Cagadores de regra 2.0

Em primeiro lugar peço desculpas pelo título do post, mas eu sempre achei uma enorme bobagem tipificar e dar nomes “interessantes” para idéias (ou um conjunto delas), ou mesmo tecnologias novas (mas não tão novas assim), especialmente quando generalizam e forçam a barra para gerar uma nova “buzzword”. Uma nova buzzword para o mercado e para usuários leigos (muitos deles em posições de decisão de TI em grandes empresas). Uma nova buzzword apenas para alavancar negócios, vender livros e consultorias estúpidas (assim crêem os que defendem o termo – quando não o estão fazendo só porque o outro está fazendo, o famoso maria-vai-com-as-outras). Me deixa mais perplexo ainda quando estas idéias, conceitos e/ou tecnologias não são nenhuma novidade, apenas tiveram a poeira removida e ganharam uma roupinha nova (além do nome, claro).

O fato é que ultimamente muito tem se ouvido falar da tal “Web 2.0”. Bem, e o que é a tal Web 2.0? Use o Google, você vai encontrar um monte de definições (uma mais bonita que a outra), mas eu gosto desta aqui: “Web 2.0 It’s not a real concept. It has no meaning. It’s a big, vague, nebulous cloud of pure architectural nothingness. When people use the term Web 2.0, I always feel a little bit stupider for the rest of the day.”. Eu também, mas me recuso a ficar quieto e concordar com os cagadores de regra de plantão.

Web 2.0 não é “2.0”, não é novo, não é nada demais. Essa tal “Web 2.0” nada mais é que a evolução natural das coisas – e que não aconteceu do dia para a noite, nem foi “parida” (para não usar outro termo mais coerente com o título do post) por um guru ou empresa. Não se assuste, querem te fazer acreditar que a “Web 2.0” é algo revolucionário, novo, e que você e sua empresa precisam correr para não ficar para trás. Não caia nesta armadilha.

É hora de deixar de lado os modismos e guruzismos e continuar fazendo e construindo coisas que façam sentido (aplicativos web que efetivamente sirvam para alguma coisa) e que sejam fáceis de usar (experiência “rica”, “interessante”, “produtiva”, use o termo que desejar). Começar uma nova hype como que para “celebrar” a retomada de crescimento de investimentos em aplicativos web, no uso efetivo de tecnologias já existentes, ou simplesmente serviços que façam sentido e sirvam para algo (diferente das viagens lisérgicas de 97-200) serve apenas para confundir e inflar algo absolutamente natural e esperado, especialmente depois do colapso da bolha pontoCom. É algo que realmente não precisamos. A web 1.0, 2.0, 2.4 (turbinada e “tunada”), não é nova minha gente. Como já dizia Elvis: a little less conversation a little more action.

OBS: Leia a versão “2.0” deste post aqui.


4 Comments on “Cagadores de regra 2.0”

  1. Lima disse:

    Interessante ponto de vista. Tendo a concordar em número, genero e grau. Se possivel gostaria de sugerir um texto recente do Dvorak

    http://www.pcmag.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=232&Itemid=28

  2. Rafael disse:

    Poxa, gosto de discordar de você, mas dessa vez fui pego. Eu penso de maneira bem similar a você neste quesito e me arrepio todo quando ouço “Web 2.0” ou leio sobre uma nova velha tendência em diferentes blogs espalhados “blogosfera” – argh! – afora.
    Surpreenda-me com mais opiniões assim que vou começar a te achar até mais simpático e menos feio. 😛

  3. Andrei disse:

    Concordo inteiramente, e fico feliz por não ser o único a pensar que isso não passa de, no fundo, no fundo, uma grande jogada de marketing…

  4. Thiago disse:

    Artigo muito interessante Alex! Concordo que se faz muita fumaça e pouco fogo no quesito Web 2.0. Porém gente, discordo de algumas visões nele, pois temos que lembrar que são as ditas “jogadas de marketing” como essa que fazem a grana girar no mundo de IT, e eu sou meio avesso a “cuspir no prato que comi”. Sem esse tipo de jogada de marketing não rola grana, e sem grana as consultorias não nos pagam.
    Concordo que esse tipo de coisa mascara um pouco a realidade. Mas se você mostrar pro cliente “Olha, aqui está uma aplicação muito bem escrita e funcional para o ambiente Web” ele não compra. Já se você falar “Olha, aqui está uma aplicação muito bem escrita e funcional COM CONCEITOS DA WEB 2.0” ele vai pensar duas vezes 😀
    Não se trata de enganar ninguém. É só questão de encontrar um nome pegajoso para um conceito antigo para que ganhe uma roupagem nova. Respeito o ponto de vista, mas o acho perigoso.
    Abraço!