Críticas à Web 2.0
Publicado; 10/01/2007 Arquivado em: Tecnologia, Web 2.0 35 ComentáriosATUALIZAÇÃO: o post abaixo foi condensado e transformou-se num artigo no Webinsider. Devido à maior exposição, gerou um número maior de comentários e compartilhamento de idéias sobre o tema. Desta maneira a leitura do artigo é uma boa pedida para quem deseja ir direto ao ponto e conhecer um maior número de opiniões (favoráveis ou contrárias à crítica).
Artigo “Web 2.0 é uma revolução? Então me deixem criticar“
____
Mais uma vez me vejo as voltas discutindo a tal Web 2.0 na Wikipedia. Desta vez fiz questão de pontuar algumas críticas no referido artigo, especialmente depois que um “especialista” em Web 2.0 (Web 2.0 é um lance novo, “revolucionário”, mas, veja só, tem “especialistas” de monte, atrás de cada moita) apareceu por lá e resolveu alterar substancialmente o artigo, de forma a retratar a tal Web 2.0 como sendo algo realmente novo, revolucionário, quase de outro mundo.
Aparentemente críticos da Web 2.0 não existem (ou são bem poucos) no Brasil. Uma busca no Google retorna pouquíssimas opiniões (sejam de posts, artigos ou mesmo comentários em fórums e listas de discussão) contrárias ao termo e a idéia. Exceção ao já conhecido (e referenciado) post de Henrique C. Pereira no Revolução Etc, que já levantava a lebre há um ano. As críticas são, em sua maioria, importadas. Destaco os artigos de John Dvorak, crítico já conhecido (um dos primeiros) do termo (aliás ele é crítico de qualquer coisa, mas essa é outra história). Por esta razão, tenho me empenhado a dar pequenas contribuições para a crítica, e quem sabe fazer com que outros profissionais adotem uma postura mais crítica e se desvencilhem da tradicional babação-de-ovo e comportamento maria-vai-com-as-outras que acomete defensores apaixonados da Web 2.0 tal como ela é descrita e propagandeada por aqui.
Tenho arrepios ao ler reportagens e textos que tentam explicar o que é a Web 2.0, onde podemos ver declarações como: “A Web 2.0 nasce para reinar” ou “Web 2.0, o futuro da Internet” ou ainda “Web 2.0, uma forma de ficar milionário” e as variações religiosa-ameaçadoras “A Web 2.0 já chegou! Você e a sua empresa não podem ficar de fora!” ou “Esqueça tudo o que você sabe de Internet, chegou a Web 2.0” (esta última, pérola encontrada na revista INFO), entre tantas outras declarações “vibronas” para o termo. E olha que eu não estou incluindo as declarações mais apaixonadas que costumeiramente se vê em qualquer revista de renome e/ou em 10 entre 9 blogs e sites de “especialistas”. A coisa beira a histeria e me lembra muito (ainda que em menor escala) a histeria que acompanhou o boom da Internet no final dos anos 90. Naquele tempo, reportagens de capa, “especialistas” e gurus de toda sorte estavam dedicados a falar e inflar sem culpa a mais nova maravilha do mundo moderno: a Internet. Tinha-se a impressão de que a Internet era capaz de mudar (e melhorar) o mundo radicalmente, quebrar paradigmas (mesmo os mais duros), mudar a vida de todos, curar o câncer, erradicar a miséria e a ganância humana, trazer a paz mundial, entre outros milagres e realizações extraordinárias dignas de Chuck Norris (ok, estou exagerando, mas que os comentários eram exagerados e desproporcionais, eram…). Hoje parece que a Web 2.0 é uma repaginação daquela histeria toda. O trocadilho é inevitável: é a Histeria 2.0 (já patentearam esse termo?).
Para começar, o que exatamente é Web 2.0? Existem mil e uma definições, basta inventar uma (qualquer papagaiada ou buzzword será bem vinda), eu mesmo já “teorizei” sobre o tema. Das explicações que se esforçam para serem sérias, todas trazem um punhado padrão de “regras” para a Web 2.0 (“se você não seguir estas regras, seu site ou sua empresa não será Web 2.0”…). O problema é que ao surgirem novas idéias (ou repaginações) estas são imediatamente jogadas no mesmo saco de “coisas” da Web 2.0, sem qualquer escrutínio, dando a impressão que a tal Web 2.0 é simplesmente um nome que se dá para qualquer coisa que funcione (mesmo que não “funcione”, não dê lucros operacionais – vide YouTube), que seja popular (consiga atrair e reter um bom número de usuários, mesmo que estes sejam formados quase que exclusivamente por adolescentes ávidos por diversão e entretenimento digital de consumo rápido) ou “nova” (mesmo que não seja tão nova assim) na Internet. A coisa é mais ou menos assim: se é pop, então é Web 2.0.
A Web 2.0 não trouxe nada de novo em termos de tecnologia e de idéias, tal como mostrarei mais adiante com alguns exemplos e fatos. A Web 2.0 não é uma mudança tão expressiva ou revolucionária como dizem (e vendem – ah sim, não se iluda, tem muita gente fazendo dinheiro em consultoria com essa nova hype) por aí. Para mim a Web 2.0 poderia ser resumida numa equação bastante simples:
A “VELHA” INTERNET * AUMENTO NO NÚMERO DE USUÁRIOS = WEB 2.0
Note que nesta equação o único elemento “novo” é aumento significativo no número de usuários, especialmente os com acesso a banda larga. Em outras palavras: It’s the user stupid! As idéias e “regras” da Web 2.0 já existiam. O que não existia era um número significativo de usuários e de banda para justificá-las e implementá-las.
É bastante simples entender e verificar isso, mas os “especialistas” da Web 2.0 não vêem as coisas desta maneira. Para eles a Web 2.0 é algo “novo”, “revolucionário”, e que “vai mudar tudo o que está aí”. Estas afirmações implicam na coisificação da Web 2.0, implicam tornar a Web 2.0 um mero produto (acho que exatamente isso que os consultores querem), dar um nome, registro de patente, data de nascimento, versão, regras e pontos bem definidos, etc, sem falar na necessidade de um “criador” (Tim O’Reilly?) e fiéis seguidores. Em minha opinião, os “especialistas” da “Web 2.0” estão para a Internet como os Criacionistas estão para a ciência. Por mais óbvio que seja o fato das coisas simplesmente evoluírem, natural e continuamente, prevalecendo o que funciona em detrimento do que não funciona (tal como Darwin teorizou), os “especialistas” da Web 2.0 insistem que as coisas só existem depois de terem sido criadas, inventadas, nomeadas (de preferência com algum nome descoladinho) e, principalmente, propagandeadas. Alguns gurus mais avançados (aqueles que já atingiram um nível de abstração máximo dessa viagem lisérgica chamada Web 2.0), já estão discutindo seriamente a Web 3.0, cuja equação seria: Web 2.0 + semântica + virtualização de comunidades + qualquer outra idéia ou coisa que se tornar popular até lá (só para garantir que o termo vai “colar” e significar alguma coisa). Agora só faltam dizer que a semântica (e a necessidade dela) e virtualização de comunidades é algo novo na Internet, é uma idéia r-e-v-o-l-u-c-i-o-n-á-r-i-a… O que era motivo de piada parece estar tomando forma.
Os “especialistas” brasileiros aparentemente estão entre os primeiros a abraçar a causa da Web 2.0 (e vão abraçar a Web 3.0, 4.0…) e defendê-la como a nova quintessência da grande rede. Brasileiros são normalmente apaixonados pelo que fazem e acreditam (dizem até que Deus é brasileiro), e é notável esse comportamento entre os profissionais de Internet e a mídia “especializada” no que diz respeito à Web 2.0. Olhando-os de cima, tem-se a nítida impressão de que o caldeirão de crenças, promessas e de gurus (sempre eles) está fervilhando de novo, como há tempos não estava (talvez porque os gurus e especialistas de Web 2.0 de hoje fossem apenas meninos jogando video-game quando a histeria 1.0 terminou, quando a bolha explodiu). Isso é sempre muito bom ($), mas não deveria vir desacompanhado da análise crítica, que aparentemente poucos estão fazendo no caso da Web 2.0.
Pensando bem, não foi sempre assim? É verdade Alex… Por isso, que venha logo a Web 3.0 oras! Metodologias falaciosas, consultorias inúteis, gurus, livros e editores sedentos por pautas “novas” agradecem. Apertem os cintos!
Abaixo reproduzo alguns dos meus argumentos e fatos contrários à idéia de pioneirismo ou de ineditismo das “regras” da Web 2.0 de forma bastante direta. Este texto, com algumas poucas mudanças é o mesmo atualmente disponível na Wikipedia portuguesa (onde colaboro e escrevo para que o artigo não vire uma peça publicitária em favor da Web 2.0). Os argumentos e fatos abaixo servem como partida (apesar de seco e demasiadamente direto, “enciclopédico”) para começar a perceber que na verdade a Web 2.0 não tem nada de novo, que a Web 2.0 não é uma “mudança” (quando muito é uma evolução – que diga-se, é algo bem diferente de mudança). Referências e citações foram retiradas aqui, sendo que as mesmas existem no artigo atual (que vale a pena conhecer). Espero que apreciem.
Sobre conteúdo colaborativo e/ou participativo e inteligência coletiva
Os blogs e a própria Wikipedia são frequentemente mencionados como ícones da Web 2.0. Entretanto interfaces colaborativas, participativas ou capazes de gerar uma suposta “inteligência coletiva” sempre existiram desde que a Internet dava seus primeiros passos (no berço das universidades). Listas e fóruns de discussão – até mesmo a Usenet – são exemplos antigos de colaboração e participação. Vale lembrar que um bom exemplo de real inteligência coletiva (desta vez sem aspas), é aquela gerada por pesquisas sérias e por cientistas que se submetem ao processo de peer-reviewing. Esta inteligência está disponível nas velhas e jurássicas listas de discussão, e provavelmente não vai sair de lá tão cedo. O que se vê hoje na tal Web 2.0 não é inteligência. Inteligência é sinônimo de qualidade, não de quantidade. Os exemplos de “inteligência coletiva” da Web 2.0 são baseados em quantidade (com raras exceções). Sites como Digg.com geram “inteligência” pelo maior ou menor número de “diggs”/cliques num link. Isso é inteligência? O que se gera aí é simplesmente volume, não inteligência. Volume por volume, prefiro as velhas enquetes da Web 1.0… (são burras e imprecisas, mas ao menos assumem que o são). Outros vêem inteligência na enxurrada de tags e nas inúmeras classificações (folksonomia) que mais confundem do que ajudam em sites como o YouTube (tente achar uma informação de forma rápida por lá). Há os que ainda defendem que a inteligência da Web 2.0 está no sistema de rankeamento de links do Google. Quase lá! Outros usam o exemplo do modelo de desenvolvimento de software livre. Opa! Mas espere aí!… há quanto tempo o GoogleRank existe mesmo? 1998? E o desenvolvimento de software livre? Além de serem bem mais antigos, os processos tradicionais do desenvolvimento de software livre são parecidos ao processo peer-review da ciência – que é meritocrático em sua essência – e não podem ser comparadaos o popular oba-oba da Web 2.0. De novo a questão da “novidade” que não é bem uma novidade, e apropriação indébita de idéias antigas e maduras para validar uma falácia pop… Por esta razão, a imensa maioria dos exemplos de “inteligência coletiva” da Web 2.0 são imaturos, incompletos e falhos, passíveis inclusive (e efetivamente o são hoje em dia) de fraudes e problemas justamente por serem inteligências meramente quantitativas (google poisoning que o diga!), muito pouco qualitativas. No editorial de 30/12/06 do Diário de Notícias (português) podemos ler: “a tão exaltada Web 2.0 é, de um ponto de vista meramente quantitativo, um amontoado de lixo.” Eu concordo plenamente. Para poder falar em “inteligência coletiva”, a Web 2.0 precisa ainda comer muito arroz e feijão, pois qualquer coisa que se aproxime de “democracia” não é sinônimo de inteligência, vide nossos políticos.
Se você se interessa por inteligência coletiva na Internet (se ela é ou não é inteligente), sugiro a leitura do excelente artigo de Jaron Lanier, cujo título é bastante apropriado: DIGITAL MAOISM: The Hazards of the New Online Collectivism.
Ainda em 1995 o GeoCities (atualmente pertencente ao Yahoo!) oferecia espaço e ferramentas para que qualquer usuário relativamente leigo construísse seu website e publicasse suas idéias na Internet. A loja virtual Amazon desde o seu lançamento (em 1995) permite que seus clientes e visitantes postem comentários e informações diversas sobre livros que são vendidos na loja. A Amazon também já sugeria produtos correlatos (“pessoas que compram este CD também compram…”) como forma de monetizar ainda mais a operação. Em 1998 o Yahoo! lançava o MyYahoo!, permitindo que a página de entrada do site fosse customizada e personalizada (com notícias, cores e afins) individualmente.
Em suma: Conteúdo participativo e/ou colaborativo e as várias tentativas de inteligência coletiva não seriam idéias novas e revolucionárias, surgidas na Web 2.0. Ao contrário, seriam pilares bem antigos da Internet, permitindo que virtualmente qualquer indivíduo ou empresa, publique, opinie e compartilhe informações na rede.
Sobre a Internet como plataforma
Ainda na metade da década de 90 a Sun Microsystems lançou e patenteou o slogan “The Network is the Computer”, demonstrando sua intenção e posicionamento comercial em fazer da Internet “a” plataforma para todo e qualquer sistema computacional existente (o slogan veio reforçar as promessas de interoperabilidade, portabilidade da linguagem multiplataforma Java – “Write once, run anywhere” – parodiado por alguns como sendo na realidade “Write once, crash anywhere”). Ainda em finais da década de 90, começaram a surgir alguns padrões de interação entre aplicativos Internet, para que as então chamadas transações B2B pudessem ser realizadas de forma padronizada. O termo Webservices e o protocolo SOAP ganharam força e se popularizaram, sendo padronizados mais tarde pelo do W3C em 2001. Em 2002, Amazon, Google e vários players importantes desenvolveram e publicaram APIs para que desenvolvedores de todo mundo pudessem integrar seus serviços com o destas empresas. Redes P2P surgiram e fizeram sucesso muito antes de se ouvir falar em Web 2.0. Cita-se o popular Napster, ícone desta “revolução” ocorrida em 1998. Exemplos são inúmeros (passando por sistemas de controle pessoal – ex. site Elefante.com.br), financeiros (câmbio), previsão do tempo, etc.
Sobre tecnologias novas
Apesar de o termo AJAX ter sido usado pela primeira vez em 2005, as tecnologias que englobam o termo tiveram início ainda no final da década de 90, nos navegadores de geração “4” (Internet Explorer 4.0 e Netscape Navigator 4.0), que introduziram suporte à técnicas de remote-scripting. Com o lançamento da versão 5.0 do Internet Explorer em 2000, e a estagnação do Netscape Navigator (que mais tarde teve seu código fonte aberto gerando o excelente Firefox), a Microsoft inaugurou uma forma mais elegante de remote-scripting com o XMLHttpRequest. Daí até os dias atuais o conceito só evoluiu, ganhando força e notoriedade devido ao aumento no número de usuários da rede. Linguagens e frameworks de desenvolvimento rápido para web (RAD) já existiam antes da Web 2.0. Pode-se citar a linguagem ColdFusion da Allaire (1995) e o Fusebox (1998). A sindicância de conteúdo (famosa hoje pelo RSS), já chamada no passado de “conteúdo push” já era conhecida de usuários do Internet Explorer 4.0 e o seu serviço ActiveChannels. Agências de notícias como a Reuters já utilizavam sistemas de intercâmbio de conteúdo e notícias entre agências e consumidores de notícias muito antes do surgimento da Web 2.0, sistemas estes que inclusive foram os precursores dos padrões atuais. O próprio XML data de 1997. A portabilidade de sistemas para dispositivos móveis (a tão aclamada “convergência”), é um discurso antigo, que antecede em muito a Web 2.0, e que sempre esteve em constante evolução, cujo passo inicial remonta os primeiros dispositivos móveis, sejam eles celulares ou PDAs.
Sobre mudanças em marketing
Os críticos argumentam que não houve uma mudança significativa no marketing praticado pela Internet. Segundo eles, o dinheiro (oriundo de ações de marketing) continua sendo gerado da mesma maneira: via publicidade e serviços. Como exemplo: a maior parte dos lucros do Google vêm (e sempre vieram) de anúncios vinculados às suas buscas e sites que utilizam seus serviços. O Yahoo! por exemplo tem um modelo misto: publicidade e serviços. O Yahoo! Small Bussiness não é novo, já existia (porém não com esse nome) desde a época do GeoCities, quando você podia pagar um valor para ter mais espaço, vincular um domínio ao seu site, etc. Desde que eu me dou por gente, a Web sempre foi serviços. Conceitos como o de marketing viral são bastante antigos, sendo que seu vínculo com a Internet alvo de um livro (Idea Virus) de Seth Godin ainda em 2001. Empresas de publicidade na Web (ex. DoubleClick) já empregavam o pagamento por retorno antes do advento do termo Web 2.0. O próprio Google AdSense e AdWords não são serviços novos, derivam de empresas que já atuavam na Internet antes do Google (Applied Semantics – adquirida pelo Google e Goto/Overture, adquirida pelo Yahoo!).
As críticas e fatos não param por aí. Engrosse a lista se desejar. Na Wikipedia qualquer um pode editar. Lembre-se apenas de saber como fazer isso de forma parcial e respeitosa. Leia as guias de ajuda antes de começar a editar por lá, vai te poupar um bocado de dor de cabeça com os xerifes e “especialistas” que lá habitam.
Mas ainda não terminou. E o que os “especialistas” da Web 2.0 vão dizer sobre as críticas? Bem, eles vão dizer que não é bem assim, não é bem assado, que a “Web 2.0” é outra coisa, que a gente não entendeu nada porque é difícil entender, isso e aquilo… (prepare os ouvidos). O próprio guru-mór do termo, Tim O’Reilly já começou a “adaptar” (para não dizer mudar sutil e convenientemente) aquilo que ele já tinha papagaiado e dado como certo há cerca de um ano. A estratégia do figura é ir definindo a coisa enquanto ela está acontecendo e/ou puxando a atenção para as coisas que fazem mais sentido, descartando as besteiras ditas no passado. É o beta perpétuo de idéias, que também perpetua a sua exposição na mídia (o que é bom para ele e suas empresas). O’Reilly é acima de tudo um cara esperto. Que se dane o termo (ele malandramente já nem faz tanta questão de defendê-lo), o que importa são as idéias, o que importa são as pessoas… Lindo, mas tão vago e subjetivo como dizer que a “individualidade é algo muito pessoal”… Aliás, um parêntesis imporante aqui: por falar em vastidão, não deixe de conhecer o fabuloso gerador de lero-lero, perfeito para quando você quiser falar bonito sem falar nada. Se você é um “especialista” em Web 2.0 certamente vai adorar.
Mas não se engane: é só virar as costas que os especialistas voltam ao mesmo discurso e a descontrolada mania de botar nome em tudo o que vêem, over-and-over-and-over.
Continue fazendo seu website, suas aplicações, seus mashups, seja lá o que for sem se preocupar com a meme, a hype e todo o alvoroço (incluindo consultores e gurus paraquedistas) da Web 2.0. Continue fazendo-os com qualidade e com inteligência, melhorando-os sempre que possível. As regras do bom senso nunca tiveram uma versão 2.0. Pense nisso.
Leia também a versão 1.0 deste post.
Sobre o autor: Alex Hubner é gerente de tecnologia da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira e palpiteiro nas horas vagas.
Alex, você literalmente desconstruiu a farsa Web 2.0 com este seu post. Está de parabéns! Sensato e ponderado. Muito bom!
Alex, embora concorde que é marketing besta, etc etc etc, acho uma enorme perda de tempo toda a crítica e atenção para isso.
Isto é, as pessoas estarão sempre criando buzzwords, utilizando-as e tentando vender pro mercado.
Isso vai acabar quando o mercado parar de comprar e, aparentemente, isso ainda está distante, infelizmente.
[ ]’s!
Salve Fernando! O assunto Web 2.0 foi capa da Time na última edição, só para ter uma idéia da repecursão que a coisa tem tomado (entre o público leigo especialmente – vítimas mais comuns dos “especialistas”). A crítica, por mais cansativa ou inócua que seja, deve ser feita na minha opinião, especialmente se ela ainda é pequena (no Brasil). Abraços!!
Obrigada Alex, pelo artigo esclarecedor sobre o termo. Só complemento: antes de 2001 não havia bom senso em nenhum lugar. As qualidades naqueles sites que hoje elogiamos passavam desapercebidas no meio do hype. Foi essencialmente isso que mudou. O foco do desenvolvimento saiu da corrida do ouro para a experiência do usuário. Se tenho que, em algum momento, definir as fases históricas da Web, não preciso usar o termo Web 2.0 mas acabo usando pois funciona bem para o entendimento do público. Queira ou não, este termo tão fácil de vender define um conjunto de métodos, menos que uma série de hypes, e ainda devemos ouvi-lo por muitos anos.
confesso que qualquer redução na definição desta fase em “desktop online” me tira o humor completamente. Mas qualquer reducionismo me tira o humor mesmo…
[]s
“Note que nesta equação o único elemento “novo” é aumento significativo no número de usuários, especialmente os com acesso a banda larga. Em outras palavras: It’s the user stupid! As idéias e “regras” da Web 2.0 já existiam. O que não existia era um número significativo de usuários e de banda para justificá-las e implementá-las.”
Olha que legal! Você descobriu! Uma vez eu li um artigo na O’Reilly dizendo que certa vez ouve uma conferência sobre internet ( isso no inicio da internet ) e lá as pessoas definiram pontos que definiriam o que seria a versão 2.0 ( assumindo que o que eles usavam na época era a versão 1.0 ).
Na época todos os conceitos de web 2.0 já poderiam ser implementados por cgi. As linguages já suportavam integração com bases de dados relacionais. Tudo estava disponivel! O que faltava? Viabilidade econômica.
Com o bando de brasileiros imbecis que usam a internet hoje pra NADA ( usar MSN, Orkut e chat da uol pra mim é sinônimo de fazer nada ) resolveram pagar por isso encontramos massa, e dinheiro para realizar a maldita viabilidade econômica e assim criar a tão sonhada interatividade.
Leia o artigo do O’Reilly aqui: http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/what-is-web-20.html
Vinicius Menezes
Se a Mãe Dinah fosse designer ou programadora ela seria uma das maiores difusoras do web 2.0!!
Precisamos mesmo calar a boca destes futurólogos da Internet, que fingem que sabem de tudo, mas no fundo não sabem de nada. E para isso precisamos de argumentos e pensamentos como o seu.
Adorei o texto Alex, ficou show!
—
Deborah Prates
Está de parabéns pela abordagem desse um tema.
Pessoas idiotas se fazem através do seguimento que cada um leva, e esses “cada um” se englobam nas pessoas que não têm opinião própria e acatam tudo o que os outros dizem.
Nesse caso os especialistas como você mesmo diz.
Enquanto nesse país as pessoas engolirem tudo o que forem lhe mandado engolir será assim.
E com isso as pessoas engolem: Windows Vista, Internet Explorer 7, etc.
Julgando ser a revolução de tudo.
Paraéns pelo artigo Alex.
Parabéns! antes de ler o seu texto eu tinha curiosidade de saber o que era a WEB 2.0. Eu não tinha visto passar nenhuma mudança tecnológica que justificasse o “frisson”. Agora vi que é mais uma bobagem como as “revoluções” na administração, que não ganharam mais que avanços marginais desde Taylor.
Muito Bom Trabalho. (e muito engraçado!)
Parabéns pelo seu artigo Alex, ele está excelente.
Eu mesmo já tinha conhecimento de que a WEB 2.0 era apenas um termo vazio, mas seu artigo esmiuçou muito bem a questão.
Enviei o link dele para vários amigos.
Tenho apenas uma objeção a fazer: Acho que a citação que você fez aos “Criacionistas” não foi justa, pois eles também se apoiam em fatos científicos para defenderem suas posições.
Sugiro que você leia o livro Origens de Ariel A. Roth que está disponível em http://www.cpb.com.br/mostra.asp?
Mas nem mesmo isso tira o brilho de seu artigo.
Um grande abraço, Alexandre
Eu queria agradecer é a s1mone pela resposta, que resume bem o problema desse post.
Acho que estão dando atenção demais a bravatas de mídia sem perceber o fator de mudança que ouve na internet nos últimos anos.
Não importa o nome, ele serve apenas como uma sintase de toda a alteração nessa ‘nova’ fase em que saímos de um estouro da bolha, para cair na discrença e desilusão, e agora um renascimento com força total.
Se utiliza as mesmas tecnologias que sempre existiram, qual o problema? Pelo menos agora se usa e muito e muito bem (as vezes). Aqui no Brasil que não pegou ainda, pois a maioria das pessoas não utilizam a internet: Orkut, email, chat e um link do YouTube é suficiente para a turba.
Se alguém ainda não percebeu o que mudou, o que está diferente de antes de 2002, aí sim existe um problema ou de atenção ou de memória, ou simplesmente não conhece mesmo.
Olá Alex!
Nem 8 nem 80!
A internet de hoje não é igual a de 10 anos atrás, por exemplo! Agora existe mão dupla na informação antes não! Quer você goste ou não! Agora existem aplicações, antes não e por aí vai!
Segundo, web 2.0 não é um checklist, como você parece ter entendido na leitura dos especialistas!
A 10 anos atrás raramente eu poderia usar o alguma coisa de um site em outro (marshup), etc etc, etc
Só concordo com você numa coisa…existem muito markenting em cima do termo…
Mas que a WEB 2.0 existe, sim ela existe 🙂
Obviamente você pode chamar de web, web 1.0 ou o nome que for, isso não muda o fato de que usamos a web de modo diferente, muuuuito diferente do modo que se fazia a uns anos atrás!
[]’s
Parabens pelo texto, muito esclarecedor!!!! 😉
ate mais
Leonardo França
Sergio, a questão não é de leitura nem de entendimento. É público e notório que existe um intenso movimento para tipificar a Internet atual como sendo uma fase 2.0 da internet “antiga” e isso é errôneo na minha opinião.
Você disse que usamos a internet de modo diferente do que fazíamos há uns anos atrás, e que basicamente isso é que é a Web 2.0. Eu concordo plenamente contigo (apesar basicamente continuar fazendo as mesmas coisas desde a época em que “entrei” na internet), adicionaria apenas o maior número de pessoas usando a Internet (este sim é um fator bem determinante, porém constante).
O “problema” é que também estou usando o telefone e trocentas outras coisas (seja mídia, seja serviço, whatever) de forma diferente da que fazia anos (ou mesmo meses) atrás. Nem por isso vejo por aí alguém falar em Telefonia 2.0, Televisão 2.0, Aviação 2.0, Política 2.0, Emprego 2.0 e afins. As coisas simplesmente evoluem, sem etapas bem definidas. O querem nos fazer acreditar os gurus da tal Web 2.0 (e o que me irrita em essência) é de que está ocorrendo uma “revolução” na Internet, de que eles estão à frente de todos nós, são mais avançados e “modernos” que todos nós, réles mortais que ainda vivemos e fazemos a tal “Web 1.0”. De uma hora para a outra é como se eu, minha empresa, a sociedade *precisasse* fazer parte dessa tal Web 2.0, cirrendo o risco de ficar para trás. Não importa se eu realmente preciso daquilo ou não (semelhança com o boom de 2000 não é mera coincidência), eu *preciso* fazer parte. Como já disse um programador: toda vez que eu leio ou vejo algo relacionado à Web 2.0 eu me sinto mais estúpido pelo resto do dia.
Não me leve a mal, apesar de ser uma coisa extremamente subjetiva, mas que é vendida como produto (o que faz chacoalhar os meus brios de consultor de TI ético e honesto), não há nenhum mal em fazer isso e ganhar dinheiro com isso. Entretanto, da mesma maneira, não há nenhum mal em discordar disso, quem sabe trazendo um pouco de luz e discussão ao tema, especialmente quando ele anda tão em voga, e aparentemente sem críticos. Na nossa área (TI) seguir moda sempre foi sinônimo de prejuízo.
Parabéns Alex, como sempre levando luz onde só a escuridão, entre o texto e os comentários duas coisas me chamaram atenção
“Texto”
http://www.geocities.com/padrelevedo/lerolero/lerolero.html
Realmente ótimo para quem é “Especialista” hahah
“Comentários”
Como já disse um programador: toda vez que eu leio ou vejo algo relacionado à Web 2.0 eu me sinto mais estúpido pelo resto do dia.
Sempre me sinto assim será que eles estão usando o
o fabuloso gerador de lero-lero ?
Abraços.
Você opinou bem sobre a Web 2.0 no ponto de vista de como a mídia e alguns especialistas o evangelizam. Porém, eu discordo sobre o contexto colocado.
De fato alguns conceitos e tecnologias já existiam antes do termo Web 2.0, como por exemplo, javascript, colaboração, serviços pela Web, entre outros. Mas, temos que olhar as evoluções que o mercado laçou e nos permitiu integrar os recursos e tornar os sites mais dinâmicos, ricos, usuais e com certa inteligência coletiva. O maior exemplo disso é o surgimento do XML, ao qual sem ele nada disso estaria acontecendo.
A Web 2.0 não é uma reinvenção da Web 1.0, se é que ela existiu, é na verdade uma evolução natural do mercado de tecnologia, por necessidades globais de aumentar os resultados dos negócios que utilizam o canal Internet.
O grande lance é que o mercado precisava de um termo que definisse a fase de evolução que a Internet está passando. Nesta fase o foco não está na tecnologia, está nas pessoas. Esse é o centro que devemos enxergar como revolução.
Absolutamente o melhor artigo que encontrei até hoje sobre o assunto em língua portuguesa.
De tudo o que você citou, esqueceu da mais imbecil de todas, o “beta perpétuo”, inaugurado pelo ICQ em 97/98.
E as pessoas parece que só descobriram o XMLHttpRequest depois do GMail e do GoogleMaps: “Olha, não dá refresh! Isso é Web 2.0”. Que nojo.
E Sérgio, essa afirmação: “Agora existe mão dupla na informação antes não” mostra que você também foi enganado pelo hype.
Fórums, IRC, E-Mail, Voto em produtos, escrever reviews de games, livros, filmes pelos próprios usuários. Tudo isso já existia e ainda existe. Mas um bando de caipiras levantam apaixonadamente uma bandeira e analistas de sistema mais experientes são obrigados a contar para a Garotada 2.0 que tudo o que eles estão chamando de novidade, nós não usávamos por questão de compatibilidade.
Você diz que aplicativos não existiam… amigo, você está longe, muito longe da verdade. Existiam aplicativos em Shockwave e depois em Flash. O motivo? O suporte dos browsers ainda era imaturo.
O Alex tem toda razão: é um termo para vender livros, enganar as pessoas, fazer marketing e faturar $ em cima dos bobos.
Sensacional o artigo!
Acho que não tenho muito o que falar, as opiniões expostas por você e em alguns comentários já falaram tudo!
Passando só para dizer que ganhaste mais 1 leitor!
Abraços
Excelente Alex!!
Achei que estava sozinho nessa jornada da teoria “lavou tá novo”…
E para piorar, vou batizar seu artigo de “Web 2.0 RC”. Pois você fixou um montão de bugs que tinha na versão 2!!
Infelizmente deixaram a Internet Beta e a gente besta. 🙁
Abraços
Alex, parabéns pelo texto. É incômodo a unanimidade e é sempre bom ler antíteses. Uma coisa talvez a acrescentar: tecnicamente, uma página bem construída, utilizando da tecnologia XMLHttpRequest – antiga, mas não popularizada – faz com que se economize bastante a sua cota de tráfego mensal em um servidor. Acredito que, em pouco tempo, será ridículo pagar por volume de dados em um servidor, é muito mais lógico ser cobrado pelo volume de dados que trafega nos links daquele sistema. Talvez, aí, uma das facetas da “Web 2.0” seja bastante proveitosa. Proveitosa porque é econômica e, se aplicada bem, inteligente.
As coisas continuam sendo feitas da mesma forma que a 10 anos atrás. Concordo plenamente com o seu post, excelente comentário.
Ainda bem que existem críticos nessa gama de entusiastas que já enxeram o saco =)
Não conheço nenhum autor sério que, ao definir a web 2.0, tenha como base o “pioneirismo ou ineditismo”. Muito pelo contrário, a web 2.0 é justamente a consolidação daquilo que tem dado certo na web. Portanto, o esforço deste autor em demonstrar que estes conceitos já existem há muito tempo só colabora com a legitimação do conceito.
Sobre o “neo-maoismo”, que é um bom ponto, recomendo a leitura do seguinte artigo:
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2007/01/08/a-inteligencia-coletiva-e-a-burrice-das-multidoes/
Gilberto, é de se perder a conta o número de autores “sérios” e “não-sérios” que associam diretamente estes e outros termos de mesmo significado à Web 2.0. Para eles a Web 2.0 é uma mudança (aliás, você mesmo usa este termo com freqüência), algo novo, revolucionário, etc. Dizem até que não fazer parte dela é uma desvantagem competitiva [1]. Eles podem não usar *exatamente* os termos “ineditismo e pioneirismo”, mas isso não faz a menor diferença na medida que todos eles dizem que a Web 2.0 é uma nova internet, “a new Internet”, (que aliás é o nome de uma destas conferências-show sobre Web 2.0) e tantos outros adjetivos que remetem a esta idéia de novidade.
Já que você apelou para autoridade (argumentum ad verecundiam) ao dizer que nenhum autor sério define Web 2.0 como sendo algo inédito, pioneiro, novo (entretanto sem citar qualquer um destes autores), eu faço um argumentum ad hominem: pelos links que deixaste aqui, vi que você é autor de um blog cujo título é “Web 2.0 Blog – Um blog para quem gosta de Web 2.0” e dono de uma empresa que se diz “A primeira agência de Web 2.0 do Brasil”. Desta maneira é absolutamente natural que você não concorde com as críticas. Você acredita na Web 2.0 e está absolutamente envolvido com a mesma, de forma que concordar poderia até ser ruim para os negócios. Eu não te recrimino por isso. Pela mesma razão não me recrimine por não concordar ou digas forçosamente que as minhas críticas “só colaboram com a legitimação do conceito”, como se ninguém aqui soubesse ou entendesse o que é Web 2.0 e não fosse capaz de fazer críticas a respeito.
[1] Press-release: http://press.oreilly.com/pub/pr/1647 – Nesta conferência pessoas descritas como forward-thinking corporate executives, inspired entrepreneurs, and leading-edge developers poderão “aprender” mais sobre Web 2.0 diretamente com os papas da Web 2.0 (“Web 2.0 pioneers”) (O’Reilly Media e Hinchcliffe & Company). Afinal, como se pode ler: at a time when many businesses are recognizing that *they must* embrace the power of Web 2.0 or be at a competitive disadvantage, O’Reilly and Hinchcliffe offer *visionary* yet practical help for businesses seeking to *transform* and maximize their business models, products, and services. (o destacado é meu). Quem é louco de ficar de fora dessa? 😉
Parabéns pelo artigo. Das mil e uma definições que já ouvi de “Web 2.0” a sua é a mais precisa: “se é pop, então é Web 2.0.”
Faz muito tempo que uso o google e a Wikipedia e da noite para o dia descubro que eles viraram revolucionários da “Web 2.0” !!!
Putz, em 1998 eu tinha um site onde várias pessoas podiam postar notícias, tinha enquete, fórum, um íconezinho do ICQ que dizia meu status e que, ao clicar, as pessoas podiam me mandar uma mensagem. Mais que droga !!!! Eu tinha um site pioneiro da “Web 2.0” e não sabia 🙁
Parabéns pelo artigo.
Vou contar uma historia que aconteceu comigo, eu em 2004 fiz um componente (eu uso componentes em bibliotecas php), era um campo onde se digitava uma letra e ele trazia uma lista do banco de dados(antes fazia abrindo uma janela pesquisando e devolvendo o valor, mas o usuário se “perdia”) e a tecnologia e documentação para fazer isso existia inclusive algumas já “prontas-pra-usar” e o nome do negocio era RPC remote-procedure-call, nome forte. Mas o tempo passou e no inicio de 2006 eu comecei a ver uma enxurrada de artigos falando de um tal de AJAX e eu procurei muito por um artigo que parece de teorizar e me contasse como eu implementava isso ate que veio minha surpresa ao pedir a ajuda de um amigo, aquele troço novo-hiper-ultra-mega top era o que eu tinha implementado a mais de um ano
Ótimo artigo. Ótimo post. Ótimo ponto de vista.
Aliás, um termo indefinido cheio de espertinhos loucos para trazerem a definição que mais se aproximar do que lhes é confortável. Resumindo: todo mundo quer que a tal web 2.0 seja rentável. Se esforçar para fazer algo útil, ninguém quer.
Afinal, o que é web 2.0?
Caro Hubner!
Não pude deixar de ler esse texto; apresentou bem o argumento, hein?
Todavia, gostaria de colocar alguns contrapontos:
Obviamente, toda a tecnologia envolvida no que hoje chamamos de Web 2.0 é evolução de coisas que já existiam. Eu já escondi muito iframe que cuspia JavaScript utilizando PHP pra poder dar o efeito de “remote scripting” do XMLHttpRequest. Dadas as proporções, realmente não havia diferença; ambos funcionavam.
Mas seu texto tenta expor que nada mudou daquele tempo pra hoje; isso já foi demais pra minha boa vontade :P.
Bom, antes de seguir, uma consideração: Tecnologia e conceitos só passam a ser úteis quando existem pessoas que as utilizam. Não adianta o XML datar de 1997, o SOAP datar de 2001, os ActiveChannels datarem do tempo do IE 4.0… Quando foi que essas tecnologias passaram a ser largamente utilizadas?
Resposta: Quando houve suporte para elas.
Existe, por exemplo, a recomendação dos XForms desde 2003, mas me responda quantos navegadores que aderiram ao padrão?! (não vale falar de plugins!)
Você mesmo deve ter cansado de escrever JavaScript 2 ou 3 vezes para poder rodar em IE e Netscape, já que também tem tempo na internet.
O que hoje chamamos de XMLHttpRequest engloba recursos de DOM, XML (não obrigatoriamente), XSLT (por cascata), JavaScript… e tudo isso foi cultivado e plantado desde muito tempo atrás, e teve o seu “boom” hoje.
Claro que também sou contra os xiitas da Web 2.0, gente que até comprou um Monza só por que ele é 2.0, mas, como profissional de tecnologia, não tenho como deixar de dizer: Web 2.0 é a denominação (embora incorreta na minha opinião) para a maturidade dessas tecnologias.
Ao menos no mundo de quem mexe com tecnologia há algum tempo, essa “revolução” (droga, não queria usar esse termo) existiu. E é extremamente útil pra que a utiliza com sabedoria.
Alex,
O que há de novo é a maior consciência da inteligência coletiva.
Não podemos esquecer que até 2000 não se tinha conhecimento que a Internet era uma rede com uma topologia escalável (scale-free network), ou seja, uma rede habitada por hubs. Apenas em 1999 um cientista húngaro radicado nos EUA (Barabási) provou isso num artigo científico. Isso mudou tudo e fez surgirem aplicações baseadas em redes sociais, como o Orkut, Technorati, blogs, sites de compartilhamento etc… Veja em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Scale-free_network
e um artigo de 2004: http://informatica.terra.com.br/interna/0,,OI276694-EI1684,00.html
Ou seja, mesmo que os sites sejam parecidos, o da Amazon principalmente, houve um aprofundamento nas forças por trás desta inteligência coletiva.
Alex – o Jornal de Debates está discutindo a web 2.0 e o seu artigo joga uma luz muito boa no assunto. Ele foi reproduzido com indicação de autoria, fonte e os links apropriados.
Ricardo Paoletti
Editor
A Web 2.0 é mais publicidade do que uma realidade em si.
Grande, observei sua crítica por mais de 15 minutos, agradeço por ter citado exemplos tão óbvios quanto a Sun e seu Slogan “Write once, run anywhere”.
Estarei imprimindo sua Crítica para compartilhar com meus companheiros da 2ºClasse de Tec. Des. Sist. Web em Joinville -SC SOCIESC
Com certeza o conteúdo vai ampliar o “leque” horizontal sobre o assunto, aparentemente o foco de toda essa “novidade” é patentiar e alcançar objetivos verticais…R$,$…
Como alunos dedicados, estaremos sempre avaliando críticas de pessoas realistas como você.
Olá Alex!
Estamos montando um blog ( http://wickedwideweb.blogspot.com/ )para a matéria “introdução à publicidade colaborativa”, do curso de publicidade da UFPR (coisa de amadores). Li suas “críticas à Web 2.0”, gostei e vou recomendar que os outros participantes do nosso grupo. Que tal você, que tem uma visão crítica e consistente da web 2.0, acessar o nosso blog e fazer algum post para dar uma força?
Parabéns e obrigado
Geraldo
harika bir olay üstüne diyecek birşey bulamıyorum umarım daha başarılı işlere imza atarsınız sizleri tebrik ediyor başarılarınız devamı diliyorum. Kolay gelsin.
visit : http://www.Aylak.com
Thanks good job
Than kyou !
For those of you