Verdade seja dita: Macromedia Usergroups no Brasil

É público e notório que algumas pessoas não vão com a minha cara porque eu tenho fama de ser chato. Realmente, em alguns aspectos eu reconheço, sou chato mesmo. É que não consigo ficar quieto diante de alguns imbróglios que frequentemente vejo na comunidade. Imbróglios como sites que publicam material “inédito”, chupinhando e copiando na cara dura matérias e artigos de outros locais. Imbróglios como muitos que se dizem “Macromedia Certified Instructors” mas sequer são certificados na ferramenta, provedores de hospedagem compartilhada que usam ColdFusion Standard/Professional (ou então pirata mesmo) e dizem, com todas as linhas: “você pode contar com um serviço absolutamente seguro”, blá, blá… Por falar em MCIs: mês passado eu recebi uma lista de Macromedia Certified Instructors no Brasil da Deborah Prewitt. Olha, ela é bem menor do as que vemos nas assinaturas de e-mail e em sites por aí… É uma vergonha, me faz lembrar o velho estilo “jeitinho brasileiro” de enganar os outros.

Em suma: imbróglios me deixam puto e eu faço questão de torná-los públicos para que, quem sabe, os seus protagonistas criem vergonha na cara (quem se lembra do dia em que o CFPortal, notório por alguns dos embróglios mencionados acima, quis se tornar CFUG (em São Paulo), por baixo dos panos e de forma mentirosamente deslavada, incluindo uma suposta “reunião” com 600 presentes, realizadas em Brasília(!)?)

Desta vez não se trata de imbróglio, uma vez que eu sei que as coisas mudaram com a junção da Allaire com a Macromedia – mas hei, isso foi há 3 anos atrás! – e muitos não puderam (ou não quiseram) se adaptar. Trata-se dos “Macromedia User Groups” brasileiros presentes nesta listagem que, de longe, não se enquadram nos requisitos mínimos exigidos pelo programa. A impressão que se tem é que, de certa forma, estes “usergroups” se escondem por trás da barreira da língua (os gringos não entendem lhúfas de espanhol, o que dirá de português). Alguns grupos são geridos por amigos meus (como é o caso do Vicente e do Alvaro), que eu tenho certeza, tem a melhor das intenções e estão listados lá por já terem feito muito pelo grupo (não sei como anda os grupos atualmente), mas é de se chatear quando muitos destes grupos anunciam “novidades” como o Flash 5 ou o Ultradev (nessa lista existe inclusive um grupo de um produto que não existe mais!) ou então estão com seus sites simplesmente fora do ar. Me incomoda muito porque isso desvaloriza o trabalho de gente séria e que dá duro dentro do programa, como é o caso dos CFUGs (Rio, SP e DF) e mais recentemente do Flash usergroup de São Paulo. Uma das regras mais básicas para participar do programa é bastante simples: realizar reuniões físicas numa freqüência determinada. Quantos MUG’s desta listagem realizam tais reuniões?

Talvez o pior dessa história seja o fato de a Macromedia mandar para os managers destes grupos, numa freqüência semestral, itens valiosos como camisetas, livros e principalmente: licenças de software. No CFUG-SP, por exemplo, já recebemos licenças de Contribute, ColdFusion MX (uma delas será sorteada na próxima reunião) e diversas de Studio MX, quem foi nas reuniões sabe que todas elas são sorteadas, como manda o programa (e a ética). O que acontece com as licenças de softwares enviadas para estes usergroups “não operantes”? São sorteadas? Entre quem?

É um pouco culpa da Macromedia por não ser tão organizado como deveria? Sem dúvida, mas acho que é obrigatório mantê-los atualizados das atividades (outro requisito que poucos seguem é enviar um “quartely report”, ou seja, um relatório de atividades a cada três meses) que são realizadas por aqui e seguir, nem que minimamente, os requisitos mínimos do programa. Registrar um domínio, montar um site e um fórum de discussão apenas para ser listado no site da Macromedia e ficar recebendo livros e softwares “na faixa” é muito fácil. Quero ver arregaçar as mangas e trabalhar em prol do grupo, de fato.

Existem três tipos de UG’s: community, educational e corporate (a Boeing tem um, por exemplo). Escolha um que melhor se adeque à realidade do seu grupo (não confundir com panelinha), certifique-se de que já não exista outro na sua cidade, afinal de contas só pode existir um usergroup por região metropolitana, nada de usergroups “brasileiros”, “estaduais” ou mesmo “cafés”. Se por acaso já existir um na sua área (um que realmente funcione) junte-se a este e ajude a fazê-lo melhor (os UG’s, por definição devem ser abertos à participação de gente de fora). Ficar nessa coisa de “lista de discussão e site de recursos” como sendo um usergroup é que não dá.


9 Comments on “Verdade seja dita: Macromedia Usergroups no Brasil”

  1. Andrews Medina disse:

    Alex, está totalmente correto…

    Estou montando um grupo de usuários de flash do Mato Grosso, e quando fui ver informações outros grupos e o que era necessário para montar um fiquei surpreso! A macromedia pede uma reunião por mês no mínimo se não me engano 8 no ano, e vemos muitos gupos parados…

    Mas para mudar essa realidade temos que arregaçarmos as mangas e criarmos comunidades sérias que ajudem mesmo os users.

    a lista do Mato Grosso fug esta funcionando ja tem um tempinho…

    Acho que até o próximo bimestre estará tudo jnos conformes para a inauguração oficial do grupo.. mas a maior dificuldade que tem aqui na região é que o pessoal acha que flash é um simples programa de animação 🙁

    mas ja estamos trabalhando e muitos ja estao mudando seus conceitos…

    gostei da coragem e iniciativa =D

    parabens…

  2. E ao amis interessante de tudo isso é:

    Os caras que se escondem atras de “UG’s” não afzem nem a minima questão de expor o que vêm faendo nos ultimos tempo. Como foi citado o CFPortal, gostaria de citar o tal de DWPortal que é do emsmo frupo, e nem sequer existe mais, e nesse mesmo portal era citado um tal de “DWUG-SP” o qual vi apenas uma vez anunciar alguma reunião e nada mais.
    Esses caras devem estar cheios de caixinhas de software em casa e se bobiar as usam até como apoio para os pés, pois afinal, pra que utilizar 2 licenças de um mesmo software?
    Cara isso tem que acabar! Tipo a coisa ta muito marginalizada, os caras falam a torto e a direita que são Certified Developers apenas por terem feito um curso.
    Eu sei o quanto suei pra tirar minha certificação (nem foi tanto assim é força de expressão) e esses caras ficam banalizando a coisa e muitas vezes causando transtornos.

    []’s e parabéns pelo post

  3. Fabiano Cruz disse:

    Acho que todos os comentários dispensam qualquer outro.

    Mas gostaria de agradecer a participação do CFGigolô e Leader do CFUG-SP na reunião passada do FUG-SP.

    Aproveito o comment para convidar desde já a todos a participar da lista de discussão e para a próxima reunião do Flash User Group de São Paulo.

    Abraços e parabéns pelos consecutivos posts com qualidade exemplar.

  4. Alex…. vamos ser bem abertos, claros e objetivos…
    Nao te entendo, sinceramente… Alias…. Voce so me relembra a MAGOA que senti e me fez largar o CFUG-DF por causa daquela briga INUTIL quanto a vinda do Ben Forta…
    Ao inves de ficar falando pra um publico “de mãos atadas” (ja que voce mesmo admitiu que os responsaveis por isso na MM nao fazem a menor ideia de como se fala portugues), acredito que algo FORMAL para a MM USA resolva o caso de vez…
    Nao acredito que a comunidade seja, de alguma forma, fortalecida com acusações desnecessarias que só a divide… Hoje, temos algo MUITO mais preocupante a tratar do que ficar discutindo “quem envernizou a barata”…
    Temos, hoje, que nos preocupar por nossas certificações, titulos, anos de experiencia e portifolio, pois linguagens como PHP e JSP estao engolindo o mercado e estamos sendo colocados pra escanteio (Lembro de um comentario do Placoná – realmente nao lembro aonde – em que ele comenta que anos atras ele era chamado de doido por gostar de uma ferramenta “que so ele conhecia”).
    Como entusiasta da linguagem, da ferramenta e dos conceitos que a MM solta no mercado (sou REALMENTE apaixonado por RIA e quero ver quem me faça mudar de ideia) fico profundamente chateado em ver que um blog de tamanho renome fique preso a problemas corriqueiros e pessoais… Tamanho publico nao merece tal ingratidão…. eles querem continuar vendo os excelentes comentarios tecnicos como geralmente acontece… Mas “Lavacao de roupa suja” deixa o blog com cara de “www.blogdoratinho.com.br” e acredito eu que essa nao seja a imagem que voce queira por aqui, nao???
    Nao sou muito de comentar coisas dessa forma, quanto mais encher a paciencia com comentarios desses tamanho, mas esse é o tipo de coisa que me tiram do serio…

    []s…

  5. Alex Hubner disse:

    Mas eu te entendo Fernando. Algumas verdades não são boas de se ouvir, eu sei.

    Este blog não se limita, em absoluto, apenas à posts técnicos. Aqui se fala de tudo um pouco, inclusive sobre coisas erradas que algumas pessoas/empresas fazem, e que outras talvez sejam coniventes.

    Você é apaixonado por RIA, por tecnologia e afins? Ótimo! Eu sou apaixonado por transparência, profissionalismo e principalmente ÉTICA. O problema é que isso incomoda muita gente. Por isso te digo: se você está incomodado por esse tipo de post, pule e procure outro, existem muitos, de técnicos a não técnicos, basta escolher. Não estou “lavando roupa suja”, estou “tornando público” fatos que todos deveriam conhecer. Existe uma grande diferença entre tornar público e “lavar roupa suja”: esta última diz respeito somente a você, e não a toda comunidade.

    Apenas uma vez tive que “lavar roupa” por aqui, mas como deixei bem claro na ocasião, foi a pedidos de quem se sentiu ofendido.

    Obviamente além de tornar a questão pública (o fato já é, basta olhar a listagem e os respectivos grupos), o assunto já foi levado ao conhecimento da MM USA, numa mensagem de e-mail do dia 17 (já respondida), com cópia para todos os managers de usergroups ativos e verdadeiros do Brasil (pergunte ao Marcelo Bezerra, manager do CFUG daí).

    Sobre a questão da vinda do Ben Forta, achei que você tinha superado o ocorrido, uma vez que você mesmo admitiu que “as coisas escaparam da sua mão”, mas que mesmo assim a comunidade ganharia de qualquer maneira com a vinda do BF. Hoje eu penso que você tinha razão, realmente, a comunidade ganhou bastante, tanto é que o dito cujo vêm de novo por aí (ele confirmou isso no último meeting feito com ele) – não estamos falando da próxima reunião, via Breeze, mas sim dele por aqui, em pessoa.

    Talvez você considere uma briga INUTIL porque não teve muito trabalho com a vinda do barbudo e também não tenha se perguntado se o que aconteceu foi realmente “um mal entendido” ou um belo “by-pass”, absolutamente desnecessário e sorrateiro nos que trabalharam duro, gastaram tempo e dinheiro, batalharam (e conseguiram) que o Ben Forta fizesse apresentações para os CFUGs (leia-se: Marcello Frutig e eu), incluindo o CFUG-DF, que infelizmente foi jogado para escanteio na ocasião, sendo dado o devido crédito somente depois que o barulho já estava feito. Caso contrário, Ben Forta viria apenas para visitar clientes. Mas eu já nem penso mais nisso (de verdade), acertamos os nossos ponteiros com o pessoal daí e ponto final. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

    Sobre o post: não estou fazendo nenhuma “acusação desnecessária” (se estou, me diga onde e contra quem), mas devo admitir que você tem razão quando diz que isso “divide” a comunidade. Para mim “divide” a comunidade expurgando os que não merecem respeito e que fazem muito mal para ela com suas mentirinhas para boi dormir e suas atitudes anti-profissinais (no caso de empresas) e anti-éticas (no caso de pessoas). É só lembrar de outros lugares e ocasiões onde este termo (expulgar da comunidade) foi usado e verás que não sou uma voz única.

    Ao divulgar imbróglios, mentiras, “by-passes” e outras porcarias do mesmo gênero, torno público algo que afeta todos nós e que por isso mesmo deve ser de domínio publico. Ou você vai me dizer que não gosta de saber que determinada empresa ou pessoa pública pisa na bola, principalmente antes de escolhê-la para prestar serviços? Tá cheio de sites no estilo “e-opinion” por aí, o que há de errado nisso? Se está na chuva é para se queimar meu caro… A vantagem de não ter o rabo preso com ninguém (ou à pessoas questionáveis) é justamente essa: te dá liberdade para falar o que realmente acredita e sobre o que te incomoda. Doa a quem doer.

    Fique tranquilo, os posts técnicos e “mais interessantes” vão continuar. Já tem um logo acima deste.

  6. Marlos Carmo disse:

    Concordo plenamente com você Alex, muitos UG’s no Brasil não estão levando a sério a responsabilidade de se criar um UG. No site da MM são listados 14 UG’s, mas pode-se contar nos dedos os que “funcionam” de verdade. O CFUG-SP é um grande exemplo de um grupo cujo objetivo realmente é alcançado.

    Como sabe, durante meses venho planejando e colocando em prática o MUGMG ( Macromedia Users Group Minas Gerais ) juntamente com um grande profissional, Dante Marinho. Vejo que é muita responsabilidade envolvida e muitos só querem ter status.

    Ao entrar em contato com a MM para criação oficial do MUGMG, a primeira coisa que nos perguntaram era se levaríamos o grupo a sério, pois muitos UG’s brasileiros não funcionam na realidade, o que faz com que a MM desconfie dos UG’s de uma forma geral.

    Espero que os “líderes” destes grupos fantasmas, pensem melhor no que estão fazendo e tomem providências.

  7. Marlos Carmo disse:

    Concordo plenamente com você Alex, muitos UG’s no Brasil não estão levando a sério a responsabilidade de se criar um UG. No site da MM são listados 14 UG’s, mas pode-se contar nos dedos os que “funcionam” de verdade. O CFUG-SP é um grande exemplo de um grupo cujo objetivo realmente é alcançado.

    Como sabe, durante meses venho planejando e colocando em prática o MUGMG ( Macromedia Users Group Minas Gerais ) juntamente com um grande profissional, Dante Marinho. Vejo que é muita responsabilidade envolvida e muitos só querem ter status.

    Ao entrar em contato com a MM para criação oficial do MUGMG, a primeira coisa que nos perguntaram era se levaríamos o grupo a sério, pois muitos UG’s brasileiros não funcionam na realidade, o que faz com que a MM desconfie dos UG’s de uma forma geral.

    Espero que os “líderes” destes grupos fantasmas, pensem melhor no que estão fazendo e tomem providências.

  8. Oi Alex! (Placoná & all),
    Graças ao fato do assunto ter voltado à tona por parte do Placoná no CF-BRASIL que eu tive a oportunidade de ver meu nome citado no assunto do seu POST.
    Só quería esclarecer que estranhei pois, desde setembro ou outubro de 2003 que eu tinha solicitado e esclarecido à Macromedia que eu não levaría mais à diante o meu UserGroup (Macromania, que aliás, mesmo sem a “bandeira MMUG” recebe alguns posts que à mantém viva), e que o MATP Transnology (sob parcería com a Afterweb) atuaría como tal somente até Março de 2004 com assim o foi. Hoje como você sabe, a Transnology é uma empresa com outro foco: Consultoria e Desenvolvimento.
    Portanto, esclarecendo o item principal, o Macromania nem sequer podería estar listado nesta data, pois eu mesmo esclareci perante a Macromedia que eu não tinha mais condições de mantê-lo de acordo com as regras.
    No tempo de vida do Macromania, um POST era feito na lista sempre que eu estivesse em qualquer lugar do Brasil fazendo as palestras pela Macromedia, quando se dava (e assim a Macromedia considerava sob relatórios feitos em inglês claro, pelo na época Country Manager Sr. Eduardo Souza, hoje na Dell) as “reuniões e encontros” dos interessados do grupo.
    Brindes e demais ganhos sempre foram distribuídos em eventos, principalmente em Salvador onde apenas por 1 ano a Macromedia os patrocinou, e nos demais 3 anos eu os banquei sozinho.
    Em forma de esclarecimento, espero ter feito o esperado. Abraços Alex, Placoná e demais interessados.