A URSS é logo aqui…
Publicado; 31/01/2005 Arquivado em: Software Livre 14 ComentáriosPost político. Se você não gosta, não leia. Eis que voltando para casa, ouvindo rádio, fiquei sabendo da nova invenção do nosso “gobierno” (ou seria partido político? eu nunca sei…). Depois de querer fazer passar, goela abaixo, uma agência cuja função única era “fiscalizar” (leia-se sensurar) a imprensa, depois de querer controlar a cultura do país com uma piada de mal gosto chamada ANCINAV, o PT cóf, digo, nosso governo, quer saber de antemão todo e qualquer resultado de pesquisas realizadas pelo IBGE (leia a notícia). Eu me pergunto para quê? A alegação do governo é tão vaga quanto o seu próprio rumo: “controlar o fluxo de informações”… Faz-me rir. A verdade é que o PT é um partido absolutamente imaturo (não querendo dizer que existem partidos maduros no Brasil), que vira-e-mexe tem chiliques socialistas. Afinal, o que esperar de um governo que quer enfiar goela-abaixo do seu povo ideologias “estatais”, feitas por uma minoria “intelectual” (ou nem isso) e que tem tempo de sobra para dar vazão à tanta besteira teórica empoeirada trazida, numa máquina do tempo, dos anos 60, quando o socialismo ainda parecia fazer algum sentido para alguns poucos?
Quem o PT pensa que é para dizer qual o software eu devo usar? E até mesmo quanto eu devo gastar? Considero-me um sujeito “apolítico”, mas não posso ficar calado diante de tais absurdos. A cada dia que passa, a loucura destes figuras me irrita mais e mais.
Leitura recomendada: Os “soviéticos” querem tomar o poder de Lula
Alex, só uma dúvida: se o projeto de lei sobre o software a ser utilizado pelas autarquias públicas diz respeito justamente às autarquias públicas, porque você aponta para o projeto de lei? Você é uma autarquia pública por acaso? Se não, em que sentido o governo está dizendo para você usar software livre?
Outra coisa: sim, essa do IBGE é uma idiotice enorme.
Certamente não sou uma autarquia pública, nem trabalho para o governo, mas isso não quer dizer que este assunto não tem nada a ver comigo. Como cidadão contribuinte e que vive neste país, me preocupa o fato de o governo estar empregando atitudes autoritárias, anti-democráticas, anti-mérito e baseadas em ideologias (algo que sempre existiu, mas que acontece em maior escala no governo do PT e também na área de software).
É da conta de todos nós. Afinal quem elege e paga estas pessoas somos nós. Quem faz o país somos nós. Eu não concordo, por isso reclamo e digo: não devemos ir contra à liberdade de escolha baseada na técnica, no bom senso e na realidade. De mandos e desmandos (na área pública ou privada) baseados em ideologias este país já teve muitos. Está na hora de isso começar a diminuir e não aumentar, não é?
Esta “socialização” baseada em decretos e de forma forçada, não condizente com a nossa realidade, está me dando no saco. É por isso que o governo quer saber de antemão resultados de pesquisas do IBGE: para se previnir das críticas que certamente virão (assim espero) quando os índices sociais não apontarem aquilo que o governo diz estar fazendo com sua ideologia que tem mais a ver com um partido político, loteamento de cargos, distribuição de interesses e churrascos regados à pinga.
Quem não deve, não teme.
Alex, acho que voce tem plena razão de estar de saco cheio.
Estou fora do Brasil desde 1990, minha saída foi motivada pelo amor à tecnologia e sempre pensei em voltar para me aposentar.
Mas, infelizmente, só recebo más notícias da terrinha, e sinto-me como aquele velho sketch do Jô Soares “Voce não quer que eu volte….”
Continue com o seu excelente trabalho e dando força para a comunidade Cold Fusion.
Estou aqui para qualquer ajuda que necessitem.
Ricardo Parente, Winter Park, FL rparente@fullsail.com
É uma loucura mesmo. O curioso é que estou lendo (finalmente) 1984 que fala bem disso.
Agora, sobre “o mérito técnico”… Quem já participou de qualquer tipo de concorrência pública, especialmente em Brasília, sabe que mérito técnico ainda é mero detalhe. As cartas continuam tão marcadas quanto sempre. Não se iluda. 😉
Mas concordo. O fato de existir um “equivalente” livre não deveria significar automaticamente sua escolha. Até porque teríamos que ver bem essa equivalência.
Proteste mesmo.
É exatamente este o ponto Cris: a questão do “equivalente”. Muita gente diz que esta Lei não é contra o software proprietário nem contra a escolha técnica pois o artigo nono diz:
“Apenas será permitida a utilização pelos entes do artigo primeiro, de programas de computador cujas licenças não estejam em acordo com esta lei, na ausência de programas abertos que contemplem a contento as soluções objeto da licitação pública.”
Quer dizer, se existir um programinha similar, genérico, que seja Open Source, e que “contemple a contento” (mais vago impossível) as soluções da licitação pública, este deve ser usado e ponto final. E o que deveria ser exceção vira regra, vide a enorme quantidade de “lixo open source” que existe por aí (leitura recomendada – http://weblogs.java.net/blog/kirillcool/archive/2005/01/open_source_the.html).
Não importa, por exemplo, que determinada autarquia pública tenha uma experiência satisfatória com software proprietário. Ele não poderá ser usado se existir uma solução aberta que faça a mesma coisa. Vai por água abaixo anos de relacionamento com uma determinada tecnologia, anos de treinamento e convivência com esta e todo o investimento prévio (no melhor estilo muda governo, apaga tudo e começa do zero, só porque é do outro governo).
Gosto usar como exemplo o ColdFusion Server na esfera governamental: muitos ministérios usam com sucesso esta tecnologia proprietária da Macromedia, mas como o PHP (que é “aberto”), faz a mesma coisa (tudo bem que é no dobro ou triplo do tempo), eles serão obrigados a usar PHP e pronto, mesmo que isso implique em custos elevados (muito superiores aos de licenciamento) em tempo de desenvolvimento, treinamento e manutenção, sem falar na migração.
Segurança nacional? Hahahah… Faz-me rir. O país mal cuida de suas fronteiras, vai fazer isso com seus softwares primeiro? (como se o governo tivesse capacidade técnica e tempo para isso)… É preciso mais foco, é preciso mais pé no chão.
Prezado,
Acredito que estais bem equivocado no assunto, que tange ao Software Livre, visto que o decreto é destinado unicamente as reparticões públicas federais, visto você um usuário isso não te impede de usar o OS ou Software que desejar, pirata ou não isso é questão de sua consciência ou escolha.
Inclúsive a FGV já atestou que é legal o decreto, vide http://br-linux.org/linux/?q=node/688.
Por favor atenha seus faniquitos a realidade, se deseja atacar o PT ou o Governo em si seria melhor pegar no pé de algo real e não de fantasias.
ei, hubner, VAI TOMAR NO CU!
seu mala…
Ricardo, o que é público não lhe diz respeito? Belo cidadão!
A GV disse que é legal? E daí? Leis absurdas e estúpidas (com selo de “aprovado” por instituições burocráticas como a FGV) estamos cheios, ainda mais de MPs e decretos. Mudança de requisitos de licença e não de software? Qual é a mudança efetiva se uma leva à outra? Mudança legal sim, prática: NENHUMA.
Rafinha, belo argumento!
Claro que me interessa muito tudo que acontece no Brasil, me interessa mais ainda quando o governo converge cada vez mais para o Software Livre, abandonando esses contratos “estranhos” com a Microsoft e a TBA, me interessa muito quando finalmente vejo o Brasil caminhar no caminho certo em direção a autonomia e a liberdade de uso e desenvolvimento de softwares, por isso me interesso muito Alex, e continuarei me interessando ao contrário de alguns profissionais que quando percebem seu mundo ruir começam a atacar a comunidade, o governo e o Software Livre por apenas não estarem preparados ou por puro desinsteresse no seu crescimento pessoal que o deixou estagnado e aprisionado no mercado do Software Proprietário. uma pena realmente.
Alex, vale lembrar que na realidade de hoje o funcionário tem tanta liberdade de uso quanto terá com o decreto, pois vejo isso na prática que mesmo quando o servidor quer utilizar algo melhor é impedido por força de contratos e decisões do alto escalão, portanto a liberdade continua a mesmo, e a lei nesse quesito não irá alterar nada, portanto discutir esse ponto é irrelevante.
Em relação á querer censurar a imprensa ou “esconder” alguns dados de pesquisa acredito que o governo esteja querendo transformar o Brasil em CUBA.
Quanto a obrigar o uso de SL não vejo que isso seja o mais correto, é necessário que seja adotado padrões para as diferentes tecnologias e protocolos.
Por exemplo, o navegador web deverá ter suporte a XML, PHP, Frames. A Suite de escritorio deverá suportar Macros, Formatos, etc.
Tendo os padrões definidos, deve-se dar preferência ao uso de Software Livre.
Mas não obrigando, temos que ser realistas em concordar que não existe ainda solução livre para todos as necessidades.
Ricardo, quando você diz que “quando o servidor quer utilizar algo melhor é impedido por força de contratos e decisões do alto escalão” você quer dizer que é um jogo de peças marcadas e que nem o SL vai acabar com isso? Qual é a vantagem então?
As cartas vão continuar marcadas, a qualidade e o mérito técnico vão continuar sendo preteridos à indicações (brasília é assim mesmo né?), pouco importa se é com SL ou com proprietário. Como Cris Dias diz acima no comentário dele “Quem já participou de qualquer tipo de concorrência pública, especialmente em Brasília, sabe que mérito técnico ainda é mero detalhe. As cartas continuam tão marcadas quanto sempre. Não se iluda”.
A diferença é que ao restringir o mundo proprietário da jogada, restringimos ainda mais as cartas disponíveis do baralho. E não venha me dizer que o baralho opensource é melhor que o baralho proprietário. O legal é jogar com ambos, usando quando for melhor cada um deles.
Segundo sua lógica eu pergunto: Porque se importar então se não vai existir diferença? Ou então o motivo real não é esse.
Não se está restringindo o Software Proprietário, apenas se dando prioridade para o Sofware Livre, desta feita está se igualando a balança pois hoje ela pende para o outro lado, a medida é justo e vem em bom tempo.
Claro que o melhor é utilizar a melhor ferramenta e claro que ainda não existe opções livres para todos os softwares proprietários e então nesse caso continua como está, portanto ainda acredito que seu argumento não faz sentido, quem sabe você explica melhor isso, porque até o momento de concreto vi apenas você atacando o PT e o Governo Federal, principalmente através do Software Livre mas nenhum dos seus argumentos são sustentáveis.
Tempo e custo de desenvolvimento é um argumento sustentável para você? Pois é justamente sobre isso que falo (quando menciono o ColdFusion) num comentário logo acima.
Sua interpretação do decreto é bastante ingênua. Eu espero, sinceramente que você esteja certo e que o governo “permita” o uso de software proprietário quando não houver solução “similar” aberta. O problema é justamente esse “similar”, que tira o poder de decisão de quem realmente vive a tecnologia e o põe na mão de fazedores de lei, de estadistas, onde o “similar” pode significar muitas coisas, inclusive tempo e custo de desenvolvimento MUITO maiores.
Ao solicitar uma casa, não me importo se ela será feita de tijolos de barro ou de tijolos de concreto. Me importo é se ela será fiel à planta/projeto, segura, duradoura e responderá às minhas necessidades e desejos. Se ela tem um tijolo “open source” ou proprietário, pouco me importa. Como usuário final da casa, o processo de construção não me importa, apenas o seu uso final. A não ser, é claro, que eu também seja responsável pela manutenção desta casa… E neste caso, sinto em dizer, o governo não tem capacidade (demonstrada) para fazer esta manutenção. Isso é algo que não é e nem deveria ser uma atribuição do governo. Este é um dos maus de se querer “estatizar” tudo (no melhor estilo cortina de ferro). Cria-se uma máquina monstruosa, pouco eficaz e enferrujada. SL é serviço? Neste caso o dinheiro estaria apenas mudando de mão porque o governo NÃO tem capacidade (e dinheiro) para gerir isso internamente. Trocariamos a Microsoft por outra gigante (IBM e HP, por exemplo) ou, o que é pior, trocaremos a Microsoft por uma AGBS “Agência governamental brasileira de software” (ou qualquer merda do tipo). Imaginem imprimir o “padrão de qualidade do governo brasileiro” (com funcionários mal remunerados, folgados e incompetentes – claro, existem exceções) na produção de software… Dá até medo de morar no país. Se o governo tem essa bola toda, legal, manda bala… Mas será que ele tem? E quem vai pagar as contas do tempo de desenvolvimento maior, por mais funcionários (imaginem o número se tudo for feito internamente) e pela ineficiência de sistemas mal feitos? Nós, é claro…
sinceramente, o cara que falou ali que o PHP é mais lento que o ColdFusion… PROVE!!!!!! …
sou programador profissional, cara, e o dia que o Coldfusion bater o PHP eu rasgo meus certificados e diploma!!!