esportes, mas tenho certeza que para quem usa diariamente, a cirurgia é uma boa maneira de economizar dinheiro, no médio e longo prazo. Uma caixa com míseras 6 lentes pode chegar a custar 150 reais. Acho que a cirurgia se paga em 1 ou 2 anos (ou até menos) para quem usa lentes de contato com freqüência. Isso sem falar no ganho de qualidade de vida (lentes de contato são um pé no saco e podem fazer mal se usadas extensivamente e sem cuidado).

Entre a primeira visita ao oftalmo e a cirurgia propriamente dita, foram quatro dias. Fiz minha consulta numa terça-feira e na sexta-feira da mesma semana já estava deitado na máquina para receber o laser corretivo… Devido a uma anomalia na córnea do meu olho direito, meu médico optou pelo técnica PRK ao invés da mais conhecida LASIK. A PRK oferece os mesmos resultados do LASIK. Contudo, a pessoa submetida à PRK tem uma recuperação, tanto de visão quanto de pós operatório, mais lenta. Não vou entrar no mérito das diferenças entre uma técnica e outra, uma busca no Google te trará um punhado de textos médicos interessantes e você pode passar horas tentando decifrar cada um dos detalhes…

Enquanto eu escrevo este texto (seis dias depois da operação), eu definitivamente ainda não enxergo bem, mas enxergo melhor do que se estivesse sem óculos (ok, eu era cego sem óculos, mas vá lá). Esse texto está sendo redigido com certa dificuldade, de maneira que eu certamente farei alguns ajustes depois, além de ir acrescentando mais novidades, na forma de entradas para cada dia de recuperação.

A cirurgia

Fiz a minha cirurgia no Hospital Albert Einstein aqui de São Paulo, conceituado e com equipamentos de última geração. A máquina que me operou foi uma Visx Star 4, acho que último modelo e com todos os “patches” (sim, elas também tem isso, afinal são computadores, mas não rodam nenhuma versão do Windows…). Como esta é uma cirurgia em que 90% do trabalho é feito por uma máquina, não vale a pena arriscar, escolha um lugar que tenha uma máquina nova e atualizada. Aliás, o fato de ser no Einstein e com uma máquina nova, de última geração, foi determinante também para a minha decisão de operar. Depois de assinar um termo de responsabilidade e ciência dos riscos (que eu não recomendo a ninguém ler, correndo o risco de desistir da cirurgia) é coisa de meia hora (para operar os dois olhos). Você entra no centro de “Excimer Laser”, responde algumas perguntas ao cirurgião (coisas como histórico médico, doenças na família, etc) e larga seu óculos, fiel companheiro, em cima da mesa (o médico, confiante, ainda brinca perguntando se você já não quer aproveitar para jogá-lo fora, afinal você não vai precisar usá-lo mais)… Ele te veste num avental, uma touca e pinga o primeiro colírio anestésico. Depois disso você já segue para a cadeira, onde eles colocam uma máscara de tecido no rosto (calma, dá para respirar tranquilo), deixando apenas o olho a ser operado exposto. Começa a seção de pingos e põe coisa aqui, ajusta dali, etc. Nada, absolutamente nada dói durante todo este processo. Se você nunca usou lente de contato, pode estranhar um pouco a manipulação do olho. Mas se você usa, é tranqüilo, não existe nenhuma sensação estranha que você já não tenha experimentado tentando salvar a sua lente enrugada e perdida na pálpebra ou aquela lente velha e carcomida que você insiste em usar até ter tempo (leia-se: grana) de comprar uma nova…

Uma das coisas que mais me atormentavam antes da cirurgia era a possibilidade de ficar de olho aberto por um longo tempo. Medo disso ressecar o olho e eu piscar por instinto, forte e sem dó, detonando qualquer coisa que estivesse segurando meu olho. Para minha surpresa, depois que me colocaram o aparelhinho e as fitas adesivas que separam as pálpebras, eu conseguia piscar!… (assim acreditava meu cérebro). Na realidade o olho que estava aberto não piscava, era apenas o outro. Mas a sensação psicológica de poder piscar foi muito reconfortante. “Porra, dá pra piscar!” eu dizia, e o médico respondia rindo: você só piscou o olho que está solto… 😉

Pingados mais alguns colírios, o médico vem com uma espécie de demarcador circular. Um anel que, acredito, tem uma tinta especial para demarcar (como um carimbo) a área que será trabalhada na sua córnea. Feito isso ele pega uma espátula especial e começa o processo de raspagem do epitélio. A sensação não é ruim, você apenas sente que estão apertando seu olho a cada raspada. As luzes distorcem quando isso acontece, e dá para ver e sentir que ele está tirando coisas do olho e amontoando num canto para depois remover. Durante esse processo o meu médico ficou discutindo o rebaixamento do Corinthians e outras trivialidades… Um vídeo no Youtube mostra isso com muita clareza.

Depois da raspagem do epitélio, o médico limpa a área com uma haste de tecido (acho que algodão mesmo), só que gelada. Esse gelado oferece uma sensação bem gostosa (claro: “gostoso” no contexto da “tortura chinesa” que você está se submetendo). Não sei porque, mas eu gostei. Na seqüência vêem o laser e a vozinha dentro de você dizendo: “não mexa este de olho agora senão vai tudo para o saco“… O médico manda ficar tranqüilo e te pede para apenas acompanhar a luzinha vermelha que vêm da máquina. O laser não dói nada mas a sensação é bem estranha. A máquina faz barulho de estalos (veja outro vídeo), e de fato você sente o olho estalar, como se uma faísca estivesse atingido a superfície. O cheiro de carne queimada é a indicação de que a coisa não é brincadeira, e que você tem que ficar quieto, acompanhando a luzinha piloto, que teima em sumir, crescer, embaçar e mudar de cor enquanto você toma os “tiros” (é assim que eles chamam os raios de laser). Acredite: é tranquilo acompanhar a luzinha. Só não pode se desesperar. Você ouve os estalos e percebe que saiu algo da superfície da córnea na forma de fumacinha (um tubinho de ar fica do lado do olho sugando a fumacinha). Ablação, com o perdão do trocadilho, é isso mesmo: do sólido para o gasoso, num piscar de olhos. Em outras palavras: um pedaço do seu olho virou vapor… 🙂 No olho esquerdo (o primeiro a ser operado) foram 20 segundos de tiros do laser, no direito 23, sendo que a máquina parou no finalzinho do direito. Eu havia mexido o olho além do ponto tolerável (eu disse que era tranquilo acompanhar a luzinha?). Tudo bem, o laser é programado para parar tudo quando percebe que o seu olho saiu do prumo. Ele tem um mecanismo de tracking avançado, que monitora os movimentos em frações de segundo. Você pode mexer o quanto quiser, não vai conseguir estragar nada, apenas deixar o médico de saco cheio… 😉 Reiniciado o processo, faltavam apenas dois tiros e pronto, all done. Colírio disso, daquilo e uma lente de contato especial que vai ficar no olho por 4 ou 5 dias (as vezes menos ou mais).

Logo depois da cirurgia

Eu disse que na hora não dói nada né? Pois é… só na hora. Cerca de 40 minutos depois (quando você já está voltando pra casa) a sensação é de que te cortaram o olho, jogaram álcool e enxugaram com Bombril!!… Dói (arde) bastante e dá um pouco de desespero. Ficar sem poder abrir o olho é punk (dá uma sensação de vulnerabilidade, especialmente andando de passageiro no trânsito louco da cidade), mas é suportável. Chegando em casa, pedi Pizza (estava morto de fome). Comi, digo, engoli a pizza e fiquei umas 5 horas me arrastando com a dor. Acabei dormindo bem, mas acordei várias vezes durante a noite. Eu não tomei nenhum remédio específico para dor, apenas um comprimido de Tylenol 750 uma hora antes da cirurgia (justamente temendo que a dita cuja doesse um pouco). Dá para superar, mas é fundamental que você tenha alguém para te ajudar no primeiro dia pós-operatório. A Deborah ficou do meu lado o tempo todo, e eu aproveitei de monte os cafunés… 😉

O Dia seguinte

Acordar no dia seguinte é bom. A dor sumiu e deu lugar a uma irritação natural no olho. O pessoal fala em areia no olho, mas para mim estava mais lente de contato ressecada (daquelas quando você dorme por muito tempo, acordando com o olho colado). Segui para o consultório do médico as 9 da manhã para a primeira consulta do pós operatório. Ele disse que minhas pálpebras estavam bem, muito pouco inchadas, o que era bom sinal. Atribuí o não-inchaço a um remedinho homeopático receitado pela minha tia (para tomar antes e depois do procedimento). Me animei e fui tomar café da manhã numa padaria, mas enxergava muito mal.

2o dia

O pior de todos em termos de visão. Tudo bem embaçado e a claridade incomodava bastante. Fui almoçar na casa dos meus pais, mas fiquei de olho fechado e quieto a maior parte do tempo. Alías, dormir é a chave para atravessar os primeiros dias sem ficar de saco cheio ou entediado. Se você não é de dormir como eu, apele para remedinhos, naturebas (ou não)… 🙂 Eu tomei doses cavalares de Ansiodoron, um fitoterápico da Weleda muito bom. E claro, parei de tomar coca-light e café. Consegui dormir bem durante todo o dia.

3o dia

Pouca diferença para o segundo. Tentei usar o computador mas não enxergava minimamente bem. Tentei colocar em modo extra grande do Windows, mas não adiantou. A “cegueira” é diferente. Você não fica com a visão embaçada, daquela quando você tira os óculos. É como se tivesse um plástico fosco na frente, que embaça e distorce um pouco as coisas, não importa se de perto ou de longe. Me “diverti” com fantasmas e halos diversos, que as vezes me pegam de surpresa (sem falar em visão dupla para coisas bem longe – nesse dia eu vi dois aviões voando lado a lado aqui em cima de casa…). A fotofobia passou mas a claridade excessiva ainda me incomodava.

4o dia

As coisas começam a melhorar, mas a visão ainda está bem desfocada. Neste dia tive a minha segunda consulta com o oftalmo e troquei o regime de colírios para outro, de longo prazo, além de remover a lente de contato protetora (saiu sem problemas ou stress). O médico disse que o epitélio já tinha crescido quase 100%, mas ele é um tecido que cresce de forma diferente dos demais tecidos. São várias etapas de crescimento (as vezes contadas em horas) e de destruição (pelo próprio ato de piscar o olho), até se estabilizar. Imagine uma casca de ferida que você arranca várias vezes, e a cada vez, a casca seguinte é menor (em tamanho e espessura), dando lugar à pele normal. Essas camadas novas de epitélio corneano normalmente são enrugadas, e precisa de vários ciclos de crescer até adquirir uma forma final, transparente e “polida” por assim dizer. Eu só vou voltar no médico daqui a 30 dias, para fazer a minha primeira análise de acuidade visual (e receita de óculos se tiver sobrado alguma coisa). O resultado final vêm só com 6 meses ou mais (alguns casos até um ano), quando a camada definitiva (e boa) do epitélio toma lugar.

Saudade dos meus velhos óculos!!! Sim, com a visão que tenho neste quarto dia, dá para viver, fazer as coisas básicas, mas é muito difícil não enxergar, especialmente para coisas simples que eu gosto de fazer: ler e usar o computador. Quando não há mais nada no seu olho (não há mais lente protetora) e mesmo assim você não enxerga direito, dá um certo medo. Medo de que não tenha dado certo, ou que você fique com a visão ruim para o resto da vida. É um medo bobo, sem fundamento, apenas psicológico. A minha recuperação até esse dia tem sido perfeitamente normal pelos padrões (tanto pelo que o médico disse quanto pelo que eu li). É mais fruto da cabeça vazia de ficar em casa moscando o dia inteiro (e sem possibilidade de ler ou ver um filme, ou ficar no computador por mais de 10 minutos). Nessa situação de ócio (que eu deveria estar aproveitando mas não estou – haja…) você fica testando a visão a cada minuto, e isso é desanimador porque ela flutua bastante, e se recupera de forma bem lenta. É preciso se esforçar para ficar menos ansioso e relaxar mais, o tempo há de fazer o seu trabalho. Amanhã vou para o escritório, nem que não possa trabalhar. Acho que sair de casa e fazer alguma coisa vai me fazer bem.

5o dia

Hoje, no escritório, consegui usar o computador, mas ainda como se estivesse usando um monitor velho, daqueles de tubo, sem nitidez e fora de foco. Chega a ser revoltante e irrita muito, mas eu me esforcei para ser paciente. Como estava muito quente, sai da “casinha” (nome carinhoso que damos ao sobrado onde funciona parte da equipe e onde eu fico a maior parte do tempo) e fui para o escritório principal, trabalhar do lado da Deborah e com ar condicionado (apesar da patrulha da mulherada que vive com frio). O olho fica seco com muita facilidade (nem tanto pelo ar condicionado, mas por uma condição natural), e eu tive que pingar Fresh Tears (ou Lacrima Plus) muitas vezes durante o dia. Pingar esses colírios me deu o primeiro vislumbre de como vai ficar a visão após a cicatrização completa do epitélio. Por alguma razão óptica, a superfície da córnea fica regular ao se pingar colírio (qualquer líquido na verdade). Fica muito nítida, clara como cristal, é delicioso. Acredito que o líquido preenche as irregularidades da cicatrização formando uma lente temporária perfeita, lisa. É bom saber que você ainda tem a visão perfeita, mesmo que seja por poucos segundos e precise apelar para um colírio. Hoje a noite dormi pela primeira vez sem o protetor ocular. De ontem para hoje tenho acordado com o olho bem colado e seco (sensação de velcro ao abri-los…), mas nada que uns pingos de Fresh Tears e soro fisiológico não resolvam.

6o dia (hoje, dia deste post)

Melhora discreta na visão. Fresh Tears segue sendo o melhor companheiro do dia… O olho está bem seco e a visão melhora de forma lenta. Meu médico disse que será assim pelos próximos 10 dias aproximadamente (podendo ser mais ou menos). No computador apenas atividades que requeiram pouca concentração. Ler e responder emails (ou fazer um post no bloco de notas com fonte tamanho 18) é uma atividade possível.

7o e 8o dia

Ligeira melhora na acuidade visual e na secura do olho, mas ainda enxergo desfocado/embaçado. Noto que o meu olho direito está demorando mais para se recuperar. O esquerdo está 70-80% bom, mas o direito empacou em uns 60-70%. Eu notei que ele estava pior que o esquerdo desde o primeiro dia da cirurgia, mas não dei muita bola. Pode ser que ele tenha sofrido mais (de fato, neste olho o laser atuou mais tempo) ou então que vá ficar com uma pequena hipocorreção (o que na real não me preocupa, pois o esquerdo se tornou dominante). Mas se é uma coisa ou outra, só vai dar para saber daqui um mês. Hoje (8o dia), dirigi carro numa boa. Ter visão periférica é um privilégio que usuários de óculos não estão acostumados. Foi gostoso.

9o dia

O melhor de todos em termos de visão até agora. Notei que a visão estava quase perfeita ao acordar (e isso inclui o sono da noite e as sonecas durante o dia – era domingo).

10o dia

Na noite anterior eu senti um pouco de incômodo nos olhos. Era uma dorzinha muscular, não tinha nada a ver com ardidos ou lacrimejos dos primeiros dias. Parecia que meu olho tinha sido apertado e mexido. A órbita doia um pouco, mas nada demais. Coincidência ou não, hoje a minha vista amanheceu bem pior. Voltei ao nível de visão que tinha lá pelo 4-5o dia pós cirurgia, e não existe mais diferença (em termos de qualidade de visão) entre os dois olhos. Vai entender…. Continuo pingando o esteróide 4x por dia, seguindo a prescrição do médico, mas sinto que talvez eu já não precisasse mais.

11 e 12o dia

A piora foi apenas temporária. Nestes dois dias a visão melhorou e está quase boa. Sinto um pouco ainda o desfocado e trabalhar no computador cansa mais do que o normal, mas é perfeitamente aceitável. Se não fossem pelos vislumbres de extrema nitidez proporcionados pelos colírios, eu poderia dizer que minha visão está normal de novo. Também senti que o olho direito “encostou” no esquerdo no quesito qualidade visual. Interessante. Descobri as maravilhas do “Fresh Tears Liquigel”, que maximiza a humificação, prolongando a nitidez. Pode parecer uma bobeira, mas é como colocar óculos quando você está tentando trabalhar sem. Dá uma sensação de alívio impressionante. As coisas voltam ao seu devido lugar.

13,14,15,16,17,18,19o dia

Visão bastante boa para realizar todas as atividades do dia-a-dia, incluindo utilização do computador. Sinto que ocorrem algumas flutuações na qualidade da visão ao longo do dia, mas é perfeitamente aceitável. A visão noturna ainda não é tão boa quanto a diurna, de maneira que dirigir a noite é tranquilo, mas pode te trazer alguns sustos (nada demais se você dirigir com precaução). Visão segue melhorando lentamente, dia-a-dia. Hoje (18o dia) é o último dia em que devo utilizar o esteróide (Florate da Alcon). Melhora na sensação de olho seco também. Pingo Fresh Tears com muito menos frequência, de hora em hora, no máximo. Ainda faltam duas semanas para a minha primeira consulta com o oftalmo para determinação de acuidade visual pós-cirúrgica.

Exatos um mês após a cirurgia

Sim, visão perfeita existe! Posso dizer que ao final de 30 dias após a cirurgia (hoje é dia 26/11), minha visão está 100% e eu enxergo melhor do que quando usava óculos. Em grande parte por três razões: (1) agora eu tenho visão periférica, (2) meu óculos estava com grau defasado para astigmatismo, (3) não há como comparar a qualidade da visão direto de sua córnea do que aquela através de uma lente de vidro e/ou acrílico que pode ficar suja, arranhada ou embaçada (quem prefere lentes de contato à óculos sabe bem disso). Ainda há margem para melhora, especialmente no que diz respeito à visão noturna (ainda sinto um pouco ofuscado a noite), à lubrificação dos olhos (de manhã, ao acordar, eu sinto que eles estão mais secos que o normal) e a um certo cansaço/perda de acuidade ao final de um dia de trabalho longo. Acredito que a minha recuperação foi boa, mas ainda há alguma coisa para acontecer pois a cicatrização completa e final só ocorre ao final de 6 meses. A melhor na qualidade de vida é notável. Coisas simples como correr na chuva, acordar e enxergar de imediato, poder nadar sem ter que ficar sem óculos (ou colocar lentes), etc, etc. Me pego ainda acostumado aos óculos, colocando a mão sobre o criado mudo para pegá-los ao acordar, ou tirá-los ao ir dormir, etc. Valeu MUITO a pena fazer a cirurgia. Recomendo à todos sem sombra de dúvida. Faria de novo e sempre que posso recomendo a quem está pensando em fazer.

Um mês e meio após a cirurgia

Primeira consulta para determinar acuidade visual depois da cirurgia. Minha miopia está zerada. Sobrou 0.25 graus de astigmatismo em cada olho, um grau que dispensa o uso de óculos e que pode ser zerado nos meses que ainda faltam (4 meses) para a recuperação completa. Volto ao oftalmo daqui a três meses. Vou usar um esteróide (Pred Fort) por 7 dias. Meu oftalmo disse que minha córnea está ótima, e que este anti-inflamatório é receitado por padrão nesta fase da recuperação.

Um ano e pouco após a cirurgia (post editado em 06/11/2008)

A visão continua ótima, perfeita e clara como cristal. Ainda mantenho os “genéricos” .25 de astigmatismo em cada olho, mas esse valor é desprezível e muitas vezes sequer é identificado em um exame. Qualidade de vida é a palavra que descreve os resultados que tive com esta cirurgia. Comecei a praticar esportes com mais freqüência, emagreci, foi bom ficar de “cara limpa” (inclusive na questão estética). No quesito esporte, os óculos sempre me atrapalharam (eu suo muito e o dito cujo sempre escorregava, pulava, etc), o que era uma boa desculpa para não malhar. Especialmente para quem, como eu, pratica montanhismo e escalada, trata-se também de um risco a menos, uma vez que em ambientes naturais, ficar sem visão, pela perda/queda ou quebra, de um óculos e/ou da lente de contato é um risco sério de vida ou um convite a uma roubada de fazer inveja a qualquer um.

Estou MUITÍSSIMO satisfeito com a cirurgia, e repetiria o procedimento quantas vezes fosse necessário (os benefícios são incomensuráveis). O único senão, é que eu imaginei que a questão do olho seco melhoraria com o tempo. Não melhorou tanto como eu gostaria. É algo perfeitamente controlável e tolerável (muito melhor do que a secura causada por quem usa lentes de contato continuamente – para dormir – por exemplo), mas que particularmente me incomoda um pouquinho, simplesmente porque eu sou fresco. O olho se resseca com mais facilidade. Ao acordar, algumas vezes é comum ter que lembrar de abrir o olho devagar, para não ter aquela sensação estranha de arranhar os olhos. Quando isso não acontece (acordar derrepente ou assustado), ou quando sente-se uma coceira forte e mete-se o dedo/mão institivamente no olho, chega a doer e machucar um pouco. Mas eu tenho uma boa parcela de culpa, pois não utilizo nenhum lubrificante regularmente, apesar da recomendação médica. Desde os 2-3 meses do pós cirurgico tenho levado uma vida absolutamente despreocupada com os olhos. Não ando com um colírio (mesmo numa cidade suja e poluida como São Paulo) e não pingo nada quando sinto que está um pouco mais seco. Eu deveria fazer isso. Aliás, qualquer pessoa vivendo nessa cidade deveria fazê-lo, mas não faço por pura preguiça e desleixo. Desta maneira dou um “desconto” ao fator olho seco, pois sei que se me habituasse a ter sempre a mão um colírio humidificante (assim como eu sempre tinha que ter à mão o óculos e/ou a caixinha dele), para pingar que fosse uma vez de manhã outra de tarde, o problema seria bem menos sentido. Então já sabe: não faça como eu! 😉

Outro ponto: visão noturna. Muitas pessoas dizem que piora. Eu não sei dizer se piora ou não, porque acho que a visão noturna com óculos (que cria distorções e limita seu campo visual e dá reflexos – mesmo com a melhor lente existente) não se compara com a visão que eu tenho hoje. Então eu não diria que no meu caso a visão noturna piorou, pelo contrário, tenho viajado de monte por estradas perigosas de noite, faça chuva ou sol (na verdade céu estrelado…) sem qualquer problema ou diferença. Noves fora, diria que a única seqüela, um ano e pouco depois, é o olho um pouco mais seco do que eu gostaria, o que demanda cuidados muito básicos e simples, mas que eu, na preguiça, deixo de seguir. De resto, é só alegria.

7 anos depois (post editado em 20/09/2014)

Estou com 0,25 – 0,50 de miopia em cada um dos dois olhos. Interessante notar que a visão piorou em uma questão de 6 meses. Não sei dizer se esta piora se deu em virtude de outros fatores, tais como pressão alta e/ou stress, mas é fato que piorou muito rapidamente. Não me impede de ver com clareza nem de dirigir, mas incomoda bastante o fato de não ter mais aquela nitidez de antes. Noto que a visão piora com o cansaço. Recentemente comecei a usar lentes de contato por conta própria. Que falta faz uma visão clara como cristal, tal como a que eu tinha há seis meses atrás…

Dicas gerais para a cirurgia e o pós cirurgico

– faça a cirurgia numa sexta-feira (a minha foi as 20h30) e tire uma semana de férias. Porque sexta? Por que você vai depender de alguém para cuidar de você nos dois dias seguintes, sábado e domingo. E é mais fácil ter alguém disponível (esposa, namorada, pais ou até mesmo um amigo) nesses dois dias. Por que uma semana de férias? Apesar do que dizem, não dá para voltar a trabalhar no terceiro dia após a cirurgia. Se você não usa computadores, vá lá, mas no meu caso (computador o dia inteiro), não rola mesmo, pelo menos até o 6o dia. Por isso uma semana é ideal (lembre-se, para PRK). Na melhor das hipóteses (de recuperação), será uma boa desculpa para descansar. Peça um atestado se for o caso. O meu médico me deu um atestado de 8 dias após a cirurgia.
– Compre um vidrinho de capsulas de vitamina A (6000ui) e tome uma cápsula por dia. Não abuse também, correndo o risco de proporcionar uma super-cicatrização ou cicatrização prematura, o que não é nada legal (pode prejudicar o resultado final).
– Não alugue filmes ou compre livros e revistas, você não vai conseguir assistir ou ler nada por pelo menos 3 dias.
– Esteja preparado para ficar com uma vista ruim por pelo menos 1 mês. Você vai sentir falta do seus velhos óculos… mas depois vai gostar do resultado.
– Arrume um radinho de pilha. Escutar notícias é uma boa distração (fiz isso no terceiro dia inteiro, entre uma soneca e outra). Acredite: por mais que você tenha um iPod de 160Gb, escutar música vai cansar. Além disso, o radinho de pilha (no meu caso foi o despertador), te proporcionará um prazer sádico de escutar notícias do trânsito deitado no conforto da sua cama;
– Dê um jeito de dormir a maior parte do tempo, especialmente nos três primeiros dias. Se você é adepto dos remedinhos e tem alguém para te dar uma receita, vá fundo, eu não tive tanta sorte e tive que me contentar com fitoterápicos e uma redução brusca de cafeína.
– Tire gatos e cachorros de perto. Aqui em casa os gatos tiveram que se contentar em dormir fora do quarto por pelo menos 4 dias. Os protestos e miados foram apenas até a segunda noite. Depois eles se contentaram em dormir em algum canto da casa. Trocar a roupa de cama no dia da cirurgia também é uma boa idéia.
– Use o protetor ocular (seu médico deve te dar um) pelo máximo tempo que conseguir. Na noite do dia 5 eu resolvi dormir sem ele e acordei esfregando o olho com vigor, como se estivesse com alguma coisa. Só depois de acordar é que me dei conta de que podia ter estragado tudo (ou parte) ali naquele momento. Não corra esse risco. Invente posições inusitadas para os esparadrapos que prendem o dito cujo, mude-os de posição para não irritar ou te deixar marcado.
– Se você mora em São Paulo ou qualquer outra cidade poluída e que tem invernos muito secos e com qualidade de ar péssima, evite operar durante os meses de inverno. O ar úmido e a melhor dispersão de poluentes (causados por ventos e chuvas de verão) proporcionarão uma recuperação mais tranqüila. Na semana da minha operação foi quando São Paulo teve as primeiras chuvas de verão. Senti que isso fez uma boa diferença. Na terceira semana depois da cirurgia eu fiz uma viagem de trabalho à Belém, no Pará, onde a umidade é de quase 100% e chove praticamente todos os dias. Senti uma melhor significativa nos 4 dias em que fiquei lá. Deve ter alguma relação sim. Se estiver muito seco (inverno), um umidificador de ar (especialmente aqueles por ultrasom) pode ser uma boa alternativa.

Sobre fazer os dois olhos ao mesmo tempo ao invés de um de cada vez:

Eu decidi operar os dois de uma vez, apesar dos riscos serem um pouco maiores e o meu médico consentiu, disse que não faria grande diferença em termos de riscos. Foi uma maneira de acelerar o processo todo. Eu consegui tirar esta semana de folga, de maneira que o meu médico disse que seria suficiente para ter uma visão razoável na semana que vêem. Os riscos de infecção são muito pequenos se você fizer tudo direitinho. Leia-se: pingar os colírios certos nas horas certas e claro: tomar os devidos cuidados de não meter o dedo no olho, não ficar de chamego com os bichos ou fazer qualquer atividade perto de poeira e afins (e isso significa não andar a pé nas ruas de São Paulo – muita fuligem), em suma: ficar de molho (mesmo) por uns 5 dias. Depois desse período (5 dias), pelo que me disse o médico, os riscos de infecção são quase nulos. Vejo a opção de fazer um de cada vez mais por uma questão de conforto (enxergar é importante e um olho são faz uma boa diferença. Estou sentindo isso na pele, digo no epitélio).

Um conselho final:
se você puder optar pelo LASIK vá fundo, sem pestanejar, principalmente se você trabalha com computadores. A recuperação é bem mais rápida e o resultado (em termos de correção visual) idêntico. Não dê bola para a história do “flap” permanente. Se você não luta boxe ou outra coisa do gênero, não há porque se preocupar. Experiência de quem fez PRK. 😉

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Até o próximo update!


Winamp 5.5

O melhor player do mercado completa 10 anos e lança uma nova versão com várias novidades (entre elas a interface bento, moderna e ao mesmo tempo leve). Baixe o Winamp 5.5 aqui. O upgrade é gratuíto para quem tem uma licença do Winamp 5.


Então senta o dedo nessa p*

Filmão. Pode ser visto por todo tipo de público, do intelectual àquele que só quer ver ação hollywoodana (ou ambos – como eu), você escolhe. Tropa de Elite é um ótimo filme. No cimena ou no DVD pirata (se você acredita que é jogada de marketing ou acredita que vale a pena pagar por um trabalho bem feito, na forma de um ingresso, ou ambos ;-)).


Spaghetti datacenters

Sinta o drama: http://www.vibrant.com/cable-messes.php. Este deve ser o NOC. 😉


Dia mundial sem carro: vestiários e chuveiros nas empresa já!

Como ficar sem carro numa cidade que não oferece um sistema de transporte público minimamente aceitável? Eu adoraria (repito: ADORARIA) ficar sem carro (já pensou a economia com IPVA, manutenção, seguro, etc – sem falar no próprio carro?), entretando não consigo andar de ônibus em São Paulo. Não há melhora na qualidade de vida (incluindo as horas perdidas no trânsito, a emissão de CO2, etc) que justifique ficar de pé, sendo esmagado de um lado e de outro, suando e se esfregando (e sendo esfregado) em gente que você não conhece. Os ônibus em São Paulo são em número insuficiente, custa caro (R$ 2,30) e é muito desconfortável. Não dá para tomar um ônibus lotado de manhã e chegar no trabalho cansado (porque você teve que ir de pé e se pendurando nas barras para as pessoas passarem), suado e sujo. Simplesmente não rola.

Se a cidade não tem uma malha de metrô grande o suficiente, que tenhamos um maior número (e oferta de acentos) nos ônibus. Entretanto para as empresas que operam o sistema, o importante é colocar o maior número possível de passageiros por “carro” (é como eles chamam os ônibus). Assim maximiza-se o lucro. Desconforto? Que desconforto? Cobrador e motorista estão bem confortáveis em suas poltronas, seguindo as ordens da empresa: coloque o maior número possível de passageiros em cada viagem, nem que eles tenham que ficar espremidos e esperando horas por um único “carro”. Isso sem falar nos mini-ônibus, pilotados por loucos e entulhados até o teto (se for com apenas uma porta então, nem se fala). Simplesmente inutilizável por uma questão de segurança e saúde (incluindo mental). É por estas e outras que qualquer pessoa de bom senso, capaz de juntar uns 5 mil reais, compra um carro. Pode ser usado, pode ser fodido, mas pelo menos alí ele tem alguma dignidade e espaço, além de controlar o próprio horário, nem que seja para ficar preso três horas no trânsito.

Por estas e outras é que eu acho que não faz o MENOR sentido estabelecer um dia “sem carro” numa cidade como São Paulo. Antes de propor um dia desses, que tal propor o dia do “transporte público de qualidade”? Impostos não faltam, a gente paga mundos destes (inclusive nas tarifas).

Bicicletas? Excelente idéia, desde desde que seja a uma distância razoável, e que você possa chegar no seu trabalho, tomar um banho, trocar de roupa e começar um dia de trabalho limpo. Quantos conhecem escritórios que oferecem um vestiário para seus funcionários (não estou falando de fábricas)? Pois é… se você trabalha em um escritório e pode ir de bicicleta, que tal reivindicar um chuveiro e um vestiário? Tenho certeza que custa muito barato e a sua empresa poderá se gabar por estimular uma melhora na qualidade de vida da cidade e dos seus próprios funcionários.Aí é só tomar cuidado para não ser atropelado nas ruas…

Por todos os lugares por onde passei reivindiquei a instalação de um chuveiro e um local para se trocar. Em nenhuma das vezes eu consegui (apesar de saber que existem empresas dignas o suficiente para pensarem e implementarem isso). Depois a família não entende porque eu quero comprar uma lambreta…


ColdFusion como plataforma de integração

Nota que saiu no InfoQ: ColdFusion as an Integration Platform. Obrigado ao Luiz (amigo de infância e de adolescência nerd) pela dica!


Frase do dia

Vai! Passa aí mano… passa logo o lip-lóp se não morre…!

Do trombadinha ao abordar um amigo na Av. Paulista. Desde então, só chamamos nossos notebooks de “lip-lóps”…


Sony Vaio review: péssimo teclado

Trabalho novo, computador novo. Estou usando um Sony Vaio VGN-CR150A, comprado na FastShop do shopping Market Place, nesta promoção. Até hoje sempre fui usuário de notebooks Dell, mas devido a grande demora para entregar (em alguns casos a Dell está demorando um mês e meio para se entregar um notebook de configuração mais avançada), jobs para “ontem”, resolvi arriscar o Sony Vaio. As especificações da máquina são de tirar o fôlego e dispensam apresentações. O notebook é baseado na novíssima plataforma Intel Santa Rosa. Conta com 2Gb de RAM (atualizável até 4Gb), FSB de 800Mhz, porta firewire, bluetooth, HD de 120Gb SATAII, leitor de cartões, boa oferta de entradas USB e controles de áudio (play, stop, forward, etc), de volume e outras firulas. Vêem com o Windows Vista Home Premium, que acabei removendo em detrimento do Windows Vista Ultimate (por conta do IIS7 e o suporte ao idioma inglês na interface – e também porque eu ganhei de presente da Microsoft ;-)). A configuração de hadware e software me atende perfeitamente (apesar de eu ter saudade do Windows XP). Destaque para o design atraente (é um WinMac, literalmente), e para a excelente tela com XBRITE (realmente torna mais confortável utilizar 1280×800 em uma tela de 14’1), a webcam embutida e o posicionamento das entradas USB e monitor adicional nas laterais, ao invés da traseira (eu prefiro assim).

Mas as qualidades param por aí. Eu já tinha usado um Sony Vaio do meu irmão no passado. Na ocasião xinguei muito o seu layout de teclado, mas imaginei que fosse uma exclusividade daquele modelo, minúsculo, com tela de 12’1 e teclado proporcional. Por isso me esqueci totalmente de observar o layout do teclado na hora de comprar (eu sei, eu sei… burro é assim mesmo). Só me toquei depois que efetivamente comecei a usar o dito cujo (bem feito). A Sony continua a mesma… (sem comentários – a Sony teima em não seguir padrões para várias coisas, de plugs USB a teclados de computador). O layout é para o português (com o Ç), mas a Sony insiste em colocar teclas fundamentais em lugares estúpidos e com acessos mais estúpidos ainda. Os exemplos mais irritantes são as teclas PgUp, PgDn, End e Home. Elas só são acessíveis/ativadas pressionando a tecla FN (function). A barra esquerda “/” (mais utilizada que a direita “” vide URLs) e o ponto de interrogação foram parar em lugares estúpidos também. Elas só podem ser usadas/ativadas ao se pressionar AltGr + Q (para a /) e W (para o ?) – veja imagem. É de irritar qualquer um. Estou usando há uma semana e ainda não consegui ganhar fluência. Mas isso não é a única surpresa do teclado…

Eu não sei se é uma questão de estética ou se tem alguma função (como blindagem contra líquidos, baba o qq. coisa do gênero). Mas esse teclado novo, modernoso (o argumento do vendedor da Sony era: é igual ao do MacBook – e de fato, é idêntico – exceto pelo layout), é uma bosta droga. As teclas são pouquíssimo sensíveis, você tem que teclar dando porrada para não comer letras. O backspace muitas vezes não funciona, você pressiona uma tecla mas ela não sai… Um exemplo: ao digitar palavras que levam duas letras juntos (como o “R” em “irritar”), frequentemente o segundo “r” falha, coisa que você só vai perceber umas cinco teclas depois. Para um digitador voraz como eu (mas que digita quase sem fazer barulho, de tão leve), é uma péssima escolha. O espaço entre as teclas ficou maior que o normal (deve ser por isso que a Sony escondeu algumas teclas em lugares estúpidos) O espaço entre teclas continua igual (aproximadamente 20mm entre os centros), mas o teclado não tem a sensibilidade necessária para quem está acostumado a usar notebooks e digitar rápido, apesar de alguns reviews serem favoráveis (mas dizendo que, de fato, mudou o “feeling”). Eu digo que mudou, e para reduzir a produtividade… (mais comentários negativos aqui). Talvez o meu pai, com o seu ritmo de 10 toques por minuto, goste. Eu detestei, e estou sofrendo (inclusive ao digitar esse texto). Trabalhar com um teclado assim cansa e estressa: a sensação é que você virou um analfabeto de teclado.

Em suma: é uma máquina poderosa e bem equilibrada (apesar do preço salgado), mas com um péssimo, digo PÉSSIMO teclado, por mais modernoso e bonito que seja. Para designers que usam o mouse e valorizam um design “prafrentex” (se bem que estes deveriam estar usando Macs), até vale a pena. Para mim está sendo uma experiência de mediana a ruim, em grande parte por conta do teclado… Vou ver a possibilidade de trocá-lo assim que a garantia terminar (isso se eu não trocar de notebook até lá).

Em tempo: se você pretende usar Windows XP (por questões de compatibilidade com outros softwares ou mesmo por escolha), esqueça. A Sony só oferece drivers para o Vista em seu site de suporte. Falei dos CDs/DVDs de recuperação? Hmmm, eles não existem. Não se assuste (como eu) se não achar os ditos cujos na caixa do produto, eles não vêem mesmo (aliás, a documentação é quase nula). Em contrapartida existe uma partição de 8Gb no HD, que se chama “recovery”. Instruções de como reparar o seu computador em caso de ataque por vírus ou coisa do gênero utilizando essa partição não existem na parca documentação impressa que vêem na caixa. Restará ligar para o suporte. Talvez seja exatamente isso o que eles querem.