Pirataria no Brasil

Hoje vi uma reportagem no Jornal Nacional sobre a pirataria no Brasil. Luiz Paulo Barreto, secretário-executivo do Ministério da Justiça, afirmou que “R$ 30 bilhões por ano deixam de ser arrecadados em impostos em razão da pirataria”.

Será que se os impostos dos produtos fossem mais baixos (e mais justos) haveria menos pirataria no país e mais produtos originais fossem adquiridos em lojas normais? Assim, teoricamente seria possível até aumentar a receita com impostos. Se o imposto é menor, o produto é mais barato, mais pessoas compram, mais imposto é pago.

Será que esses 30 bilhões arrecadados seriam desviados, dividido entre políticos, utilizado para comprar votos, ou outra barbárie que eu não citei? Para algo produtivo que não seria utilizado, certamente.

E mais, segundo a pesquisa feito pela Federação do Comércio do Rio, 93% dos consumidores adquirem produtos piratas devido ao baixo preço.

Será que isso não é um indicativo de que a população não tem dinheiro suficiente para comprar produtos originais e prefere gastá-lo com produtos de necessidade primária, como saúde e alimentação já que o governo não fornece isso para o cidadão? Será que isso não se torna evidente, já que eles concluiram que a pirataria é a forma de subsistência de muitos cidadãos?

Isso é cíclico! Eu fico espantando com a forma como o Jornal Nacional simplifica de tal modo a apontar a pirataria como uma culpa pela falta de emprego, ao invés de apontá-la como uma conseqüência do andar da economia.

Parafraseando o início da reportagem, o estupro do dinheiro do cidadão, no Brasil, está produzindo um efeito que a maioria do políticos não percebe. Mas que é registrada na economia do país.

Será que o governo não é muito cara-de-pau não? Em relação à política nacional, eu sou brasileiro e me envergonho muito!


6 Comments on “Pirataria no Brasil”

  1. Gil disse:

    Grande Fábio! Eu vi essa mesma reportagem e você falou aqui tudo o que eu pensei na hora que estava assistindo. Parabéns!

  2. fgk disse:

    Se eu não estou enganado nessa reportagem (ou outra que eu tenha visto)foi dito que o Brasil é o terceiro maior “produtor” de artigos piratas, e que isso afasta os investimentos de estrageiros no país. O primeiro colocado desse ranking é a China que está crescendo a algo como 10%. Então esses caras devem procurar outra coisa pra justificar a incompetencia do Estado.

  3. Eliseu Roberto disse:

    Foi uma tentativa da Globo de ‘sensibilizar’ a população já que a Globo tem produtora de filmes e gravadora…obviamente tem grande interesse em passar este tipo de reportagem sempre.

  4. CNM disse:

    Fábio, eu vejo sua manifestação mais como um desabafo que como uma posição assumida e acho que você deveria tomar cuidado para não misturar as coisas.

    O Governo é podre e devemos realmente nos unir para exigir justiça, que nunca acontece: cadê a punição do Dirceu, do Severino, do Renan, do Delúbio, do Garotinho, do Maluf, do… mas não dá para defender o roubo porque somos roubados. Deveríamos nos mobilizar para que os 30 bilhões não fossem roubados e não para não gerá-los.

    Se vc tivesse uma empresa com 150 funcionários, todos registrados e com benefícios, pagasse os impostos e compromissos corretamente e tivesse que disputar o mercado com empresas que não tem nenhum tipo de compromisso com nada, a não ser a sobrevivência de seu dono, talvez fosse mais cuidadoso na hora de expressar suas opiniões.

    Minha opinião não tem nada de pessoal, acho que você, como eu, é mais um brasileiro que simplesmente não acredita mais na justiça e acha que a impunidade é a cousa da maioria dos problemas que nos assola. Só não podemos desacreditar de nossos princípios e justificar o errado, pois desta forma seremos iguais a eles.

  5. É CREU NELES, É CREU NELAAASSSS
    CREEEEEEEEEEEUUUUUUUUUU!!!!
    CRÉÉÉÉÉUUUUUUUUUUUUU
    CREU NA MARILDA!! CREU NA JUSSARA!!!!

  6. joao ocazuom disse:

    Até que emfim uma opiniâo sobre “pirataria” com certa inteligência.
    mas vamos lá. Vamos nos aprofundar um pouco mais no mundo da aritmética.
    Para cada computador produzido, são igualmente necessários softwares. Logo 10 computadores = a 10 sistemas operacionais e assim por diante.
    Agora pergunto: qual a lógica de um computador (e até já bem bonzinho), custar aproximadamente R$3.000,00, e se esse computador for utilizado para uso em editoração (grafica e web, com os pacotinhos básicos Adobe, PSD/INDD/Acrobat/Flash/Dreamweaver, Corel)), o custo de software é de aproximadamente R$ 6.000,00.
    Legal né Sr. Secretário.
    VAi ver que a razão é que computadores são produzidos com salários Chinese (leia-se salários escravos)e softwares são produzidos com salários Humanos (leia-se Americanos, europeus Etc).
    O fato é que computadores sem softwares não servem pra nada. Logo a lei de mercado funciona.
    Mas lei de mercado também só funciona quando interessa. Tá certo os americanos e os europeus são inteligentes, os chineses são só mâo de obra.
    Este é um enfoque. MAs ainda seguindo o mesmo enfoque, temos brasileiros igualmentes inteligentes e capazes. E estes estãotrabalhandofara do país rendendoroyalties para os povos inteligentes. Então que tal em vez de falarmos em “Piratas” de software talvez devessemos falar do “Mercenários” que embolsam verbas de pesquisa para decorar apartamentos (vide caso Universidade de Brasilia). Ou ainda do total desinteresse da canalhada brasiliense (os nativos de Brasilia que me perdoem), que ao invés de levar a sério política de desenvolvimento cientifico e pesquisa, preferem tapar o sol com peneira e limitar o problema da pirataria ao faturamento perdido, como se a questâo fosse meramente financeira.
    Pirataria é mais do que perda finaceira. è antes de tudo retrato do descaso dos governos no tocante ao desenvolvimento tecnológico e cinentifico Brasileiro. É não reconhecer por absoluta miopia e conveniente simplismo que a economia Americana hoje vive essencialmente de Royalties e patentes. É não perceber que aqui, aqui mesmo em terras tupiniquins temos profissionais e tecnologia para produzir as nossas próprias ferramentas (softwares) e com certeza tão boas ou melhores que as importada. E aí sim. Softwares com preços mais acessiveis, justiça fical se os impostos resultantes da produção e comercialização de softwares retornarem na forma de verbas de pesquisa e desenvolvimento. E pasme sr. Secretário, não é improvavel que tenhamos até aumento de receitas financeiras. Obviamente que não advindas de Impostos. Vindas isto sim de Royalties.